segunda-feira, dezembro 29, 2008

FAÇA SEU PEDIDO

- Utopia em verso, reverso e prosa.

- Quero sonho! Com recheio absurdo, e salpicado de carinho!

- Quero mandar um beijo pra minha mãe, pro meu pai e pra você!

- Uma porção caprichada de nada com coisa nenhuma, sem devaneio! Não tenho me sentido muito bem com devaneios...

- Quero ser pobre um dia na vida. Ser pobre todo dia é muito ruim.

- Duas mil dúzias de aplauso, dez toneladas de reconhecimento, cem gramas de influência em gerações vindouras, sucesso a todo vapor. Por gentileza, embrulhe tudo em glamour. É pra viagem.

- Um passado bem passado, um presente apresentável e um futuro brilhante.

- Um ano novinho em folha. Como? Não é preciso pedir? Nem um mês? Uma semana? Um dia? Duas horas? Dez minutos? Trinta segundos? Tem certeza que não preciso pedir? ENTÃO POR QUE TANTA GENTE VIVE SEM TEMPO???

Mais do que fazer pedidos, é preciso realiza-los. Quem se habilita a ir na contramão e atender desejos? Pode começar atendendo os próprios pedidos.

;-)

quarta-feira, dezembro 24, 2008

MENSAGEM DE FIM DE ANO

Se você dificilmente compra roupa nova para si, compre ao menos a roupa que você usará no último dia do ano. Simplesmente para começar o ano com algo novo. Questão de tradição.

Se você não colabora com nenhuma entidade beneficente ao longo do ano – deveria, pois o serviço público não dá conta do trabalho mesmo arrecadando horrores de impostos – ajude uma instituição de caridade. Muitas pedem brinquedo, o Estado de Santa Catarina pede roupa e comida, e o mendigo pede um Real pra tomar café da manhã, mas fica feliz ao receber uma paçoca.Tudo porque fim de ano é tempo de mudança de atitude, fim de ciclo.

Hora de fazer planos e mudar o mundo - em menos de um mês. Hora de falar de união, de paz... como estancar o sangue que jorra das páginas policiais dos jornais? Não é preciso apenas paz, é preciso harmonia, tolerância, paciência e compreensão. A paz é formada de vários valores, do mesmo modo que a cor branca é a união de todas as cores.

Fim de ano é tempo de pensar no próximo, mesmo que você não tenha feito nada pelo próximo durante o ano. Eis a melhor parte do amigo secreto: pensar e escolher algo bom para outra pessoa. Exercício de convivência numa sociedade cada vez mais mesquinha, onde cada umbigo é um centro do universo. Para não desapontar ninguém, aposte no vale -presente. Ateste sua incapacidade de analisar pessoas e seu medo medonho de errar. Sorria, ninguém vai reparar! Além do mais, quem detesta surpresa adora um vale presente, e costuma colocar dezenas de detalhes na lista do que deseja ganhar.

Nas festas: tradição, rotina, simpatia em todos os sentidos. Assim gira a roda da fortuna: de doze em doze meses tudo fica novo de novo.

segunda-feira, dezembro 15, 2008

RITMO CONSTANTE

Uma batida por segundo, assim pulsa meu coração.

Era sábado, descobri meu ritmo ao tentar doar sangue. Não consegui pela segunda vez consecutiva porque meu tecido não é muito vermelho. Falta ferro pra doar, falta a bendita da Hemácia circular. Outro dia novamente irei tentar.

sábado, dezembro 06, 2008

ALOOOOOOOOU!
VIDA SOCIAAAAAAAAL!
Onde você se econdeu, que mal te vi durante o ano inteiro?
Dezembro é só família em festa.
Podendo, todo fim de semana tem família reunida, durante o ano inteiro.

domingo, novembro 23, 2008

No momento esse sítio aproveita as baladas de Los Hermanos, banda que não deveria ter acabado.

Olha lá!
Quem vem do lado oposto
e vem sem gosto de viver...”

Nesse domingo aprendi que quem prende suas horas livres, quem fixa uma atividade como laser, pode transformar seu Hobby em negócio. Alguém já pensou em ganhar dinheiro fazendo o que gosta? Deveria ser normal... um livro ensina transformar trabalho em diversão, ou ao menos algo prazeroso. Não lembro o nome do livro, muito menos o autor, mas esse livro de auto-ajuda existe! Dia 17 de novembro um operado da Itaú Corretora tentou suicídio em pleno expediente da Bolsa de Mercadorias e Futuro. Arma calibre 38 e crise internacional contra o peito de 15 anos no emprego. NÃO BASTAVA PEDIR DEMISSÃO? Depois de cinco horas de cirurgia no hospital ele vive com muita dificuldade... certamente menos dificuldade do que tinha antes de tentar suicídio. Para maiores informações procure a família de Paulo Sérgio Silva, ele sumiu dos jornais. Rezo para que ele sobreviva, peça demissão e comece algo novo. Dedique-se ao laser preferido e ganhe dinheiro com isso. Por que não? Por enquanto não posso ganhar dinheiro com meu Hobby porque não prendo meu tempo livre em nada, minha diversão não tem rotina.

“Olha lá!
Que os bravos são escravos
sãos e salvos de sofrer...”
O Vencedor, Marcelo Camelo

segunda-feira, novembro 17, 2008

CARA ESTRANHO
(Marcelo Camelo)

Olha só, que cara estranho que chegou
Parece não achar lugar
No corpo em que Deus lhe encarnou
Tropeça a cada quarteirão
Não mede a força que já tem
Exibe à frente o coração
Que não divide com ninguém
Tem tudo sempre às suas mãos
Mas leva a cruz um pouco além
Talhando feito um artesão
A imagem de um rapaz de bem

Olha ali quem tá pedindo aprovação
Não sabe nem pra onde ir
Se alguém não aponta a direção
Periga nunca se encontrar
Será que ele vai perceber
Que foge sempre do lugar
Deixando o ódio se esconder
Talvez se nunca mais tentar
Viver o cara da TV
Que vence a briga sem suar
E ganha aplausos sem querer

Faz parte desse jogo
Dizer ao mundo todo
Que só conhece o seu quinhão ruim
É simples desse jeito
Quando se encolhe o peito
E finge não haver competição
É a solução de quem não quer
Perder aquilo que já tem
E fecha a mão pro que há de vir



PARA O CARA ESTRANHO
(ou VOCÊ NÃO SINCRONIZA)

Você que é tão ímpar
que não encontra par
me diz a sensação
de não sincronizar

Acha que ficar boiando
é o mesmo que nadar?
Sua devoção clemente
vai um dia lhe afogar
sua obediência paciente
serve pra lhe aprisionar

Se aprendeu no caminho
que é fácil andar sozinho,
poha logo o pé na estrada
e esqueça de me chamar:
você vive muito longe
e adora se protelar

Você nunca sincroniza
quando tenta acompanhar
não sabe que não precisa
de muleta para andar.

Obs.: Escrevi essa poesia há mais de dois anos. Até agora ninguém leu.

domingo, novembro 16, 2008

ANDO TÃO À FLOR DA PELE...

Preciso assistir "Cidade dos Anjos" ou vou chorar por qualquer motivo mais banal do que filme água com açúcar. "Cidade dos Anjos" não é água com açúcar, é apenas o melhor dos dois filmes que me provovam choro sempre que assisto.
O.O
Absurdamente sinto uma necessidade física de chorar.

... QUE QUALQUER BEIJO DE NOVELA ME FAZ CHORAR

quinta-feira, novembro 06, 2008

DEPOIS DE UM MÊS SEM NOTÍCIAS...

Eis que retorno com a má notícia: mudei de sala, não há mais Ipê e papagaios na janela. Era tão bonito! Periquitos, Maritacas e Papagaios apareciam para comer sementes do Ipê. Cada bando num horário ou num determinado dia da semana.

A boa nova: limpei o canteiro dos sítios vizinhos. As fronteiras do meu campo de abobrinhas diminuiram, porém ficaram mais sólidas e realistas.



EU ACHO que o mundo vai acabar, porque o novo presidente dos Estados Unidos é negro. O livro do Apocalipse falava de um Papa negro como início das mudanças, num tempo em que a igreja mandava em tudo. Quem manda no mundo hoje?? Pois então... o mundo pode acabar, mesmo o manda-chuva do pedaço sendo contra a guerra.

Isso lembra a contra-capa de "Belas Maldições", livro que Neil Gaiman escreveu com outro autor. No livro o anticristo é um garotinho de 11 anos que ama a natureza e adora cuidar de seu cachorro, que na verdade é uma besta infernal. Quem se atreve a matar um anticristo assim? E POR QUE AINDA NÃO TENHO NENHUM LIVRO DO NEIL GAIMAN?!

Voltanto ao fim do mundo, é preciso apenas uma bomba xinfrim em qualquer parte do planeta pra detonar de vez nossa bola azul. Como a natureza está indo pro vinagre, talvez nem seja necessário tanta potência quanto calculava-se antes. Mas também podemos presenciar a fúria da natura, mas nesse caso o mundo não acabaria só seria limpo por catástrofres. Mas o livro bíblico do Apocalipse não sugere exatamente uma limpeza do que há de ruim? INEVILTAVELMENTE, O FIM ESTÁ PRÓXIMO. Daqui a alguns minutos acaba o dia.

;-)
Descansem em paz.

segunda-feira, setembro 15, 2008

SOBRE A QUEDA DE PRODUÇÃO DE ABOBRINHAS VERDES

No tempo vago contemplo a janela. - QUE JANELA! Antiga, grande, com uma árvore ao lado.

O ipê lá fora está indeciso. Terminou a semana quase pelado, hoje voltou com mais flores. Os passarinhos agadecem, dão o ar da graça toda manhã.

Beija-flor, periquito, bem-te-vi, sabiá laranjeira, sanhaço, pardal e o célebre e feio POMBO PAULISTA. Esse último não fica no ipê, prefere o telhado da casa ao lado. Não vejo mais urubus, vejo mendigos duas vezes ao dia.

Vejo vitrines, vejo a moda que não me encanta, os poucos livros do caminho não me páram, vejo maquiagens, sapatos, bolsas e tapioca. Tapioca é bom, embora tudo seja completamente dispensável. O bom e velho Centro é bonito! Vejo restos do passado, lugares cheios de história. De tudo gosto de mais de olhar o ipê amarelo. Vivinho alí ao lado. No tempo vago contemplo a janela.

quinta-feira, agosto 28, 2008

segunda-feira, agosto 18, 2008

CARTA AO GLOBO RURAL

Me chamo Colombina, moro numa selva de pedra porém adoro acordar cedo aos domingos para acompanhar esse programa. As reportagens especiais são encantadoras, fazem meu dia começar alegre por mostrarem novidades do campo.

Possuo um pequeno sítio nessa selva, onde produzo abobrinhas verdes há quase três anos. Nos últimos meses notei em meio minha produção uma espécie de parasita que danifica não apenas minhas abobrinhas, mas minha vida como um todo. Antes que os insetos virem praga e devastem todo meu pequeno sítio, gostaria de uma sugestão para controla-los ou até mesmo erradica-los.

Envio anexa uma definição e uma pequena amostra da peste que me aflige: os insetos interiores.




OS INSETOS INTERIORES
(Fernando Aniteli, dO Teatro Mágico)

Notas de um observador:
Existem milhões de insetos naumáticos
Alguns rastejam, outros poucos correm
A maioria prefere não se mexer
Grandes e pequenos, redondos e triangulares
De qualquer forma são todos quadrados
Ovários oriundos de variadas raízes
Radicais, ramificações da célula rainha
Desprovidos de asas, não voam nem nadam
Possuem vida, mas não sabem
Duvidam do corpo
Queimam os seus filmes e suas floras
Para eles, tudo é capaz de ser impossível
Alimentam-se de nós
Nossa paz e ciência
Regurgitam assuntos e sintomas
Avoam e bebericam sobre as fezes
Descansam sobre a carniça
Repousam-se no lodo,
Lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são

Assim são os insetos interiores:
A futilidade encarrega-se de maestrá-los
São inóspitos, nocivos, poluentes
Abusam da própria miséria intelectual
Das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia
O veneno se refugia no espelho do armário
Antes do sono, o beijo de boa noite
Antes da insônia, a bênção
Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa...
... a família
São soníferos, chagas sem curas
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, in(f)vertebrados
Arrancam as cabeças de suas fêmeas, cortam os troncos,urinam nos rios
E na soma dos desagravos, greves e desaterros esquecem-se de si
Pontuam-se

A cria que se crie, a dona que se dane
Os insetos interiores proliferam-se assim
Na morte e na merda
Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago
Uma sensação de...
... o quê mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformado
Parece bem-vindo e quisto
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal-dizer
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais
E assim, animais ou menos assim
Descompromissados com o próprio rumo
Desprovidos de caráter e coragem
Desatentos ao próprio tesouro
Caem
Desacordam todos os dias
Não mensuram suas perdas e imposturas
Não almejam, não há alma
Já não mais amor
Assim são os insetos interiores

domingo, agosto 10, 2008

VIDA DIET
(John, do Pato Fu)

A gente se acostuma com tudo
A tudo a gente se habitua
E até não ter um lugar
Dormir na rua
A tudo a gente se habitua

Me habituei ao pão light
À vida sem gás
O meu café tomo sem açúcar
E até ficar sem comer
Sem te ver
A gente custa mas se habitua

Sem giz, sem água
Sem paz, sem nada

Não vai ser diferente
Se eu me for de repente
Se o céu cai sobre o mundo
E o mar se abrir
Em um inferno profundo

Se acostumou sem querer
Ao salto alto
Salário baixo, à vida dura
E até ficar sem TV
É bom pra você
Televisão ninguém mais atura



ISSO DÓI.

Ônibus, trem, metrô, horas de viagem. Levo o que me encanta para mostrar. Às vezes troco minha rotina, experimento novos horários, novas formas de se viver um dia.

Quer que eu faça algo? Peça. Quer minha companhia? Diga onde e quando.

Compreendo Deus e o mundo, atravesso o purgatório pra encontrar uma alma amiga. Ganho adulação como retribuição.

Sei que algumas dessas almas amigas jamais fariam o mesmo por mim. Covardes, orgulhosas, fracas. Incapazes de pagar na mesma moeda. Procuro não precisar delas, nessas horas não irei encontrá-las. Tudo que podem me oferecer é adulação... e algumas críticas, alertas. Sempre que me disponho a atravessar purgatórios. Não que as preciosas almas amigas fiquem paradas me esperando, elas geralmente vão aonde não costumo ir.

Quando as convido ir onde não estão acostumadas, elas dificilmente vão. Não têm a menor disposição de atravessar purgatórios. Não têm vocação para salvar meu dia, não são boas companhias: não acompanham. São diferentes demais da minha natureza, por isso se orgulham. Empertigam-se em seus ninhos e proferem suas sentenças sobre meu comportamento. Vêem-se livres, julgam-me cativa de um duro cotidiano.

Esse ser cativo, que contraditoriamente perambula com destreza pelas mais diversas realidades, entendendo o motivo de ser de cada uma. Esse ser cativo que atravessa purgatórios em busca de uma alma amiga. Esse ser dócil, que se banqueteia com elogios. Grita em alto e bom som:
EU
NÃO
PAREÇO
COM VOCÊ!

terça-feira, julho 29, 2008

BONECA DE SUCATA

No início era um punhado de lixo. Tudo deveria ser descartado: garrafas de Yakult, iogurte, bebida energética, óleo de cozinha. Também jogariam fora fitas de pano, tinta de parede, restos de linha. Lixo só vira sucata depois que inventam uma forma de aproveita-lo, até esse momento chegar é tudo lixo.

Lixo não tem dono. Ou melhor, o dono não quer, então qualquer um pode se apoderar dele e dar-lhe utilidade. Assim ele vira sucata. Também pode receber nome de retalho, matéria prima, sobra... tudo já foi lixo; e é bom saber que o que ainda não é lixo um dia será. No meio dessa história aparece a sucata.

Com sucata, criatividade e dedicação, surgiu a boneca de sucata. Agora já não é mais lixo, nem sucata, é brinquedo.

Boneca de sucata só é brinquedo enquanto houver brincadeira, só é sua enquanto possuir o nome que você escolheu. Nas brincadeiras ela pode mudar de nome e nunca voltar ao primeiro que teve, o importante é ter um sinal de que é sua – um nome escolhido só por você.





Isso é cartão que se escreva para criancinha de 4 anos?
NÃO!
Presente de criança não tem cartão.
O texto acima não é cartão, nunca será.
Não passa de uma abobrinha verde.

sexta-feira, julho 04, 2008

Dríades, as ninfas mortais

Na mitologia grega existiam três tipos de ninfas: dos oceanos, dos rios, e das florestas. Dríades eram ninfas da floresta, únicas ninfas mortais.

Cada árvore nascia com uma dríade, que usava a planta como morada. A vida da ninfa dependia da vida da árvore; quando a árvore adoecia, a nifa também adoecia, sempre que uma árvore morria, a dríade que morava nela também morria.

Dríades costumavam acompanhar e festejar com Pã pelas florestas.

Toda essa abobrinha veio d"O Livro da Mitologia - histórias de deuses e heróis", escrito por Thomas Bulfinch.

Infelizmente as ninfas não conseguiram impedir a devastação do continente europeu. Com a mudança de mentalidade humana a persevação ambiental perdeu sentido, não por séculos, mas durante milênios. O preço por desrespeitar vidas inocentes e mudas (em vários sentidos) do reino vegetal em nome do progre$$o está sendo cobrado agora.

Sofremos a vingança das plantas? Parece que sim... mas elas não fazem por mal. Elas só crescem e respiram, tudo na vida delas gira em torno de crescer e respirar no mesmo lugar. A vingança desses seres ocorre pela ausência, muitas vezes provocada pelo Serhumano. Esse bicho provocou, procurou briga, e agora tá levando pancada. Não era isso que queria? Livrar-se do mato inútil?

Pois bem, agora ninguém fica no mato sem cachorro.

Fica no deserto com cachorro.

terça-feira, junho 17, 2008

LIMITES DO PARAÍSO.

Deuses Americanos estão fora do Paraíso. Nenhuma obra de Neil Gaiman está na biblioteca do metrtô Paraíso.

O Paraíso também não tem espaço para o Elogio da Loucura, de Erasmo de Roterdã.

O Paraíso é um lugar limitado.

sexta-feira, junho 06, 2008

SÍTIO EM CLIMA DE FÉRIAS DE VERÃO
(Em pleno inverno.)

Tempo doido, sem noção.
Me leva feito furação.
Diga-me o sentido, irei na contramão.
Para voar, é preciso contrariar o ar.


Daqui Pra Lá
Titãs

Era um pacato cidadão
Sem documento
Não tinha nome,profissão
Não teve tempo

Mas certo dia deu-se um caso
E ele embarcou num disco
E foi levado pra bem longe
Do asterisco
Em que vivemos

Ele partiu e não voltou
E não voltou porque não quis
Quero dizer: ficou por lá
Já que por lá é mais feliz

E um espaçograma ele enviou
Pra quem quisesse compreender
Mas ninguém nunca decifrou
O que ele nos mandou dizer

O futuro é hoje
E cabe na mão

Vietvistavisão
Para azar de quem não sabe
E não crê
Que se pode sempre a sorte escolher
E enterrar quaquer estrela no chão

Vietvistavisão
Terramarear atenção
Fica a morte por medida
Fica a vida por prisão

terça-feira, maio 27, 2008

HOJE À NOITE

Mostraremos um lugar para o qual esperamos que você nunca tenha de ir. Nossa reportagem mostrará os horrores de uma cadeia pública.”

Interessante. Até hoje só conheço o interior de uma cadeia privada. Viver na condicional é tão legal!






P.S.: Isso parece quadrinho do Conrado. Yeah, a vida é uma blog.

quarta-feira, maio 07, 2008

psiu...

Hoje é dia do silêncio.

Não sei porquê, mas a data estava marcada na folhinha do Sagrado Coração de Jesus.
Aproveito pra contar um segredinho bem baixinho, bem mesquinho:
A revista em quadrinhos da vez é "A paixão do Arlequim", escrita por Neil Gaiman e publicada pela editora Conrad. Ainda não li, mas se alguém me der de presente eu prometo que não fico triste.

Não preciso de paixões para sobreviver, mas elas colorem bastante a vida. São florzinhas maravilhosas que não podem faltar se quisermos produzir algum fruto na vida. Mesmo que o fruto em questão sejam abobrinhas.

terça-feira, abril 22, 2008

Ano de 1500 D.C.

Intrusos estrangeiros invasores batizaram minha terra, que até então não precisava de outro nome que não fosse terra, de Brasil. Meu povo juntou-se a diversos povos, diversas etnias, e foi rotulado índio – gentios da terra para os estudiosos.

Desde então, comemora-se a vinda da cultura e ciência bárbara. Tudo que vem de além mar é bom, foi pelo que veio de lá que devo minha existência. Mas não vim de lá. Não vim de fora, sou gentio da terra. Algum antepassado meu pode ter vindo de fora, mas até quando ele deve ser louvado?

Aquele antepassado que escolheu essa terra para viver, gostaria de ver sua cultura natal cultivada até quando? Depois de ser expulso, ele gostaria de voltar à terra natal?

Viva a modernidade! A ousadia, audácia e presunção de quem ridiculariza e subjuga tudo que é diferente de si. Viva o progresso, viva a evolução. Viva tudo isso, mas chega de invasão.

A palavra de vez é OCUPAÇÃO. Se não usarmos o que é nosso, outros utilizarão.

quarta-feira, abril 16, 2008

O VÔO SOBRE O OCEANO
de Bertot Brecht

Última fala:
No tempo em que a humanidade
Começava a se conhecer,
Nós construímos aviões,
Com madeira, ferro e vidro,
E atravessamos os ares voando;
Por sinal, com uma velocidade
Superior em mais do dobro à do furacão.
E na verdade nossos motores eram
Mais fortes que cem cavalos, mas
Menores que cada um deles.
Durante mil anos tudo caiu de cima para baixo,
Com exceção dos pássaros.
Nem mesmo nas mais antigas pedras
Encontramos qualquer testemunho
De que algum homem
Tenha atravessado os ares voando.
Mas nós nos erguemos.
Próximo ao fim do segundo milênio de nossa era
Ergueu-se nossa
Ingenuidade de aço,
Mostrando o que é possível
Sem nos deixar esquecer:
O QUE AINDA NÃO FOI ALCANÇADO
A isto é dedicado este relato.

- Finalmente minha monografia engatou a primeira marcha e segue no automático. Ainda não foi alcançado um texto decente, uma volume considerável de conhecimentos, mas os retalhos estão na mão para serem alinhavados numa velocidade "Superior em mais do dobro à do furacão.". Essa abobrinha invoca o famoso teatrólogo alemão com a finalidade de "não nos deixar esquecer o que ainda não foi alcançado.".

quinta-feira, março 27, 2008

DITO POPULAR:
A vingança é um prato que se come frio.

- Potanto a vingança é um pudim de pão: mesmo com ingredientes simples, leva um tempão pra ficar pronto.


COMO ESCREVO MONOGRAFIA

Nunca me esquecerei da primeira monografia que escrevi. Estava na 8ª série e a sintética monografia - menos de 20 páginas - levou o nome de "Basicamente o Básico Sobre Teatro". Muitos contavam a história do teatro, desde a Grécia até os dias atuais. Resolvi comparar o teatro de Shakespeare com o teatro Grego, duas bases teatrais. Trabalho do bimestre, feito em 1 semana. Além do trabalho final, guadei os rascunhos: são malucos!

Naquele tempo pesquisei em biblioteca. Primeiro defini o índice, conforme a professora de história havia mandado. Depois consultei livros e anotei o que achava interessante. Então relia o que havia escrito e anotava ao lado em qual capítulo a observação se encaixava. Montava os textos costurando as observações. Quando revejo os rascunhos, acho incrível como consegui o feito sem computador em casa. Fui absorvida pela pesquisa a ponto de, entre dezenas de observações das folhas, saber a qual parte pertencia o trecho que havia escrito mesmo sem conferir as anotações do lado.

Sim, a monografia tirou conceito máximo. O índice abria com chave de ouro: dividido em atos, como numa peça. Ousadia, licensa poética ou coerência?A intenção imediata era fazer a professora descansar os olhos das monografias de estrutura sempre igual. A intenção final era reutilizar minha pesquisa na faculdade de Artes Cênicas, onde entraria depois de concluir o Ensino Médio.

O tempo - e duas reprovações na segunda fase da FUVEST - me fez desistir de trilhar o caminho do circo, correr atrás da arte. Na vida severina é preciso antes de tudo sobreviver, acabei trilhando caminhos de sobrevivência. Mas sem deixar de cultivar abobrinhas inúteis, sem me desligar completamente da arte: longe do picadeiro reencontrei artesanato. Venho através desse texto anunciar que Colombina volta a buscar uma troupe pra chamar de família, um circo pra chamar de lar.

sexta-feira, março 21, 2008

E seu nome era Jesus de Nazaré
sua fama se espalhou e todos vinham ver
o fenômeno do grande pregador
que tinha tanto amor...”

Durante muito tempo esse foi meu dia preferido no ano: SEXTA-FEIRA SANTA.

A princípio gostava do macarrão com sardinha que só ia pra mesa em dias de jejum. Depois me engajei na procissão e encenação da Via Sacra, doei o vestido de Verônica e fiz duas armaduras de soldado. Nessa época ainda não trabalhava com lacre de latinha, as armaduras foram de crochet, barbante, tinta e muita purpurina prateada. Elmos de caixinha de leite e lã. Encarnei Maria uma vez:

“Maria Madalena, vem aqui, vem ver.
Esse é meu filho, ele vai morrer.”

Depois de algum tempo afastada, volto a ler nas missas. Sexta-feira santa conserva o simplório macarrão com sardinha, fazendo minha alegria e desagradando quem deseja um prato mais especial. - Aqueles que não passam sem um bom bacalhau. – Contemplo o dia limpando a casa.

Quem lê meu espaço há muito tempo sabe que entre Quaresma e Páscoa sempre coloco um texto incentivando a DOAR SANGUE. Pois bem, pego carona no sangue do Deus vivo derramado em cada comunidade católica nesse dia para lembrar a seus seguidores que o sangue de Cristo também corre em nossas veias.

Também podemos amar o próximo, dar a vida – ou um pouco dela – a quem precisa. Podemos amar a todos, podemos promover a união, podemos fazer milagres, pois somos todos filhos de Deus: carregamos e somos um pedaço Dele. Para um católico, nada é mais coerente do que doar sangue voluntariamente.

Pena que minha família ainda estranhe eu doar sangue sem conhecer quem precise.

“...e mataram a Jesus de Nazaré
e no meio de ladrões pregaram sua cruz
mas o povo ainda tem medo de Jesus
que tinha tanto amor.”

domingo, fevereiro 17, 2008

O FILME DA VEZ É...

Sweeney Todd, o barbeiro assassino da rua... ah! Que nome esquisito! Está em inglês, pronto, não lembro. Filme musical dirigido por Tim Burtom, aquele roteirista de quadrinhos que escreveu Sim City, lembra?

Então você lembra de sangue, violência e personagens visualmente caricatos. Eis o melhor feito de Sweeney Todd: juntar Edward Mãos de Tesoura com Belatrix Lestrade, a prima malvada de Sirius Black, uma das vilãs do filme Harry Potter e a Ordem da Fênix.

Belatrix aparece pouco em Harry Potter e a Ordem da Fênix, o suficiente para deixar seu pálido rosto e seus cabelos mal penteados como marca registrada de uma assassina insana. Sem contar os clássicos olhos encovados, olhos de defunto. Qual a graça de um rosto pálido sem olhos encovados?

Em Sweeney Todd os pares de olhos encovados se unem para livrar os mortos da cova. O barbeiro precisa vingar-se, e nossa coadjuvante recheia suas tortas com os presuntos que tal vingança produz. A atriz foi de assassina para o papel de cúmplice, não menos insana, porém mais participativa na trama.

Não posso deixar de dizer que Johnny Deep é um ótimo ator, Sweeney Todd tem personalidade completamente diferente de Edward Mãos de Tesoura: o barbeiro é humano, Edward era um anjo. São apenas visualmente parecidos. Isso depois de ficar irreconhecível (e famoso) incorporando o Capitão Jack de Piratas do Caribe.

O visual do filme é caricato, mas personagens e história não. Ótimo para quem tem medo de filmes de terror: mortes simples, pequenos sustos e muito sangue. No meio de tudo, quebrando toda carnificina, um romance água com açúcar alcança seu “felizes para sempre” fazendo com que o espectador saia da sala aliviado. Bom, muito bom. O filme da vez.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

A BANDA DA VEZ NÃO É...

Móveis Coloniais de Acaju. Em meio a um porre sonoro, com vários instrumentos de sopro e longas letras quase sem nexo digo que não é tão bom quanto esperava. Se bem que não esperava nada, fui na surpresa.

Realmente surpreende, as músicas são animadas, mas as letras... muita historinha que não leva a nada. Divertido e enjoativo. A voz do vocalista não fica muito clara entre os instrumentos - coisa essencial pra quem se amarra em poesia.

Não esperava um novo Chico Buarque, Renato Russo ou Marcelo Camelo, cada um tem seu tempo e seu jeito.Um som dançante, mas sem letras boas. Afinal, quem disse que é preciso poesia para música fazer sucesso? Estão de prova as bandas de funk e axé pipocando nas rádios.

Móveis Coloniais de Acaju estão longe das rádios, mas com tudo nos palcos e na rede. Rede internacional de computadores, onde disponibilizam todas suas músicas alimentando o fenômeno não virtual levar grande público aos shows. Móveis Coloniais de Acaju e O Teatro Mágico são fenômenos que merecem ser notícia. A crítica musical solta o verbo em cima dessas bandas com muita dor de cotovelo por não utilizarem a mídia convencional (rádio, jornal, televisão) para obter sucesso.

Embora divertida, sonoramente passa longe de Mamonas Assassinas, lembra vagamente O Teatro Mágico pelos instrumentos de sopro; chama-se Móveis Coloniais de Acaju: mobília barulhenta e um tanto fora de moda. Boa para quem não gosta de moda.


Confira tudo isso e mais um pouco em:
http://www.moveiscoloniaisdeacaju.com.br/

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

BRINCANDO DE SER REI
(Samba enredo do Brás, bloco de carnaval de Monte Santo de Minas)

Vem, vem brincar
de ser rei
vem sacudir
é carnaval
vou coroar e ser feliz

Vem, vem brincar
de ser rei
vem sacudir
vem “brasear”
arrepiar e pedir bis

Pelas ondas
desse mar eu quero navegar
de encanto e magia
ilusões e alegria
e nesse sonho vou viver essa emoção

A rainha das flores
hoje vem enfeitar
africanos, espanhóis
no picadeiro
o show vai começar

No castelo tão lindo
rei, rainha e princesa
o Brás quer ver você sorrindo, meu amor
deixe de tristeza

No jogo do baralho
só as cartas vão dizer
o rei é a carta na manga
e nesse jogo
tudo pode acontecer

Xeque xeque xeque mate
eu vou dizer
Xeque xeque xeque mate
peguei você

Xeque xeque xeque mate
eu vou dizer
Xeque xeque xeque mate
peguei você

Vem brincar, vem ser feliz
nessa noite tão real
a alegria está aqui
é o Brás coroando o carnaval.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

POR QUE VOCÊ CHORA?

-Porque tenho amídala! BUÁÁÁ...

Existe uma amídala no cérebro que nos faz relacionar fatos e chorar, mas ninguém se contenta com esta resposta; talvez alguma prova de medicina. Mesmo assim estaria meio certo, deve-se explicar todo o processo de formação da lágrima além de mencionar neurônios e reações químicas envolvidas...

Quem pergunta por que choramos quer nos consolar, se importa conosco. Há basicamente dois caminhos depois de saber a resposta:

O primeiro concluir que o choro foi provocado por algo pueril, bobo, mesquinho. Não é preciso chorar, não adianta nada. Esse caminho é o mais utilizado e recrimina o choro, pois chorar incomoda. Também forma uma pessoa machista: chorar demonstra fragilidade, e se você for frágil nesse mundo cruel, será esmagado.

O segundo caminho é dizer para continuar chorando. Lágrima existe para ser derramada, para demonstrar sentimentos, é preciso sentir tristeza para que ela passe, toda reação é válida na purificação do espírito. Afinal a vida não é feita apenas de risos, quando entramos nela nos sujeitamos a todos os sabores e dores. Esse caminho não é o mais humano, é o mais hedonista: estimula seguir os instintos, buscar a satisfação.

Como educar alguém? Como reagir? Estimular força emocional ou sensibilidade natural? Encontre a resposta sem esquecer que ambos caminhos têm pedras.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

MENTIR X OMITIR

As palavras rimam até certo ponto, mas não são iguais. Meu amiguinho, Minidicionário da Língua Portuguesa da editora Melhoramentos, vem esclarecer o fato.

Mentir: Dizer mentiras. Induzir a um erro, ser causa de enganos.
Mentira: Ato de mentir. Afirmação contrária à verdade. Juízo falso.

Portanto para mentir é preciso contrariar a verdade. Agora meu amiguinho mostra mais duas palavras.

Omitir: Deixar de fazer ou dizer alguma coisa, não mencionar. Descuidar, desleixar, negligenciar.
Omissão: Falta, lacuna.

A omissão não contraria a verdade, apenas deixa de menciona-la. Exemplo: Durante a ditadura militar brasileira muitas pessoas foram torturadas. – A frase omite quantas pessoas foram torturadas, quem eram essas pessoas, como foram torturadas, porquê sofreram torturas. Contudo a afirmação é verdadeira.

O Minidicionário só não é um amigão porque é mini, pequenininho.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

VENDE
SE
GELADINHO

Diz uma placa pequena na garagem de uma casa.

Quando não está geladinho a casa não vende.

Mas o que, qual coisa é vendida se o tempo está geladinho?Eis a pergunta que não quer calar.


(Sim, leitores não alados, sei que faltou apenas um hífem para não causar o tipo de interpretação acima; sei o sentido verdadeiro que a mensagem pretendia atingir - e atinge por tolerância dos passantes.)

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Finalmente li um livro de Paulo Coelho. O mais famoso, o primeiro. Nessa vida de leitora aprendi que é no primeiro livro que o autor expressa tudo o que deseja transmitir. O que vem depois geralmente é mais do mesmo. Assim é com Jostein Gaarder, com o autor de “Fernão Capelo Gaivota”, e a trilogia de filmes “Matrix”.

O LIVRO DA VEZ É...

O Alquimista.

Realmente ótimo. Alguém já pensou no que é ser um pedaço de Deus? A turma da bruxaria endeusa a Natureza e lembra seus seguidores que eles fazem parte dessa mesma natureza. Verdade que um pedaço de qualquer coisa não é a coisa inteira, mas carrega características em comum com esse todo maior e pode desenvolver-se para qualquer lado pois tem conexão, pode ligar-se. Vem lembrar o que significa ser filho ou discípulo de Deus, fazer parte da Natureza.

A narrativa tem um ritmo que permite ler o livro numa tarde - não é por acaso que Paulo Coelho é um dos autores mais lidos. As idéias transmitidas estão na linha de “Fernão Capelo Gaivota”, “Ilusões”, “O Segredo”, “A lei da Atração”. Tudo do livro pode ser aprendido por observação, mas cada um observa a vida de um jeito, e há outros que estão ocupados demais para contemplar o mundo em que vivem.

A mensagem que identifiquei como central é que qualquer um pode tudo. Tudo, por mais absurdo que pareça, pode ser conseguido. Basta pura e simplesmente acreditar com fé. Além disso, somos cercados por espelhos: há um pouco de nós em tudo que está próximo e tudo que está próximo coloca algo em nós, então tudo se atrai, tudo interage o tempo todo.