quinta-feira, março 27, 2008

DITO POPULAR:
A vingança é um prato que se come frio.

- Potanto a vingança é um pudim de pão: mesmo com ingredientes simples, leva um tempão pra ficar pronto.


COMO ESCREVO MONOGRAFIA

Nunca me esquecerei da primeira monografia que escrevi. Estava na 8ª série e a sintética monografia - menos de 20 páginas - levou o nome de "Basicamente o Básico Sobre Teatro". Muitos contavam a história do teatro, desde a Grécia até os dias atuais. Resolvi comparar o teatro de Shakespeare com o teatro Grego, duas bases teatrais. Trabalho do bimestre, feito em 1 semana. Além do trabalho final, guadei os rascunhos: são malucos!

Naquele tempo pesquisei em biblioteca. Primeiro defini o índice, conforme a professora de história havia mandado. Depois consultei livros e anotei o que achava interessante. Então relia o que havia escrito e anotava ao lado em qual capítulo a observação se encaixava. Montava os textos costurando as observações. Quando revejo os rascunhos, acho incrível como consegui o feito sem computador em casa. Fui absorvida pela pesquisa a ponto de, entre dezenas de observações das folhas, saber a qual parte pertencia o trecho que havia escrito mesmo sem conferir as anotações do lado.

Sim, a monografia tirou conceito máximo. O índice abria com chave de ouro: dividido em atos, como numa peça. Ousadia, licensa poética ou coerência?A intenção imediata era fazer a professora descansar os olhos das monografias de estrutura sempre igual. A intenção final era reutilizar minha pesquisa na faculdade de Artes Cênicas, onde entraria depois de concluir o Ensino Médio.

O tempo - e duas reprovações na segunda fase da FUVEST - me fez desistir de trilhar o caminho do circo, correr atrás da arte. Na vida severina é preciso antes de tudo sobreviver, acabei trilhando caminhos de sobrevivência. Mas sem deixar de cultivar abobrinhas inúteis, sem me desligar completamente da arte: longe do picadeiro reencontrei artesanato. Venho através desse texto anunciar que Colombina volta a buscar uma troupe pra chamar de família, um circo pra chamar de lar.

sexta-feira, março 21, 2008

E seu nome era Jesus de Nazaré
sua fama se espalhou e todos vinham ver
o fenômeno do grande pregador
que tinha tanto amor...”

Durante muito tempo esse foi meu dia preferido no ano: SEXTA-FEIRA SANTA.

A princípio gostava do macarrão com sardinha que só ia pra mesa em dias de jejum. Depois me engajei na procissão e encenação da Via Sacra, doei o vestido de Verônica e fiz duas armaduras de soldado. Nessa época ainda não trabalhava com lacre de latinha, as armaduras foram de crochet, barbante, tinta e muita purpurina prateada. Elmos de caixinha de leite e lã. Encarnei Maria uma vez:

“Maria Madalena, vem aqui, vem ver.
Esse é meu filho, ele vai morrer.”

Depois de algum tempo afastada, volto a ler nas missas. Sexta-feira santa conserva o simplório macarrão com sardinha, fazendo minha alegria e desagradando quem deseja um prato mais especial. - Aqueles que não passam sem um bom bacalhau. – Contemplo o dia limpando a casa.

Quem lê meu espaço há muito tempo sabe que entre Quaresma e Páscoa sempre coloco um texto incentivando a DOAR SANGUE. Pois bem, pego carona no sangue do Deus vivo derramado em cada comunidade católica nesse dia para lembrar a seus seguidores que o sangue de Cristo também corre em nossas veias.

Também podemos amar o próximo, dar a vida – ou um pouco dela – a quem precisa. Podemos amar a todos, podemos promover a união, podemos fazer milagres, pois somos todos filhos de Deus: carregamos e somos um pedaço Dele. Para um católico, nada é mais coerente do que doar sangue voluntariamente.

Pena que minha família ainda estranhe eu doar sangue sem conhecer quem precise.

“...e mataram a Jesus de Nazaré
e no meio de ladrões pregaram sua cruz
mas o povo ainda tem medo de Jesus
que tinha tanto amor.”