quinta-feira, dezembro 28, 2006

A ÁRVORE de casa é a mais importante da família. Em baixo dela todo natal Papai Noel coloca os primeiros presentes que o povo ganha. Vovó mora conosco, e há mais ou menos dez anos a decoração de natal é minha responsabilidade.

Comparada a outras casas, a decoração que faço é meia boca. Aquela coisa só pra não dizer que não falei das flores. Embora esse ano a árvore tenha levado só bolas de natal e festões, o que já é uma seleção decorativa, é raro aplicar alguma estética. No dia da festa aparece também o painel do presépio, que virou tradição há quatro anos. O painel chama mais atenção que qualquer outra coisa, posso enfeitar seis plantas da garagem como árvores de natal que ninguém nota se não disser que passei horas na tarefa.

Esse ano o natal foi realmente diferente. Mamãe gritou menos, minha parte foi até divertida. Fiquei maravilhada com a idéia que tive pra decoração. Roupa de natal? Não precisa ser nova, não é? Presente pra família? Meu irmão e eu não achamos nossos tapetes de dança. Vamos nos contentar com cartões. Missa? Não fui. Descobri que só Papai Noel entrega presente pra criançada, outras pessoas só entregam se sortearem no amigo secreto. Escrevo porque uma de minhas funções é embrulhar presentes. Que fique bem claro: embrulho, não entrego. Tentei entregar e estraguei tudo. De boas intenções o inferno está cheio.

Ganhei camiseta que usarei no ano novo. Tenho calça para bordar antes de pintar camisetas velhas. Até agora retoquei o desenho de três, mas não pintei nada novo. Não usarei a calça que estou bordando no ano novo, mas espero que fique pronta antes.

Natal foi colocado no dia 25 de dezembro pra absorver a antiga festa do nascimento do deus Sol de algum povo pagão. Um dia para se trocar gentilezas, e espalhar felicidade. Minha parte de gentileza é decoração de natal, minha parte de felicidade foram os presentes que dei.

A felicidade cabe na chave de um quarto, num i-pod, num cartão com desejos sinceros, ou até num monte de papel de seda, vareta e cola. Vinte e cinco pipas grandes e um quilo de rabiola trazem felicidade para um ano inteiro. Espalhar felicidade não é difícil.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

NO MONEY, YES HANDMADY

Voltava para casa no sossego até passar em frente uma lojinha de roupa. Essas de bairro mesmo. Havia camiseta por 10 reais. Preço bom, posso encontrar a roupa nova que usarei no ano novo.

Lá estava a camiseta. Bati o olho e gostei. Com crochet nas bordas, tão bonitinha! Regata amarela, só pode ser ela. No caixa, abri minha carteira... veio um turbilhão de lembranças.

As palavras que dei, os lugares onde me comprometi a ir. Pouco tempo atrás comprara tinta para tecido e pincéis. Precisava dois pincéis e um potinho de tinta preta, acabei comprando também amarela e branca. Não, a culpa não é das tintas, pode ser o bilhete único que podia carregar com 10 reais a menos no dia anterior. Porém raramente peço carona, sempre procuro passear de ônibus e metrô, o investimento foi válido. Olho pra carteira e me assusto.

- Não dá. Gostei mas.... não vou levar.
- Por quê? Esqueceu o cartão?

Apareça bonitinho na loja e os vendedores pensam que você tem cartão de crédito. Pode mexer nas peças em promoção meia hora, você tem cartão e muito dinheiro. Só é muquirana, mas tem grana.

- É, esqueci o cartão.

O cartão que não tenho. Vou passar vexame e dizer que não tenho sobrando pra comprar uma peça de promoção? Claro que esqueci meu cartão. Depois que fiz desacostumei a andar com dinheiro no bolso, é isso. Pra essa vendedora sou chique no último.

- Vou guardar a peça e mais tarde você passa aqui de novo, ok?
- É, pode ser, tudo bem.

Saio indignada. Isso significa que passarei o ano novo sem nenhuma roupa nova? Ninguém mandou ser desorganizada com as finanças. Gastar dinheiro com tinta... As tintas. Paciência.

Música da Cássia Eler. “Deus me fez um cara fraco, desdentado e feio. Pele e osso simplesmente, quase sem recheio... diz que Deus, diz que dá, diz que Deus dará...”

Não! Não passo o ano novo sem roupa nova. Deus me deu mãos e criatividade pra quê? Férias, tempo sobrando, artesanato. Artesanato é o que há. Começo a bolar três desenhos pra pintar, além do quarto que foi motivo da compra das tintas. A roupa do ano novo está garantida. Minhas camisetas velhas ganharão desenho e ficarão novas. Calças jeans receberão ponto russo com minhas novas agulhas. (Sim! Gastei com agulha em dezembro!) Só faço artesanato em roupa velha, pois se ficar ruim não estrago uma peça nova. Mas não tem erro, tudo vai dar certo.

sábado, dezembro 09, 2006

O Que é Isso?

Me senti Anormal quando No Aeroporto me ofereceram um saquinho de Amendoim Agridoce. Tentei explicar que levo uma Vida Diet, cheia de Simplicidade e não queria passar pela Sorte e Azar de três horas de espera na sala de embarque. Nessas horas me pergunto, Estudar Pra Quê? Se em grande parte da vida Tudo que se aprende na escola não serve pra nada? Me senti uma fracassada! Ao embarcar não pude dar Boa Noite Brasil pois já era madrugada. Alheios à situação, os fones de ouvido do avião tocavam uma música gostosa de escutar, tentei acompanhar. Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié! Foi nesse mantra que encontrei minha paz e TODA CURA PARA TODO MAL – o novo CD do Pato Fu.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Achei que ficaria cansativo se escrevesse novamente sobre livro, então escrevo sobre
TIMÃO DE ATENAS

Uma sátira que Shakespeare escreveu e rotularam de tragicomédia. Uma das poucas histórias desse autor que eu não sabia o final antes de assistir a peça. Demora pra acabar, você acha que o assunto já está saturado mas a história continua.

Fala sobre corrupção e gente ingênua de bom coração. Vulgarmente conhecido como trouxa, esse é nosso amigo Timão, o coração de Atenas.

Algumas abobrinhas especiais que a coisa me inspirou:

Já sei o que aconteceu! O cara parou de amolar a faca!

O otro continua fazendo salada.

Teoricamente só começa depois do terceiro sinal.

O gato subiu no telhado.

Simples, intenso e direto como o sol do meio dia (ou como um soco no estômago).