sexta-feira, março 24, 2006

MI QUERIDO DIARIO
Abobrinhas políticas são um pouco indigestas.

ABOBRINHAS CULTIVADAS EM NÍVEL SUPERIOR por 5 pessoas. São colaboradores: Verônica, Edigar, Fang e Isabella. Dinâmica da aula de Tecnologia em Secretariado.


Acordei às seis da manhã, não arrumei a cama, fui lavar o rosto e trocar de roupa. Depois fui pra cozinha onde comi pão com mortadela e tomei café com leite.

Fui para o ponto de ônibus onde esperei quinze minutos até ele chegar. Naquele dia minha primeira aula era alemão e eu só sabia que chinela é a mesma coisa tanto em alemão quanto em português. Como diabos deveria ser alemão? Idioma mais estranho está para ser inventado.

Desci do ônibus e tomei o metrô, estava chovendo. Cheguei atrasada. Para variar, não teve problema pois a professora chegou depois de mim. Falou algumas coisas em alemão e eu não pude entender nada. Mas de certa forma gosto desse idioma. O alemão está na moda talvez porque a copa do mundo é na Alemanha. Tudo que é moda é uma droga, mas passa porque moda é moda, lembra a palavra mudança, logo, terá outra coisa para se mudar. Tudo muda e depois se descarta. Não serve, joga fora e pronto.

Assim também é a vida, devemos estar abertos às mudanças e saber discernir sobre o que é bom ou ruim para nós.

Ainda não sei o que dizer das aulas de alemão, no entanto, com o tempo decidirei o que é o melhor para mim e para meu futuro.

Mas uma coisa eu tenho certeza, tenho que me esforçar bastante para fazer tudo isso valer a pena, pois tudo vale a pena se a alma não é pequena. Ah, mas antes de terminar gostaria de lembrar que o pior está por vir. Em breve terei aula de francês... na verdade eu gosto muito de ter aulas de idiomas, porém tudo que me remete à França me causa enjôo. A começar pelo “escargot”... Será que existe algo mais agoniante que comer lesma? Bom, eu sei o que é agonia... Namorei um francês... ele cheirava muito mal.

sexta-feira, março 17, 2006

Por quê estudante de faculdade pública reclama do governo

Governador e prefeito vivem assinando decreto de lei, licitação, e nas eleições aparecem na televisão mostrando o que a gestão deles fez. Com assinatura desses homens escolas são construídas, ruas são pavimentadas, bueiros são limpos, leis são decretadas, verbas são liberadas. Costumam pensar que verba para educação só se usa construindo escola e melhorando merenda, daí vai o sorridente cidadão dizer que na sua administração construiu X faculdades, criou N cursos superiores. Detalhe: sem contratar mais professores.

“Por fora bela viola, por dentro pão bolorento.” Assim segue o processo de sucateamento das faculdades paulistanas. Não tem passeata ou greve de professores que resolva. Na FATEC reformulam cursos a torto e a direito. Mais torto do que direito: tiram um teco de matemática e toda a humanidade do curso, batizam como Sistema de Informação. Era Processamento de Dados. Quem passou em Edifícios ainda não sabe ao certo o que estudará nos próximos anos, não divulgaram o projeto da grade curricular.

O governo mostra quantidade, não qualidade. Anos atrás aprovou o sistema de ensino que não reprova aluno em qualquer série do ensino fundamental para gastar menos, quando deveria reestruturar o método de ensino. Constrói faculdades mas passa anos sem contratar docentes, vez ou outra atrasa pagamento dos que existem. Clímax: passeata na avenida Paulista.

Não é certo tratar gente como tijolo e comprimido, como parte da obra que saiu do papel que prefeito ou governador assinou no gabinete. Custa aos governantes entender que São Paulo não é só concreto e farmácia. Apenas compromisso se faz necessário, manter e melhorar o que existe. Difícil entender que escolas e hospitais precisam de bons funcionários para funcionar bem? Difícil preocupar-se acima de tudo com a qualidade de vida do próprio povo? Manter a palavra e ser coerente, não há governante que agüente.

sábado, março 04, 2006

Furacão Sem Lágrimas

Brinquedo infantil, Fadinha Guerreira que não chorava. Controlava os ventos, tinha um rebanho de nuvens, era loira de franja e cabelo escorrido, uma cicatriz em seu olho denunciava que era incapaz de produzir lágrimas. Vez ou outra entrava em profunda tristeza por não chorar. Todas as outras fadas podiam fazê-lo, mas sua natureza cruel a impedia. Não reparava que embora pudessem, as outras fadas também não choravam. Furacão precisava lembrar-se de que o fato de não chorar não lhe atrapalhava em nada.

Inveja é coisa triste, pode aparecer nas coisas mais banais. Tem sentido invejar sofrimento? Sentimento, sorte, qualquer coisa? Tudo que não se tem, pode-se conseguir. Tudo que não se vive é porque ainda não se está pronto para enfrentar. Há coisas pelas quais nem todos hão de passar ou conhecer por mais que ambicionem. Porque não estão preparados ou não precisam.

Lição da Furacão Sem Lágrimas.
Brinquedo infantil, personagem de faz de conta.


Estranho é que no dia seguinte ao digitar as linhas acima, descobri que a figura da menina que não chora ronda o imaginário coletivo não é de hoje. Foi mencionada na última parte de “Convergência”, do Sandman que Neil Gaiman escreveu.