sexta-feira, julho 20, 2018

“Na linha do horizonte

do anto da montanha
por onde quer que eu ande
esse amor me acompanha...”

São Paulo, 29 de abril de 2018

Ontem foi dia de caminhar com peregrinos do Caminho do Sol que caminharão pela rota portuguesa até Santiago de Compostela em maio. Nessa caminhada de despedida nos encontramos na esquina da Avenida Paulista com a Rua da Consolação e fomos visitar o Museu do Futebol no estádio municipal Pacaembu, depois voltamos até o shopping Center 3 onde descobri que há uma loja da Body Shop, visitamos o recém aberto Instituto Moreira Sales e depois almoçamos numa hamburgueria numa galeria próxima do centro cultural da FIESP e em frente o Shopping Cidade.
Serão sete peregrinos do Caminho do Sol que farão o Caminho de Santiago, porém nem todos foram na caminhada. Contando comigo, a caminhada reuniu 7 pessoas. Conheci melhor Tatiana e Zeca, a primeira colega que encontrei foi Ana Paula, que percorreu o Caminho do Sol em outubro do ano passado. Bolhas, dores no pé, dois ou três dias em que foi de carro para a pousada seguinte, diversos dias em que caminhou sem mochila, ela conseguiu completar a caminhada. E eu, sem dores nos pés, parei antes da metade do caminho por bolhas nos pulsos causadas pelo sol. Lamentei minha decisão até Tatiana dizer que parei na hora certa pois o Caminho do Sol a partir de Elias Fausto é muito mais aberto, recebe muito mais sol e meu problema só tenderia a piorar mesmo com a blusa emprestada de Guerino. Outro ponto aprendido foi que preciso de uma papete de verdade, não uma sandália de salto estilo papete que usei ano passado. Uma sandália de salto ocupa mais espaço na mochila do que uma papete comum; aprendi também que não posso troca-la por chinelo de dedo porque chinelo não é confortável em longas caminhadas. A papete substitui a bota de caminhada em situações de desconforto, como me ensinou Ana Paula com seu relato de peregrinação.
Ontem foi a primeira vez que entrei num estádio de futebol, começamos a visita ao museu passando pelo túnel entre o vestiário e o gramado, sentindo as vibrações da torcida. O Museu do Futebol mostrou-se um verdadeiro museu da cultura brasileira, fala das origens do futebol no Brasil mas também das famílias e como a sociedade brasileira se estrutura, se comporta. Não tem só futebol, tem até Jovem Guarda e o coreano Psy. Você pode jogar futebol num pequeno campo virtual interativo, chutar a gol e medir a velocidade do chute, conhecer melhor seu time e saber da existência de outros mais numa seção onde estão grandes fichas sobre os clubes brasileiros.
O Instituto Moreira Sales procura mostrar a construção de São Paulo em todos os aspectos: arquitetônico, social, cultural. Nove andares, uma escada entre vidros, elevadores, duas exposições fotográficas, um estúdio com dezenas de fotos e vídeos do acervo do Instituto no nono andar, um cinema com várias salas no térreo ou subsolo. Tenho medo de escadas envoltas em vidros, me aproximei com cuidado do parapeito de vidro do mezanino para fotografar a vista daquela parte da Avenida Paulista. No Pacaembu também temi ao passar pelo corredor elevado em frente a entrada, mas consegui tirar foto da visão da praça Charles Miller.
Uma coisa que só percebi no dia anterior ao passeio, durante uma aula de um dos cursos de Espiritismo que faço esse ano, é que durante a peregrinação o que mais tenho é o auxílio e presença de Deus. Ao contrário da minha intenção em ajudar o próximo durante o caminho, o que mais ocorreu foi os próximos me ajudarem. Mesmo que dificilmente algum companheiro de caminhada me esperasse ou acompanhasse. Eles não foram as únicas pessoas que encontrei pelo caminho. Deus age de diversas formas na vida de todos, cabe a cada um fazer a própria parte rumo ao que deseja e confiar que Deus nos enviará o que for necessário. Diversas vezes nossos desejos são caprichos, o que queremos pode não nos fazer tão bem, outras vezes precisamos aprender com as provações que a vida nos presenteia.
Minha programação é comprar uma papete aventureira, consertar o rasgo da minha mochila cargueira porque pode chover em julho, me preparar melhor psicologicamente para completar o percurso, não gerar grandes expectativas. Que eu saiba aproveitar cada dia.

A luz que vem do alto
aponta o meu caminho
é forte no meu peito
eu não ando sozinho”
Fé, Erasmo Carlos

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