E
era tudo que eu queria
Levo
terra nova daqui
Quero
ver o passaredo
Pelos
portos de Lisboa
Voa,
voa que eu chego já”
São
Paulo, 4 de fevereiro de 2017
Acompanhando
o grupo do Yahoo eis que Artur convida a um circuito de 15 Km na
cidade partindo e retornando à estação Paraíso. Aceitei de
imediato, é meu último sábado de férias do curso de espiritismo.
Disse que o único problema era que nunca tinha visto Artur e ele
enviou foto para reconhecê-lo. Não importa quão branco esteja o
bigode do companheiro, se caminha comigo JAMAIS posso chamá-lo de
senhor. Senhor está no céu e é pronome para tratamento formal, se
é amigo, companheiro de caminhada, hei de trata-lo sempre como
“você”.
Ele
está se preparando para o caminho português de Santiago, percorrerá
pela segunda vez. Decidi que algum dia também trilharei esse
caminho, cujo percurso também leva 11 dias. É a melhor opção para
quem tira férias de 30 dias. Posso até ficar mais do que 11 dias
pela Europa, posso me curar se (Deus me livre!) tiver queimadura de
segundo grau novamente ou qualquer imprevisto grave com a saúde no
caminho.
Meu
coração anda sereno, embora tenha terminado com meu namorado logo
que voltei do Caminho do Sol. Descobri que não admirava nada nele,
enquanto sempre encontro algo para admirar em meus amigos. Levou
pouco mais de dez meses para esse ponto me incomodar e perceber que
embora ele me ame e tente sempre me agradar eu já não o amava. Mas
espero de coração que ele viva muito bem e seja feliz com uma
mulher evangélica - já que ele ama conversar sobre religião.
Alguns vídeos que ele achava divertido eram piadas sobre
evangélicos. Hoje, de evangélico não quero nem piada nem música.
Voltei pra sintonia da Rádio Eldorado e descubro sons novos por lá.
Dificilmente assisto vídeos, redescobri meus verdadeiros costumes e
não tenho vontade de mudá-los. Novamente curto minha vida pacata,
que antes chamei de vazia.
Artur
é o mesmo que enviava os textos dos quais eu gostava no grupo de
Whatsapp, ele é um dos voluntários que cuidam da página do Caminho
do Sol no Facebook. Meu desejo de conhecê-lo foi atendido.
Éramos
dez pessoas no percurso de hoje, oito que efetivamente caminharam até
a avenida Quarto Centenário com a avenida República do Líbano, que
foi onde a chuva nos alcançou e tomamos um táxi para almoçar na
região do metrô Paraíso. Pude conhecer um pouco da realidade dos
voluntários do Caminho do Sol. Conheci pessoas que passaram pela
experiência e se propõem a ajudar a formar nuvens pelo caminho,
importam-se com as pousadas e pontos de parada, importam-se tanto com
quem mantém o trajeto onde ele está quanto com os peregrinos.
Conversei bastante com Camila, que me convidou a conhecer um grande
centro espírita na região do shopping Anália Franco, um dos
maiores do Brasil. Realmente sou muito desinformada quanto a centros
espíritas, nunca tive muita curiosidade em conhecer vários, sei que
os cursos de formação de outros lugares costumam durar menos que os
sete anos da Federação Espírita do Estado de São Paulo. Confessei
a ela que não tenho pressa de aprender e tenho até medo da parte do
curso que desenvolve mediunidade.
Hoje
me descobri com medo de chuva e amante do mais tórrido calor. Quanta
covardia! Não faz bem temer o clima, embora seja necessário
planejar toda e qualquer viagem, tentar escolher a melhor época para
realizá-la. Preciso desistir dessa ideia de temer chuva, roupas
molhadas, sentir-me um lixo dentro da plástica capa de chuva.
O
que encontrarei esse ano, por onde andarei até terminar o Caminho do
Sol? O centro espírita em Anália Franco é um ponto a ser
conhecido.
Por
onde andarei depois que terminar o Caminho do Sol? Os peregrinos
fatalmente chegam a Santiago de Compostela. Ganham fome de conhecer o
mundo, conhecer mais caminhos. Hoje estive com os nobres que se
solidarizam com os iniciantes.
“Ai
se alguém segura o leme
Dessa
nave incandescente
Que
incendeia minha vida
Que
era viajante lenta
Tão
faminta da alegria
Hoje
é porto de partida”
Vira
Virou, Kleiton e Kleidir
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