sábado, dezembro 22, 2012

Colombina Desmascarada

“Quanto riso, oh, quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando
Pelo amor da Colombina
No meio da multidão

Foi bom te ver outra vez
Está fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele Pierrô
Que te abraçou e te beijou meu amor...”


Aquele Pierrô que me abraçou e me beijou sumiu depois do carnaval, não deixou notícias. Deixou uma palhaça doentemente triste sem seus versos, sua música, seus beijos e abraços.

Sozinha e revoltada, ao invés de procurar os braços do outrora infeliz Arlequim, procurei os estúdios de uma revista masculina. Resolvi posar sem máscara, usando só protetor solar. Grandes revistas me recusaram, mas enfim a mais chinfrim me aceitou. Ao entrar no estúdio tive um choque - não deixaram usar protetor, apenas Photoshop. Colocaram uma bunduda qualquer na capa e me jogaram no meio.

Faz anos foi publicada, hoje a revista não vale quase nada. O fato é que me vinguei do desprezo do Pierrô: desde então qualquer um que compre a revista pode me ter nas mãos e espancar o palhaço.


“Na mesma máscara negra
que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade

Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval”
Máscara Negra, marchinha de carnaval

sexta-feira, novembro 30, 2012

Veia Suicida

Minha veia suicida tá a mil por hora
Não quer que eu veja o sol lá fora

Minha veia suicida não tem segredo
Ela parte da loucura
Ironizando o medo

Minha veia suicida não tem saída
Despedaça meu rosto
Despreza minha vida

Minha veia suicida sempre me traz muita sorte
Um pouco de tortura e sangue
Muito de morte

Pode pulsar no seu querer
Pode pulsar e me fazer sofrer
Pode pulsar pode explodir
Pode pulsar se conseguir.

sábado, novembro 24, 2012

sábado, novembro 17, 2012

Caixinha de Música

É tão mágico
Enche o olhar
Transborda música
Dá medo de tocar
E quebrar

O espelho refletindo está
Um casal que gira
Sem saber dançar
No mecanismo
Muito sincronismo
Até a corda acabar

É tão lúdico
Esqueço de olhar
Silêncio múltiplo
Cortando o ar
Faz lembrar

O espelho
Desmontado está
O casal não gira
Nem pode girar
No mecanismo
Muito sincronismo
Até a corda quebrar.

quarta-feira, novembro 07, 2012

sexta-feira, outubro 26, 2012

Você só serve pra pagar imposto!?


Não, a gente também serve para eleger ladrões públicos a cada 2 anos (que deveriam representar a nós e nossos interesses). A gente serve pra consumir e fazer a economia crescer, a gente serve pra produzir com nosso trabalho algo de útil, consumir tudo e mais um pouco do que é inútil, a gente serve pra ser fútil, a gente serve pra tanta coisa!

O trabalhador de hoje é multifuncional, pró-ativo, de bem com a vida, quer evoluir e crescer na empresa... Fora do trabalho é isso que você vê na rua: gente apressada que não se impressiona. Hipnotizados somente pela TV e fofocas de redes sociais na internet. Nos dias de folga é aquela criatura dos shoppings e baladas: seus prazeres são consumir e se destruir com todo tipo de droga - bebida, música, cinema...

O mundo tá no vinagre faz tempo! MAS TEM SALVAÇÃO!

Quem tem fé sempre busca o caminho e se salva! O problema é que muitos não percebem problema algum.

"Vocês que fazem parte dessa massa
que passa nos projetos do futuro."
Admirável gado novo, Zé Ramalho



Ps.: texto inspirado em passagem do vídeo “Terrorismo Poético 3 (O Desembesto Final)”, de Maicknuclear - o artista mais radioativo que conheço.
Endereço do vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=ltDUR8hgmd4

sexta-feira, outubro 19, 2012

sexta-feira, outubro 05, 2012

Mola da vida

O que quero de você
Digo com precisão:
Músculo involuntário
Do tamanho de uma mão

Cultivado numa caixa
Perto do pulmão
É a mola da vida
Uma bomba, um coração

A pulsar
Sem parar
De levar a vida
Aonde precisar

A pulsar
Sem notar
Céus onde voei
Espinhos que pisei

Insensível pulsar
Vive a trabalhar

Quer continuar
Sem falta de ar

Vai
passar
vai
pulsar
vai
pulsar...

quinta-feira, agosto 16, 2012

Livro American Gods, de Neil Gaiman

"Ideas are more difficult to kill than people, but they can be killed, in the end."

Idéias são mais difíceis de matar do que pessoas, mas elas podem ser mortas, no final.

Idéias morrem quando ninguém lembra delas, nem por brincadeira ou para discordar. Assim deuses podem morrer.

Deuses perdem poderes quando se deixa de acreditar neles e morrem quando são completamente esquecidos. Os deuses da mitologia grega ainda existem: são mitologia, fantasia, fantoches do imaginário coletivo. Foram tão bem registrados e documentados, dificilmente serão esquecidos.

Ideais, obra, fama, são coisas que ultrapassam a existência humana. São os meios pelos quais nossa existência é recordada, os meios pelos quais nossa vida faz sentido.