sábado, dezembro 22, 2012

Colombina Desmascarada

“Quanto riso, oh, quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando
Pelo amor da Colombina
No meio da multidão

Foi bom te ver outra vez
Está fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele Pierrô
Que te abraçou e te beijou meu amor...”


Aquele Pierrô que me abraçou e me beijou sumiu depois do carnaval, não deixou notícias. Deixou uma palhaça doentemente triste sem seus versos, sua música, seus beijos e abraços.

Sozinha e revoltada, ao invés de procurar os braços do outrora infeliz Arlequim, procurei os estúdios de uma revista masculina. Resolvi posar sem máscara, usando só protetor solar. Grandes revistas me recusaram, mas enfim a mais chinfrim me aceitou. Ao entrar no estúdio tive um choque - não deixaram usar protetor, apenas Photoshop. Colocaram uma bunduda qualquer na capa e me jogaram no meio.

Faz anos foi publicada, hoje a revista não vale quase nada. O fato é que me vinguei do desprezo do Pierrô: desde então qualquer um que compre a revista pode me ter nas mãos e espancar o palhaço.


“Na mesma máscara negra
que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade

Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval”
Máscara Negra, marchinha de carnaval