quinta-feira, dezembro 28, 2006

A ÁRVORE de casa é a mais importante da família. Em baixo dela todo natal Papai Noel coloca os primeiros presentes que o povo ganha. Vovó mora conosco, e há mais ou menos dez anos a decoração de natal é minha responsabilidade.

Comparada a outras casas, a decoração que faço é meia boca. Aquela coisa só pra não dizer que não falei das flores. Embora esse ano a árvore tenha levado só bolas de natal e festões, o que já é uma seleção decorativa, é raro aplicar alguma estética. No dia da festa aparece também o painel do presépio, que virou tradição há quatro anos. O painel chama mais atenção que qualquer outra coisa, posso enfeitar seis plantas da garagem como árvores de natal que ninguém nota se não disser que passei horas na tarefa.

Esse ano o natal foi realmente diferente. Mamãe gritou menos, minha parte foi até divertida. Fiquei maravilhada com a idéia que tive pra decoração. Roupa de natal? Não precisa ser nova, não é? Presente pra família? Meu irmão e eu não achamos nossos tapetes de dança. Vamos nos contentar com cartões. Missa? Não fui. Descobri que só Papai Noel entrega presente pra criançada, outras pessoas só entregam se sortearem no amigo secreto. Escrevo porque uma de minhas funções é embrulhar presentes. Que fique bem claro: embrulho, não entrego. Tentei entregar e estraguei tudo. De boas intenções o inferno está cheio.

Ganhei camiseta que usarei no ano novo. Tenho calça para bordar antes de pintar camisetas velhas. Até agora retoquei o desenho de três, mas não pintei nada novo. Não usarei a calça que estou bordando no ano novo, mas espero que fique pronta antes.

Natal foi colocado no dia 25 de dezembro pra absorver a antiga festa do nascimento do deus Sol de algum povo pagão. Um dia para se trocar gentilezas, e espalhar felicidade. Minha parte de gentileza é decoração de natal, minha parte de felicidade foram os presentes que dei.

A felicidade cabe na chave de um quarto, num i-pod, num cartão com desejos sinceros, ou até num monte de papel de seda, vareta e cola. Vinte e cinco pipas grandes e um quilo de rabiola trazem felicidade para um ano inteiro. Espalhar felicidade não é difícil.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

NO MONEY, YES HANDMADY

Voltava para casa no sossego até passar em frente uma lojinha de roupa. Essas de bairro mesmo. Havia camiseta por 10 reais. Preço bom, posso encontrar a roupa nova que usarei no ano novo.

Lá estava a camiseta. Bati o olho e gostei. Com crochet nas bordas, tão bonitinha! Regata amarela, só pode ser ela. No caixa, abri minha carteira... veio um turbilhão de lembranças.

As palavras que dei, os lugares onde me comprometi a ir. Pouco tempo atrás comprara tinta para tecido e pincéis. Precisava dois pincéis e um potinho de tinta preta, acabei comprando também amarela e branca. Não, a culpa não é das tintas, pode ser o bilhete único que podia carregar com 10 reais a menos no dia anterior. Porém raramente peço carona, sempre procuro passear de ônibus e metrô, o investimento foi válido. Olho pra carteira e me assusto.

- Não dá. Gostei mas.... não vou levar.
- Por quê? Esqueceu o cartão?

Apareça bonitinho na loja e os vendedores pensam que você tem cartão de crédito. Pode mexer nas peças em promoção meia hora, você tem cartão e muito dinheiro. Só é muquirana, mas tem grana.

- É, esqueci o cartão.

O cartão que não tenho. Vou passar vexame e dizer que não tenho sobrando pra comprar uma peça de promoção? Claro que esqueci meu cartão. Depois que fiz desacostumei a andar com dinheiro no bolso, é isso. Pra essa vendedora sou chique no último.

- Vou guardar a peça e mais tarde você passa aqui de novo, ok?
- É, pode ser, tudo bem.

Saio indignada. Isso significa que passarei o ano novo sem nenhuma roupa nova? Ninguém mandou ser desorganizada com as finanças. Gastar dinheiro com tinta... As tintas. Paciência.

Música da Cássia Eler. “Deus me fez um cara fraco, desdentado e feio. Pele e osso simplesmente, quase sem recheio... diz que Deus, diz que dá, diz que Deus dará...”

Não! Não passo o ano novo sem roupa nova. Deus me deu mãos e criatividade pra quê? Férias, tempo sobrando, artesanato. Artesanato é o que há. Começo a bolar três desenhos pra pintar, além do quarto que foi motivo da compra das tintas. A roupa do ano novo está garantida. Minhas camisetas velhas ganharão desenho e ficarão novas. Calças jeans receberão ponto russo com minhas novas agulhas. (Sim! Gastei com agulha em dezembro!) Só faço artesanato em roupa velha, pois se ficar ruim não estrago uma peça nova. Mas não tem erro, tudo vai dar certo.

sábado, dezembro 09, 2006

O Que é Isso?

Me senti Anormal quando No Aeroporto me ofereceram um saquinho de Amendoim Agridoce. Tentei explicar que levo uma Vida Diet, cheia de Simplicidade e não queria passar pela Sorte e Azar de três horas de espera na sala de embarque. Nessas horas me pergunto, Estudar Pra Quê? Se em grande parte da vida Tudo que se aprende na escola não serve pra nada? Me senti uma fracassada! Ao embarcar não pude dar Boa Noite Brasil pois já era madrugada. Alheios à situação, os fones de ouvido do avião tocavam uma música gostosa de escutar, tentei acompanhar. Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié! Foi nesse mantra que encontrei minha paz e TODA CURA PARA TODO MAL – o novo CD do Pato Fu.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Achei que ficaria cansativo se escrevesse novamente sobre livro, então escrevo sobre
TIMÃO DE ATENAS

Uma sátira que Shakespeare escreveu e rotularam de tragicomédia. Uma das poucas histórias desse autor que eu não sabia o final antes de assistir a peça. Demora pra acabar, você acha que o assunto já está saturado mas a história continua.

Fala sobre corrupção e gente ingênua de bom coração. Vulgarmente conhecido como trouxa, esse é nosso amigo Timão, o coração de Atenas.

Algumas abobrinhas especiais que a coisa me inspirou:

Já sei o que aconteceu! O cara parou de amolar a faca!

O otro continua fazendo salada.

Teoricamente só começa depois do terceiro sinal.

O gato subiu no telhado.

Simples, intenso e direto como o sol do meio dia (ou como um soco no estômago).

quinta-feira, novembro 23, 2006

O LIVRO DA VEZ É
A Revolução dos Bichos, de George Owel

Estava a procura de Fazenda Modelo, de Chico Buarque. Na falta, peguei outros bichos numa história similar. A Revolução dos Bichos inclusive é mais antiga que Fazenda Modelo. Pensei que fosse um estímulo ao socialismo. No começo até que é, mas termina como crítica. Sátira da revolução Russa e seus resultados. Praticamente revolução Russa maqueada. Que devorei em dois dias.

Uma sensação de “já vi essa história”, quando os porcos começam a maltratar e reprimir outros bichos na desculpa que os dias atuais são melhores que os anteriores, que o domínio anterior pode voltar. E quando pegam um pra Cristo? Todas as maldades são culpa daquele sujeito, principalmente pelo fato dele ter desaparecido da história há um bom tempo. Os poderosos jogam com a ignorância e falta de memória dos bichos. Com muito blábláblá, convencem a maioria do que lhes é proveitoso.

Porém, o que o livro mostra não aconteceu só na revolução Russa ou quando a esquerda chegou ao poder de qualquer país. Acontece com qualquer forma de governo, acontece nos grêmios estudantis. Aquele cartaz dizendo como era e o que a atual gestão fez não é pra ser concluído com “se quiser que o passado não volte, continue votando na gente”. Esse tipo de comparação é simples mostra de resultado, pois se a gestão propunha mudanças e as realizou, não fez mais que a obrigação.

Chego a conclusão de que qualquer forma de poder ou sistema pode ser corrompido. Os partidos não salvam ninguém, embora sobrevivam mais que as pessoas, ideologias não valem nada sem quem as defenda.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Abobrinha sentimental

Quero pedir desculpas a João. Faz dois anos. Não há como encontra-lo, em memória tenho seu primeiro nome, seu rosto e que jogava hóquei. Tinha nome composto, esqueci o segundo porque usava só o primeiro. Faz sete anos recusei um coração dourado de quem podia ser meu primeiro namorado.

Ele não merecia o mal que lhe fiz. Demorei cinco anos pra perceber a dimensão desse mal. Os amigos diziam que um dia sofreria igual, esse dia nunca chegou. Talvez nunca chegue, seria justo demais para um mundo tão vil. Desculpa não resolve nada. Apenas comprova a consciência de quem cometeu um erro.

Tinha 15 ou 16, e um instinto suicida imperceptível a terceiros. Suicidas não merecem ser felizes, simplesmente porque não acham que mereçam. Quando a felicidade fica a um palmo de distância, o suicida acredita cegamente que aquilo não pertence a ele, que tudo não passa de fumaça. Daí Constantine não beija a mocinha no final e todos vivem felizes para sempre no filme. Como impedir alguém de cortar os próprios pulsos? Esse dilema o Centro de Valorização da Vida tenta resolver há anos.

O que aconteceu há sete anos: João me deu um presente de aniversário com uma carta que não abri. Nem presente nem carta. Deixei no meio de uma praça. Se levasse para casa teria de me explicar, e eu não queria. Receber presente, me explicar em casa, e o principal: não queria o coração do João. Tentei deixar claro. Havia muita gente melhor que eu por aí, não era difícil encontrar. Aquele cara merecia alguém melhor.

Merecia uma garota doce e romântica, e de preferência que não fosse suicida. Que não vivesse se boicotando, se escondendo em personagens de teatro. Eu era cítrica. Desde aqueles tempos minha força emocional petrifica meu coração.

Nunca fui suicida de cortar os pulsos, mas cortava ligações. Foi bem no começo e de uma vez só, era tortura condensada e explosiva. Achei que fosse fácil ele esquecer, não durou muito tempo, na verdade nem começou. Se alguém me fizesse coisa igual, não sofreria.

Ele tinha um coração de ouro, e sem perceber gostou de uma suicida. O mal que fiz não era pra ele, mas pra mim. Ninguém segurou minhas mãos, e se gritassem para parar, eu não escutaria. Precisava contrariar, provar ao mundo e a mim mesma que era cítrica e forte e insensível. Coisa de adolescente. Nesse caminho judiei de um coração.

PORÉM Hoje em dia ando menos suicida que naquela época.

terça-feira, novembro 07, 2006

VOCÊ FOI CONVOCADO PARA SER MESÁRIO NAS ELEIÇÕES.Não jogue uma rodada.
Parte IV

Segundo turno, apareci na seção faltando dez minutos para as sete horas da manhã. Morrendo de sono. No dia anterior vira uma peça de cinco horas de duração e emendara com algumas horas de chorinho no bar onde minha amiga comemorou seu aniversário. Chegara em casa por volta das quatro e meia da matina.

Sete e pouco chega o presidente da mesa e a primeira secretária. Ajudei a colocar as mesas no lugar, o layout determinado pelo governo não ajuda muito na circulação dos eleitores. Depois recebi a boa nova: o número de mesários caiu, agora precisam apenas de quatro pessoas. Fui dispensada sem papel nenhum para servir de recordação. Em compensação fui a primeira a votar na minha seção.

Voltei e dormi até não poder mais.

Será que na próxima votação me convocarão novamente? Gostei da experiência. Se não me chamarem, entrarei naquele programa de voluntariado para ser mesária.

segunda-feira, outubro 16, 2006

LULA LÁ

Sabe por quê o candidato do Partido dos Trabalhadores não toca no assunto do dossiê contra José Serra? Por quê o outro partido quer tanto saber de onde veio o dinheiro? Por causa do artigo 30 do código eleitoral. Mais precisamente o segundo parágrafo:

“Comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos, para fins eleitorais, será negado diploma ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado.” Esse parágrafo foi incluído pela Lei nº 11.300 de 2006.

Quando um partido lança candidato próprio, cria-se o comitê financeiro, que é responsável por todos os gastos da campanha. Porém os candidatos também assinam as prestações de contas, são responsáveis pela veracidade das informações financeiras e contábeis. Parece que todos os gastos dos candidatos de um mesmo partido estão interligados, o comitê financeiro distribui todos os recursos.

Então o eleitor imagina uma prestação de contas geral, onde o candidato a presidência não esclarece de onde saiu o dinheiro que compraria informações que seriam usadas pelo próprio partido. Porque dinheiro em espécie não tem dono nem procedência. Ele deveria saber, o comitê financeiro do partido deveria informar a qualquer um que se interessasse. Ao menos os membros do próprio partido.

É justo um país ser governado por um partido que age dessa maneira? Um candidato a representar um país inteiro, não sabe e não se responsabiliza pelo que acontece nem no próprio partido. O que é um partido político? Um aglomerado de pessoas que luta pelo mesmo objetivo e pensa da mesma maneira em geral. O camarada não se importa com o que acontece com seus “companheiros” mas vai defender os interesses da população. Com certeza Lula ganha essa eleição.

Ganha porque sabe fazer campanha. Nesses quatro anos de governo tudo a maior estrela petista fez foi campanha. Apareceu de tudo quanto é jeito, sempre que pôde. Tem tudo pra ganhar.

A palhaça que aqui escreve sabe que não adianta espernear. O pior cego é aquele que não quer escutar.



AQUI NESSE MUNDINHO
fechado ela é incrível...
(Garota Nacional, Skank)

A poesia Intruso, que apareceu nesse sítio meses atrás, ganhou melodia! Virou música. Tá tão bonitinha! Tem até refrão!
O responsável pela proesa é Antônio Carlos, se bobear ele até grava no próximo CD dele. Sim, ele é um cantor e compositor não profissional, mas muito legal.

quinta-feira, outubro 05, 2006

VOCÊ FOI CONVOCADO PARA SER MESÁRIO NAS ELEIÇÕES – não jogue uma rodada.
Parte III

Primeiro de outubro. Meu primeiro dia como funcionária pública. Acordei cedo, tomei café, prendi meu lenço do Brasil na cabeça e fui pra zona. Dez para sete da manhã e só eu na sala.

Chegou Sandra, a primeira mesária. Ela trabalha desde 2004 e explicou tudo que perguntei. Depois veio o Alberto, que era segundo mesário; a suplente que esqueci o nome; Susana, a primeira secretária; Marcelino o presidente da mesa. Eram três iniciantes e três que sabiam como as coisas funcionavam, no fim das contas não fiquei na porta da zona como imaginava.

Haviam três coisas a serem feitas, formou-se três duplas, cada uma com uma novata. A suplente e o presidente na porta, verificando se o eleitor não estava na seção errada e se já possuía os números dos candidatos. A primeira mesária e a primeira secretária ficaram com os cadernos dos comprovantes de votação, elas procuravam o nome do eleitor. O segundo mesário digitava na máquina ligada à urna o número de inscrição do eleitor que eu ditava. No papel, minha função era de segunda secretária, mas não me importei de ajudar a digitar.

A urna imprimiu a primeira lista com todos os candidatos, mostrando que não havia voto algum nela. Todos da seção assinaram. Oito horas começaram as votações. Fui uma das primeiras a votar. De repente passa um avião, um barulho de dar medo, parecia que a escola ia desmoronar, pensei num meteoro se aproximando da Terra. Com o passar do tempo acostumei com o barulho. Um moreno tatuado queria votar em branco o mais rápido possível. Pra quê tanta pressa e brutalidade? Vai entender... quando o primeiro cego apareceu na seção deu vontade de parar e olhar até ele sair. Votou no ritmo normal de todo mundo, até mais rápido que alguns eleitores que esqueciam de anotar todos os números. Uma senhora semi alfabetizada demorou para assinar. Um eleitor usou o polegar. Outra votou e perdeu o comprovante, voltou na seção pra saber se conseguia outro mas não teve como. O número dessa eleitora apareceu na ata que o presidente escreveu no fim da apuração. Muitas grávidas durante o dia, um cara de muleta votou antes das dez. Logo no início apareceu um fiscal do PMDB e desenrolou a primeira lista dos candidatos. Foi obrigado a dobrar tudo de novo. Outra fiscal do PMDB ficou um tempão parada na sala olhando a votação, parecia em transe.

Antes do final houve horário de almoço. Começou onze horas, justo quando começa a juntar mais gente pra votar. Saímos de dois em dois, onze horas, meio dia e uma hora. Quando voltei fiquei digitando os números dos eleitores. Ninguém reclamou, de tarde eu até cantava e ria feliz da vida. Ria de mim, deveria detestar e estava achando até bom tudo aquilo. Conversei com toda equipe, o povo é meio calado, ninguém fala pelos cotovelos. Será que meu humor irritou alguém? Tomara que não.

Cinco horas soou a sirene. O presidente da mesa digitou um código na máquina. A urna começou a imprimir a primeira via da apuração dos votos. Todo mundo na sala assinou as cinco vias. A quarta o fiscal do PMDB pegou. Aquele mesmo, que no início do dia desdobrou a lista de quinze metros que dobráramos antes de começar o processo. A quinta via foi pregada na porta. Na minha seção: 70 pessoas não compareceram, Suplicy venceu como senador, José Serra como Governador, e Geraldo Alckmin como presidente.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Marcos Damigo

Até Novembro encarna o protagonista da peça “O Retrato de Dorian Gray” no Teatro Poluar do Sesi. Antes disso ele escreveu essa adaptação de do livro de Oscar Wilde para os palcos. Coisa do século 18, ambientada no século 18, com alguma música do século 20 no início e no final para envolver a platéia.

No dia que assisti, percebi algo estranho naquele Dorian Gray. O jeito de falar, de se mexer, me lembrava alguém... me lembrava... Hamlet! Não pela fisionomia, mas pelo comportamento. Muito estranho, os personagens tiveram reações diferentes frente a um mesmo problema, no entanto Dorian Gray me lembrou Hamlet. Que viagem! Assisti essa peça quase por acaso. Quando saí de casa naquele sábado, a intenção era apenas ver obras de arte com minha amiga, mas ela precisava ficar pela região até 3 horas da tarde e resolvi acompanha-la. Passamos no Sesi, vi que a peça continuava a mesma, acabei assistindo.

Assisti Hamlet naquele mesmo teatro há quatro anos. O programa daquele sábado era doar sangue e ir ao teatro com outra amiga. Entre um evento e outro passei mal por causa da doação. Depois vi a sangrenta tragédia de Hamlet, na qual ele percebe que tudo que vive pode morrer. Tudo nesse mundo acaba. Talvez só o mundo não acabe, mas isso é outro assunto.

A vida é um processo de amadurecimento e deterioração. Isso deixa Dorian Gray aterrorizado, não é agradável ver algo se decompor. Dorian é superficial e morre de medo de morrer. Fica longe do heróico e complicado Hamlet, embora os dois tenham se revoltado com a descoberta e perdido um pouco de inocência durante a peça. O fato é que suspeitei da ligação, e procurei pontos em comum nas duas histórias até chegar em casa. Não lembrava o rosto de Hamlet pra dizer se era ou não o mesmo cara. Jeito de falar é coisa que ator sempre pode mudar.

Um sintoma da minha paixão por teatro é guardar o programa das peças que vejo. Corri pra pasta onde guardo e conferi o de Hamlet: lá estava Marcos Damigo, com foto e tudo, interpretando o protagonista. Ficou explicado. Não fosse esse ator, jamais suspeitaria da semelhança entre Dorian Gray e Hamlet.

domingo, setembro 10, 2006

VOU MORRER!

Depois de uma noite sem sonho acorda antes do despertador e lembra: Vou morrer.
Algum dia a hora fatídica chega, é questão de tempo.

Ninguém sabe o que vem depois e seu subconsciente insiste em lembrar ao acordar de que irá morrer.
O que vem depois? Essa pergunta desespera.

Percebe que a luz matinal já esgueirou-se quarto adentro?
Calma.

Você não morreu, morrerá.
Percebe?

Verbo no futuro.
O futuro a Deus pertence.

quinta-feira, agosto 24, 2006

comemoração ao primeiro ano de Abobrinhas Verdes


Frutos da Terra

Minhas idéias são abobrinhas
Brotam da terra a esmo
Colhidas verdes ou maduras
Nem todos sabem preparar
Nem sempre o sabor é de agradar

Alberto Caeiro apascenta ovelhinhas
Enquanto cultivo abobrinhas
Ele vê sem saber
Somos vizinhos próximos
Separados pelo atlântico oceano dos séculos

Abobrinhas não berram
Não chamam atenção
Não andam
Estão onde estão
Não são fofas ou bonitinhas
Estáticas e apáticas abobrinhas.

sexta-feira, agosto 18, 2006

Comemoração ao primeiro ano de Abobrinhas Verdes

Esse espaço é simples e merece uma festa simples, ainda que dure o mês inteiro. Numa festa simples a gente faz um bolo e chama os vizinhos. Aqui não tem bolo, mas 3 músicas para os

SÍTIOS VIZINHOS

"Tire seu sorriso do caminho
que eu quero passar com minha dor..."
(A Flor e o Espinho, de Nelson Cavaquinho)
Começando com um samba das antigas para quem se livra das tristezas por meio de arte. Especialmente quem escreve Camisa de Força da Gravidade do Problema, Histórias do Meu Eu, Quotidiano Intragável.

"Nosso dia vai chegar
teremos nossa vez.."
(A Fábrica, de Legião Urbana)
Para quem não tem vergonha de escrever sobre política. O assunto é bom, e esses vizinhos desejam entender a trama que nossas autoridades tecem. São eles: Conrado, Tiago Motta (Por Um Brasil Melhor), Verônica.

"Vou sair pra ver o céu
vou me perder entre as estrelas..."
(Busca Vida, de Paralamas do Sucesso)
Aos vizinhos que vêem um novo mundo a cada segundo. Os encantados pelas próprias descobertas escrevem A Estante Mágica de Ana, Palavra e Pensamento, Portal do Pensamento, Se a Vida é Melodia eu Moro no Refrão, Sempre Assim, Tubaranhão.

Sei que meus vizinhos se interessam por muitas outras coisas que não costumam escrever. Escolhi as músicas levando em conta o tema que mais aparece em seus sítios.

quarta-feira, agosto 09, 2006

comemoração ao primeiro ano de Abobrinhas Verdes

Cara de Palhaço
Reynaldo Jardim

Qualquer bala extravia da
encontra seu endereço,
Viver na cidade grande
tem seu custo, seu preço
O assaltante te pega
e te vira do avesso
ou a polícia te quebra
e te coloca no gesso.
Qualquer governo perdido
mostra total desapreço
pela pobreza do povo
que, de tropeço em tropeço,
cai na mais torpe miséria,
Sem remédio, sem refresco.
Inútil ser Sancho Pança
ou se fazer quixotesco,
que no final de história
você volta pro começo
Em cada esquina da vida,
um defunto ainda fresco.
Tudo bem organizado
segundo exige o contexto.
Logo se aperta o gatilho,
por dá cá aquela palha.
A justiça na cidade
demora e demora e falha
Vem um carro na contramão
atropela, estraçalha
Já se entra no hospital
levando a própria mortalha.
O dinheiro pra saúde
é sempre aquela migalha.
Privatizar não deu certo,
estatizar é um fracasso.
Vamos dando de presente
nossa terra e nosso aço.
O mundo virou um circo
o resto foi pro espaço
Pra gente sobrou o quê?
- Essa cara de palhaço.

terça-feira, agosto 01, 2006

Comemoração ao primeiro ano de Abobrinhas Verdes.

Foi dia 26 de agosto que escrevi pela primeira vez nesse espaço. O primeiro ano precisa de uma grande comemoração, por isso os textos de agosto virão explicar o pouco sentido desse caderno virtual. Para começar as festividades no maior gás, apresento

RESPOSTAS PARA PERGUNTAS QUE NINGUÉM FAZ.

Pela primeira vez em 3 anos não mudei endereço do meu caderno virtual, nem meu nick nesse pedaço. Foi difícil, por isso o sítio merece parabéns. E quem o cultiva também.

Recordo-me que ano passado também tive crise existencial antes do meu aniversário. Portanto minha vida continua nos eixos. Drácula me ajudou maravilhosamente em julho.

Se algum dia escrevesse um livro reunindo redações e poesias, seu nome seria Abobrinhas Verdes.

Posso escrever Abobrinhas Verdes, mas há quem filme "Tomates Verdes Fritos", "Amarelo Manga" e até "Marcha dos Pinguins". Cada coisa interessante...

Meu irmão tentou ofender-me chamando-me de palhaça. A primeira que me veio a cabeça foi Colombina.

Chega a ser um atestado de consciência. De que não precisa muito pra me enganar; de que no fundo sou romântica - embora deteste esse fundo; de que me derreto por Pierrot mas termino dançando com Arlequim; de que para maioria das pessoas meu nome não importa, muito menos meu rosto; de que me escondo pra não causar medo; de que, assim como os palhaços, sou exagerada.

quinta-feira, julho 20, 2006

VOCÊ FOI CONVOCADO PARA SER MESÁRIO NAS ELEIÇÕES. - Não jogue uma rodada.
PARTE II

De posse da carta, fui à Zona Eleitoral. Lá, recebi a nomeação de Segunda Secretária. O que faz a Segunda Secretária? Algo simples, para o qual não é necessário treinamento.

Quem diria! Minha carreira como secretária começa dia primeiro de outubro, sete horas da manhã!

Não perca a terceira parte dessa emocionante série, onde serão revelados os empolgantes detalhes da labuta de uma equipe mesária nas eleições.

segunda-feira, julho 17, 2006

Prepare seus olhos para uma resenha.


O livro da vez é
O Dia do Curinga

O autor do livro é Jostein Gaarder, norueguês nascido em 1952 e que estudou filosofia, teologia e literatura. Seu livro mais famoso é "O Mundo de Sofia", que ganhou projeção internacional em 1991. Suas obras costumam ensinar filosofia aos leitores de forma descontraída. Em "O Mundo de Sofia" as partes didáticas sobre filosofia apareciam claramente separadas da história. Em "O Dia do Curinga" a filosofia envolve toda a história, ninguém pára e explica, ela é conhecida vivida pelos personagens.

Os capítulos são nomeados como cartas de baralho para contar a história de um menino que joga paciência. O gosto pelo jogo é conseqüência do fato de seu pai colecionar curingas de baralho. Muitas vezes ele ganha o baralho sem um dos curingas. O pai de Hans Thomas gosta de filosofia, e durante a viagem conversa muito sobre assuntos filosóficos com seu filho. Eles viajam para encontrar a mãe de Hans Thomas, que deixou a família norueguesa oito anos antes dessa viagem. Na última vez que foi vista, estava na capa de uma revista italiana. Hans Thomas e seu pai conseguem mais informações e vão de carro do sul da Noruega até a Grécia, onde sua mãe estaria gravando comerciais.

No caminho o menino recebe um pequeno livro contando a história das cartas da paciência de Frode. Numa viagem entre Espanha e México, Frode sobreviveu como náufrago numa ilha deserta acompanhado apenas por um baralho. Ele criou um calendário onde cada carta possuía um dia e um ano, o último dia do ano era do curinga. Além de jogar paciência e criar calendário, Frode inventou uma personalidade para cada carta e conversava com elas. Um dia suas criações criaram vida e passaram a existir de verdade e povoar a ilha. Faziam uma bebida púrpura, que continha todos os sabores imagináveis. Ao toma-la sentia-se todos os sabores imagináveis no corpo inteiro, não só na boca. Os únicos habitantes da ilha que não tomavam a bebida eram o Curinga e Frode. No seu dia, o Curinga monta um texto com a frase que cada carta fala na cerimônia da festa. Esse texto é uma previsão do futuro. A última previsão do Curinga envolvia o fim da ilha de Frode e a família de Hans Thomas.

Com o pequeno livro, o menino começa acreditar em destino, que sua mãe seria um Ás de Copas que vivia perdendo-se e seu pai um Curinga. De fato, o pai dele achava-se um curinga, uma carta diferente das muitas que povoam o baralho de pessoas do mundo. Segundo a previsão eles terminariam juntos.

"O Dia do Curinga" questiona se acreditamos nas coisas porque elas existem ou se elas existem porque acreditamos que existam; questiona também se o destino existe. Mostra a bebida como forma de controlar as mentes, algo que impede as pessoas de saber o que realmente acontece no mundo. Há várias análises sobre a humanidade: o mundo é uma loteria onde só aparecem os vencedores, as pessoas são bonecos criados por Deus... enfim, o livro traz filosofia na prática, através de questões brotadas ora da cabeça do pai de Hans, ora pelo próprio Hans, estimulado pelo livrinho que lê.

Para quem acha que pensar sobre o mundo, a sociedade e a existência do universo é uma boa diversão, "O Dia do Curinga" é um ótimo passatempo. Para quem não se importa com questões filosóficas, "O Dia do Curinga" é uma boa aventura que brinca com realismo fantástico.

sexta-feira, julho 14, 2006

ELA CHEGOU!
Minha crise existencial pré aniversário! Não sei como consegui viver ano passado sem você. Seja bem vinda.


DéJà VU
Pitty

Nenhuma verdade me machuca
Nenhum motivo me corrói
Até se eu ficar só na vontade, já não dói
Nenhuma doutrina me convence
Nenhuma resposta me satisfaz
Nem mesmo o tédio me surpreende mais

Mas eu sinto que eu tô viva
A cada banho de chuva
Que chega molhando meu corpo

Nenhum sofrimento me comove
Nenhum programa me distrai
Eu ouvi promessas e isso não me atrai
E não há razão que me governe
Nenhuma lei pra me guiar
Eu tô exatamente aonde eu queria estar

A minha alma nem me lembro mais
Em que esquina se perdeu
Ou em que mundo se enfiou
Mas já faz algum tempo
[Mas eu não tenho pressa]

segunda-feira, julho 10, 2006

Você foi convocado para ser mesário nas eleições.
Não jogue uma rodada.

O texto acima pode ser lido eventualmente no tabuleiro do Jogo da Vida, um brinquedo tão clássico quanto Banco Imobiliário. Perceba como o jogo é machista, você foi convocadO. Felizmente é um brinquedo, a sociedade de verdade não é tão machista assim. Tanto que a carta da convocação fatídica vem assim:

"Fica V. Senhoria intimado(a), sob as penas do art. 347 do Código Eleitoral, a comparecer ao Cartório desta Zona Eleitoral, situado no endereço acima, no dia **/**/2006, entre 10:00 e 18:00 horas, trazendo seu título de eleitor.
Art. 347 – Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, ordens ou instruções da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução:
Pena – detenção de 3 meses a 1 ano e pagamento de 10 a 20 dias-multa."

UEBA! Parei com meu carrinho laranja (que mede 2 cm de comprimento, possui encaixe para 6 pinos e é feito de plástico) nessa casinha do jogo da vida por uma rodada. Que os próximos participantes girem a roleta e apostem quanto durará minha felicidade.

Sim, fiquei feliz! Servirei meu país num dia importante, será minha primeira experiência como funcionária pública - eu que vez ou outra me inscrevo em concurso e nunca sou aprovada. Será ótimo passar o domingão de Outubro ajudando o povo a votar, vou com lencinho do Brasil e tudo.

quinta-feira, junho 29, 2006

SOBRE VAIDADE

Quando criança acreditava que as mulheres se maquiavam porque achavam divertido.

Cresci um pouco e precisavam mandar-me passar batom quando a família saía no fim de semana. Por teimosia eu passava bem fraquinho, não tinha a menor graça usar maquiagem nessas horas. Só alguns fins de semana me pintava pra ver no espelho algo completamente diferente da minha cara. Nesses finais de semana pintar o rosto era divertido, por isso pensava que as mulheres se maquiavam por diversão.

Na escola aprendi que a maquiagem surgiu por necessidade. Os egípcios pintavam os olhos para protege-los do sol, e usavam perucas pelo mesmo motivo.

Demorei pra descobrir que as pessoas se maqueiam porque se acham feias. Não é estranho? Ser vaidoso é achar-se feio. Encontrar algo feio no próprio corpo e querer modificá-lo. No fundo, os vaidosos são infelizes.

domingo, junho 25, 2006

CORREÇÃO

Todos nuetros hermanos hispanoamericanos cantan su hino nacional.
Todos nossos irmãos hispanoamericanos cantam seu hino nacional.

El hino argentino tiene letra.
O hino argentino tem letra.

Puede ser que en el hino español no haya letra, no estou segura.
Pode ser que no hino espanho não tenha letra, não tenho certeza.

Pero el hino argentino tiene letra. Y no voy a escribirla.
Mas o hino argentino tem letra. E não vou escrever-la.

quarta-feira, maio 31, 2006

SOBRE A NOVA MÁSCARA

Passei meia semana preocupada com meu rosto. Não é de hoje que estranho meu espelho. Esses olhos encovados, quase nenhum cílio nas pálpebras inferiores, uma cara apagada... Morri e esqueci de ir pra cova, tenho cara de defunto! Vai ver é por isso que ás vezes penso em suicídio, tenho cara de morta.

Foi a semana derradeira, cansei do meu rosto. Segunda-feira comecei a sair de casa em baixo de lápis de olho e batom. Lápis de olho nas pálpebras inferiores para dizer “Eu tenho olho!” e meus olhos ficarem maiores nas covas onde jazem. O batom é conseqüência, para o conjunto facial não ficar desequilibrado.

Certamente hei de incorporar a nova máscara de modo a não me perguntar quem está no espelho toda manhã. Por hora estranho o que vejo. Estou em baixo desse lápis de olho? Essa aí do espelho ainda sou eu? Sim, é você. Com olhos encovados mas sem rosto de morta. Você está viva. Agora esqueça os espelhos e tenha um bom dia.


P.S.: Palhaços são exagerados por natureza.

sexta-feira, maio 19, 2006

Dessa vez caprichei. Coloquei métrica, esquema de rima... não adiantou muito. Tem alguma coisa que não me agrada e sei que não é seu teor romântico. Ficou boa, mas quanto mais olho menos gosto dessa


CAIXINHA DE MÚSICA

É tão mágico
Enche o olhar
Transborda música
Dá medo de tocar
E quebrar

O espelho refletindo está
Um casal que gira
Sem saber dançar
No mecanismo
Muito sincronismo
Até a corda acabar

É tão lúdico
Esqueço de olhar
Silêncio múltiplo
Cortando o ar
Faz lembrar

Do espelho estilhaço há
O casal não gira
Nem pode girar
No mecanismo
Muito sincronismo
Até a corda quebrar.

segunda-feira, maio 15, 2006

MÚSICA DO DIA

Teatro dos Vampiros
(Legião Urbana)

Sempre precisei
De um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto
Esses dias tão estranhos
Fica a poeira se escondendo pelos cantos
Esse é o nosso mundo
O que é demais nunca é o bastante
A primeira vez, sempre a última chance
Ninguém vê onde chegamos
Os assassinos estão livres
Nós não estamos
Vamos sair
Mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos estão
Procurando emprego
Voltamos a viver
Como há dez anos atrás
E a cada hora que passa envelhecemos dez semanas
Vamos lá
Tudo bem
Eu só quero me divertir
Esquecer essa noite
Ter um lugar legal pra ir
Já entregamos o alvo e artilharia
Comparamos nossas vidas
Esperamos que um dia nossas vidas possam se encontrar
Quando me vi tendo de viver
Comigo apenas e com o mundo
Você me veio como um sonho bom
E me assustei
Não sou perfeito
Eu não esqueço
A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo
Eu
Homem feito
Tive medo e não consegui dormir
Vamos sair
Mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos estão
Procurando emprego
Voltamos a viver
Como há dez anos atrás
E a cada hora que passa envelhecemos dez semanas
Vamos lá
Tudo bem
Eu só quero me divertir
Esquecer essa noite
Ter um lugar legal pra ir
Já entregamos o alvo e artilharia
Comparamos nossas vidas
E mesmo assim
Não tenho pena de ninguém.

sábado, maio 06, 2006

INTRUSO

O raio de luz atravessa a neblina
na alegria morta que irrita a retina
devasta a escuridão, o clarão se aproxima
na luz insensível
na velocidade invisível
abre caminho ao novo de novo
para os mortos não verem causa, só efeito
e reclamar do iluminado sujeito
a tostar os vermes em suas tumbas
- Quem ousa entrar em nossas catacumbas?
- Mensageiro do dia! Da vida que o dia não adia!
- Aqui a vida só decompõe.
Errado. Não há lugar onde a vida não se compõe.
- Voltem a dormir, infinito é meu partir.

Sem parar e se explicar
sabe não ser bem quisto em qualquer lugar
adorado, perseguido
desdenhado e temido
vai-te embora, amigo
seja leve, não me leve
leve nada contigo
enquanto brilha em profusão
disfarça a própria solidão
condena o mesmo que contém
em sentido inverso, que não vem
esvai no infinito além.

domingo, abril 09, 2006

UEBA! Domingo livre!
Quer dizer, quase. Li um capítulo pra segunda-feira e ainda preciso exercitar alemão, porém nada que dê grande preocupação. Fim de semana assistindo “O Poderoso Chefão”. Enchi os pneus das bicicletas, talvez pedale hoje...
O certo é que escrevo para colocar meu sítio em dia. Não sei quando voltarei a escrever. Passei cinco anos sem precisar elaborar trabalho e fazer lição, custa pegar um ritmo de estudo. Nunca precisei disso antes.



COLOCANDO AS ABOBRINHAS NA FEIRA:

Ai, ai, ai! Carrapato não tem pai!
E o Brasil não tem Carequinha para lembrar que o bom menino não faz xixi na cama.

O Brasil foi pro espaço! Plantou feijão no algodão.
O Brasil voltou do espaço! Continua a corrupção.
Engolimos pizzas com pitadas de desilusão. Algum palhaço acreditou que dessa vez haveria justiça? Algum palhaço acreditou que limpariam a sujeira, colocariam a casa em ordem?
EEEEEEEEU!
Também acreditei que José Serra seria prefeito de São Paulo durante quatro anos. Sou uma palhaça feliz. Conscientemente enganada.

A páscoa se aproxima! Época em que doar sangue é poético. Ao menos penso assim. Dessa vez posso doar bem no tempo de páscoa – os católicos comemoram quatro domingos a ressurreição de seu Deus. Basta colocar a rotina nos eixos e estenderei o braço. Doar sangue dá sorte, já escrevi sobre isso.



Como não sei quando volto, deixo uma música para quem passa. Quem canta ultimamente é Zélia Duncan e Simone, se não me engano. Prefiro a versão original do Mosca no CD Tudo Novo de Novo.


A IDADE DO CÉU

Não somos mais
Que uma gota de luz
Uma estrela que cai
Uma fagulha tão só
Na idade do céu

Não somos o que queríamos ser
Somos um breve pulsar
Em um silêncio antigo
Com a idade do céu

Calma
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu

Não somos mais
Que um punhado de mar
Uma piada de Deus
Ou um capricho do sol
No jardim do céu

Não damos pé
Entre tanto tic tac
Entre tanto Big Bang
Somos um grão de sal
No mar do céu

Calma
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu

segunda-feira, abril 03, 2006

MI QUERIDO DIARIO

Essa semana deu problema no telefone de casa e num teve abobrinha sexta passada.
Por outro lado existe uma porrada de lição acumulada.

sexta-feira, março 24, 2006

MI QUERIDO DIARIO
Abobrinhas políticas são um pouco indigestas.

ABOBRINHAS CULTIVADAS EM NÍVEL SUPERIOR por 5 pessoas. São colaboradores: Verônica, Edigar, Fang e Isabella. Dinâmica da aula de Tecnologia em Secretariado.


Acordei às seis da manhã, não arrumei a cama, fui lavar o rosto e trocar de roupa. Depois fui pra cozinha onde comi pão com mortadela e tomei café com leite.

Fui para o ponto de ônibus onde esperei quinze minutos até ele chegar. Naquele dia minha primeira aula era alemão e eu só sabia que chinela é a mesma coisa tanto em alemão quanto em português. Como diabos deveria ser alemão? Idioma mais estranho está para ser inventado.

Desci do ônibus e tomei o metrô, estava chovendo. Cheguei atrasada. Para variar, não teve problema pois a professora chegou depois de mim. Falou algumas coisas em alemão e eu não pude entender nada. Mas de certa forma gosto desse idioma. O alemão está na moda talvez porque a copa do mundo é na Alemanha. Tudo que é moda é uma droga, mas passa porque moda é moda, lembra a palavra mudança, logo, terá outra coisa para se mudar. Tudo muda e depois se descarta. Não serve, joga fora e pronto.

Assim também é a vida, devemos estar abertos às mudanças e saber discernir sobre o que é bom ou ruim para nós.

Ainda não sei o que dizer das aulas de alemão, no entanto, com o tempo decidirei o que é o melhor para mim e para meu futuro.

Mas uma coisa eu tenho certeza, tenho que me esforçar bastante para fazer tudo isso valer a pena, pois tudo vale a pena se a alma não é pequena. Ah, mas antes de terminar gostaria de lembrar que o pior está por vir. Em breve terei aula de francês... na verdade eu gosto muito de ter aulas de idiomas, porém tudo que me remete à França me causa enjôo. A começar pelo “escargot”... Será que existe algo mais agoniante que comer lesma? Bom, eu sei o que é agonia... Namorei um francês... ele cheirava muito mal.

sexta-feira, março 17, 2006

Por quê estudante de faculdade pública reclama do governo

Governador e prefeito vivem assinando decreto de lei, licitação, e nas eleições aparecem na televisão mostrando o que a gestão deles fez. Com assinatura desses homens escolas são construídas, ruas são pavimentadas, bueiros são limpos, leis são decretadas, verbas são liberadas. Costumam pensar que verba para educação só se usa construindo escola e melhorando merenda, daí vai o sorridente cidadão dizer que na sua administração construiu X faculdades, criou N cursos superiores. Detalhe: sem contratar mais professores.

“Por fora bela viola, por dentro pão bolorento.” Assim segue o processo de sucateamento das faculdades paulistanas. Não tem passeata ou greve de professores que resolva. Na FATEC reformulam cursos a torto e a direito. Mais torto do que direito: tiram um teco de matemática e toda a humanidade do curso, batizam como Sistema de Informação. Era Processamento de Dados. Quem passou em Edifícios ainda não sabe ao certo o que estudará nos próximos anos, não divulgaram o projeto da grade curricular.

O governo mostra quantidade, não qualidade. Anos atrás aprovou o sistema de ensino que não reprova aluno em qualquer série do ensino fundamental para gastar menos, quando deveria reestruturar o método de ensino. Constrói faculdades mas passa anos sem contratar docentes, vez ou outra atrasa pagamento dos que existem. Clímax: passeata na avenida Paulista.

Não é certo tratar gente como tijolo e comprimido, como parte da obra que saiu do papel que prefeito ou governador assinou no gabinete. Custa aos governantes entender que São Paulo não é só concreto e farmácia. Apenas compromisso se faz necessário, manter e melhorar o que existe. Difícil entender que escolas e hospitais precisam de bons funcionários para funcionar bem? Difícil preocupar-se acima de tudo com a qualidade de vida do próprio povo? Manter a palavra e ser coerente, não há governante que agüente.

sábado, março 04, 2006

Furacão Sem Lágrimas

Brinquedo infantil, Fadinha Guerreira que não chorava. Controlava os ventos, tinha um rebanho de nuvens, era loira de franja e cabelo escorrido, uma cicatriz em seu olho denunciava que era incapaz de produzir lágrimas. Vez ou outra entrava em profunda tristeza por não chorar. Todas as outras fadas podiam fazê-lo, mas sua natureza cruel a impedia. Não reparava que embora pudessem, as outras fadas também não choravam. Furacão precisava lembrar-se de que o fato de não chorar não lhe atrapalhava em nada.

Inveja é coisa triste, pode aparecer nas coisas mais banais. Tem sentido invejar sofrimento? Sentimento, sorte, qualquer coisa? Tudo que não se tem, pode-se conseguir. Tudo que não se vive é porque ainda não se está pronto para enfrentar. Há coisas pelas quais nem todos hão de passar ou conhecer por mais que ambicionem. Porque não estão preparados ou não precisam.

Lição da Furacão Sem Lágrimas.
Brinquedo infantil, personagem de faz de conta.


Estranho é que no dia seguinte ao digitar as linhas acima, descobri que a figura da menina que não chora ronda o imaginário coletivo não é de hoje. Foi mencionada na última parte de “Convergência”, do Sandman que Neil Gaiman escreveu.

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Semana de carnaval, Abobrinhas Verdes não está em festa. Se o leitor quisesse festa não viria aqui em pleno feriado. Delicie-se com o que inicialmente estaria no lugar de "Sobre o tempo", a abobrinha extraviada: última da safra regada com neurose pós vestibular, especialmente cultivada para o 138. Circulam pela rede, em tempos próximos aos vestibulares, mensagens humoradas analisando cada carreira. 138, ao tentar adivinhar a carreira que prestei em 2006, deu-me inspiração para escrever esse texto sobre


ÁREAS DO ENSINO SUPERIOR

Os malucos prestam humanas. Querem entender o âmago do mundo, encontrar uma razão de ser na mixórdia que chamam de sociedade e ensina-la viver. Malucos pensam que resolvem quando na verdade só criam problemas.

Os dementes prestam algo relacionado com artes. Cinema, rádio e TV, música, dança, teatro, artes plásticas. São pessoas de mentes capazes de relacionar todas ciências no intuito de distrair, acalmar ou até alertar a sociedade. Dementes trabalham com válvulas de escape do ser humano, ou seja, as sobras da sociedade.

Os esquisitos prestam exatas. Deliciam-se resolvendo problemas com fórmulas e teorias estranhas, chegando a inventar mais fórmulas e teorias para resolver mais problemas. Esquisitos adoram problemas, não vivem sem eles.

Os maníacos prestam biológicas. No processo evolutivo dos seres vivos eles analisam, selecionam, separam, repartem e destrincham toda espécie de seres. No fundo são assassinos: estudam a vida através de cadáveres e transformam veneno em remédio.

Você ainda será convencido de que um grupo desses é perfeitamente normal.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

"Quanto rizo
oh, quanta alegria
mais de mil palhaços no salão..."
Máscara Negra

O feriado mais famoso do Brasil se aproxima com promessa de deixar vazio o monstro de concreto que chamam de cidade. Paulistano sabe que feriado é feito para passear, não importa o lugar. Livro, praia, interior ou até mesmo conhecer melhor a própria cidade, que desacelera o trânsito diurno e se mostra caipira, sossegada. Com altas noites de balada para dançar o que bem quiser até o sol raiar.

OPS! Carnaval, esse texto é sobre carnaval. O Rio de Janeiro sediou a final de um concurso nacional de novas marchinhas dia 12 de fevereiro. O nome da vitoriosa foi "O Milagre do Viagra". Marchinhas são melhores que o axé que os trios elétricos insistem em tocar no nordeste e todo litoral. A carioca Chiquinha Gonzaga inventou o ritmo em 1899, levantou poeira nos salões, embalou guerras de confete entre os raros carros dos foliões, puxou os populares cordões. Com o tempo os cordões viraram blocos e os blocos Grêmios Recreativos e Escolas de Samba. Os populares G.R.E.S. No primeiro CD do Pato Fu tem música pra quem detesta os G.R.E.S. gritar bem alto.

Axé é pobre: pobre de sentido nas letras, pobre melodia que não varia. Pior que isso só funk carioca onde o cantor nem afinado precisa ser para aparecer: basta juntar um bando de manés e rebolar que está valendo, vende feito água. Também evapora feito água.

No entanto as marchinhas atravessam o século. "Mamãe Eu Quero" fez sucesso na Europa de 2004 quando T-RIO (grupo de trigêmeas bailarinas brasilienses que começaram a cantar na França) resolveu gravar. Qualquer um sabe ao menos um pedaço das marchinhas mais famosas. Ingênuas, bom ritmo, variados instrumentos, têm sentido e letra simples. O som mais divertido e gostoso de fevereiro, não importa quantos shows façam U2 e Rolling Stones.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

DOAR SANGUE DÁ SORTE!

Comprovadamente as pessoas que recebem o sangue têm sorte de continuarem vivas. Desejam sorte e felicidade aos doadores. Por isso doei antes dos exames vestibulares.

O universo inteiro conspirou a favor: rezei, fiz simpatia de ano novo, amigos e família desejaram-me sorte, abdiquei viagens, estudei mais por curiosidade que por necessidade de melhorar meu desempenho, não digo que devorei livros mas eliminei dúvidas e juntei A com B onde as idéias embolavam.

O principal trunfo: calma. O mundo não acaba numa prova dessas, os problemas não somem assim que o candidato é aprovado, também existem vida e trabalho sem nível superior. Todo ano tem exame, o derradeiro há de chegar. Nada de reclamar que precisa revisar tudo de novo, demorou para deixar de torcer o nariz para matéria que não entende. Calma na prova. O tempo das idéias não segue relógio, montar estatística sobre ele só desespera.

Cinco anos prestando vestibular, cinco anos me desesperando nas listas de aprovados. O plano B - o que faço quando não passo - de tão batido passei a considerar plano A. Mesmo assim me desesperei percorrendo lista da FATEC. Ao achar meu nome, invés de gritos de alegria que elevam a maioria dos candidatos, um suspiro de alívio me anuncia que o ano apenas começou. Começou o ano diferente, sem revisão, sem vestibular, sem Primo Basílio ou Macunaíma.

Preciso de agenda, mochila e fichário.
Feliz ano novo.
Doar sangue dá sorte.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

A produção ia bem até esquecer a abobrinha dessa sexta em outra máquina. Tenho de suspender a safra regada a neurose pós vestibular e quebrar uma sequência bonitinha que terminaria na semana do último resultado que espero. Tristesa. O que vem a seguir já comentei no Morangos Mofados.


SOBRE O TEMPO

Se quebrarmos o relógio viveremos na eternidade?
Ele é o responsável por nossa noção de tempo; no início quem fazia isso era o sol, as estrelas, a lua, e até o tamanho da grama.
Já pensou?
Vivemos no meio da eternidade e não percebemos por causa do relógio.
Ou talvez porque não queiramos que a eternidade esteja em eterna mudança.
O paraíso seria aqui?
Sim, o paraíso é aqui.
O inferno também.
Bem vindo ao purgatório.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

SOBRE A SEGUNDA FASE DA FUVEST 2006
"Vai passar
nessa avenida um samba popular..."

Iniciando por Português, prova que avalia se os candidatos sabem escrever e reescrever bem. Três questões de "reescreva o período", porém a maioria da prova era interpretativa. Os livros amados ainda são Primo Basílio, Memórias Póstumas de Brás Cubas e Macunaíma. Se não me engano, o tema da redação era a necessidade do trabalho na sociedade. FUVEST não mastiga e dá o tema de bandeja como ENEM e FATEC fazem. Ela apenas mastiga, cabe aos candidatos terminar a digestão e colocar no papel aquela obra prima. Resumindo: estranhamente fácil.

Passando por História, questionando ao início as famosas Pólis gregas e nos brindando ao final com ditadura militar e democracia. Quer coisa mais recente do que ocorreu há 30 anos? Nunca vi uma prova de história da segunda fase ser tão atual. Haviam dificuldades, a principal encontrada pelo sábio candidato era responder APENAS o que se pede. Havia espaço para escrever mundos e fundos sobre a ditadura militar brasileira, Guerra Fria, imperialismo inglês e francês, colonialismo português, ouro mineiro... enfim, a prova dava corda para quem quisesse se enforcar em qualquer questão. Resumindo: fácil.

Chegando na presente Geografia, que nos brindou com dados de 2001 ao segundo semestre de 2005. Qualquer um sempre pode enforcar-se no tema que mais aprecia nas questões dissertativas. Não foi meu caso, deixei uma questão e meia em branco nessa prova. Candidatos bem informados responderam com segurança. Pena que ando meio desligada... Resumindo: explicavelmente difícil.- Ah! Se revisasse melhor geografia!

Concluindo que se esse ano for mal, ou seja, se não passar dessa vez, a culpa é geográfica. Foi na prova de geografia que fiquei a ver navios. Nada mais justo do que morrer na praia por causa da geografia. Tenho grandes chances de não passar: primeiro porque provas são feitas para eliminar candidatos, a maioria não passa; segundo porque questão em branco para candidato que enfrenta segunda fase com o mínimo de pontos necessários é literalmente uma perda sem palavras.

"...ai que vida boa, olelê
ai que vida boa, olalá
o estandarte do sanatório geral
vai passar
ai que vida boa, olelê
ai que vida boa, olalá
o estandarte do sanatório geral."
Vai Passar, Chico Buarque

O.Observação: essa música estava na prova de português.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

....SSSSSS.......NN.................NN....IIIIII.........FFFFFF.....
SSSSSSSSSS..NNN..............NN..IIIIIIIIII..FFFFFFFFFF
SSS.................NNNN............NN......IIII......FFF...............
SSS.................NN...NN.........NN......IIII......FFF...............
SSSSSSSSSS..NN......NN......NN......IIII.....FFFFFFFFFF
SSSSSSSSSS..NN.........NN...NN......IIII.....FFFFFFFFFF
...............SSS..NN.............NNNN.....IIII......FFF...............
...............SSS..NN................NNN.....IIII......FFF...............
SSSSSSSSSS..NN..................NN..IIIIIIIIII..FFF...............
....SSSSSS.......NN..................NN.....IIIIII....FFF...............
(SNIF)
Ninguém adivinhou que prestei letras na FUVEST 2006.

Dentre as ilustres pessoas formadas em letras estão J.R.R.Tolkien e J.K.Rowling. Isso significa daqui alguns anos escreverei um livro famoso no mundo inteiro?

An... mais ou menos... sei lá... não é minha intenção... pode ser, por quê não?... de qualquer forma, até lá tem chão.

Poderei me sair uma ótima secretária, fazer versões de música - canções são poesias com métrica e rima, traduzir jogo de video-game ou filme, ser intérprete, traduzir obras literárias, lecionar português, espanhol, inglês ou esperanto. QUERO APRENDER ESPERANTO! Se entrar na faculdade dou um jeito de aprender, caso contrário me sai estranho. Fora outras especializações, muitas das quais não conheço. Algumas áreas são tão amplas quanto letras: matemática, química, física, biologia, história, geografia, filosofia e arte. Essa última de tão ampla já aparece com três divisas: plástica, cênica e musical.

ISSO NÃO É TUDO: Próxima semana mais abobrinhas regadas com neurose pós vestibular.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

¡Hola! Volvi com nuevos calabacines verdes.
Empiezo por la sección

MI QUERIDO DIARIO...
Não sei meu desempenho nas provas, dependo dos concorrentes pra dizer se fui bem ou mal. Os resultados ainda não saíram. Fiz o melhor que pude, embora devesse me esforçar mais. Dessa vez podia mas não quis viajar no fim do ano, escolhi ficar e estudar. Foi bom, não tenho nada a reclamar. Meu pai passou o ano rezando por mim como amigo de oração e minha mãe me sorteou no amigo secreto. Para eles foram meus presentes de natal: uma caixa de chocolate e um par de ingressos para "O Fantasma da Ópera". Não era por menos, fizeram bodas de prata último fim de ano. Meu amigo secreto coincidiu com o de oração e ganhou uma blusa. Tive um trabalhão acertando as alças e a roupa acabou curta e larga, provando que de boas intenções o inferno está cheio. Ganharia mais se rezasse todo santo dia, coisa que esqueci muito em 2005. Esse ano meu novo amigo de oração ganhará ao menos uma Ave Maria por dia. Nisso até lembro de rezar pra mim, oração é o que as pessoas mais precisam. O que me surpreendeu foi ganhar presente do meu irmão mais novo. Inconformado por eu não comprar capinha nova pro meu celular, ele deu-me uma prateada. Era a melhor opção entre as que estavam á venda, mas inseguro porque um dia disse não gostar de celular prateado, deu-me também "jagged little pill acoustic" da Alanis, um dos poucos CDs em inglês que gostaria de ter. Aqui vem mais uma

ABOBRINHA VERDE: versão de You Oughta Know. Feita na mão, sem programa de tradução. Não estou no clima dessa música, ela aparece aqui porque é divertido tentar cantar junto.

Pero antes una rápida advertencia: hoy, primer viernes trece del año, estrena en los cines paulistanos un film de teror llamado "Escuro". Si el ilustre lector prefirir verlo a leer lo que sigue abajo, yo me doy por contenta de la misma manera. ¡Después no dígame que no fue avisado!

Você Deveria Saber

Eu quero que você saiba que estou feliz por você
Desejo nada entretanto o melhor pra vocês dois
Uma velha versão de mim
Pervertida como eu
Iria fundo numa encenação
Fala com eloquência
Poderia ter seu bebê
Certamente daria uma excelente mãe

Porque o amor que você deu e fizemos não conseguiu
O suficiente pra você se envolver e abrir completamente, não
E todo tempo que fala o nome dela
Sabe como me disse que iria me conter
Até você morrer, até morrer
Mas você continua vivo

E estou aqui pra lembrar você
Da confusão que deixou quando foi embora
Não é justo me negar assim
Do encontro suporto o que você me deu
Você, você, você deveria saber

Você viu muito bem, as coisas parecem estar em paz
Não estou bem o bastante, talvez você deva perceber
Você esqueceu-se de mim Sr. Hipocrisia
Detesto incomodar no meio do jantar
Num piscar de olhos simplesmente me trocou
Acaso pensa em mim enquanto vocês trepam?

Porque o amor que você deu e fizemos não conseguiu
O suficiente pra você se envolver e abrir completamente, não
E todo tempo que fala o nome dela
Sabe como me disse que iria me conter
Até você morrer, até morrer
Mas você continua vivo

E estou aqui pra lembrar você
Da confusão que deixou quando foi embora
Não é justo me negar assim
Do encontro suporto o que você me deu
Você, você, você deveria saber

Porque a piada com que foi pra cama era eu
E não vou desaparecer
Assim que você fechar os olhos e sabe disso
E todo tempo arranho o chão mas sinto tudo de volta
Espero também sinta isso... bem que pode sentir

E estou aqui pra lembrar você
Da confusão que deixou quando foi embora
Não é justo me negar assim
Do encontro suporto o que você me deu
Você, você, você deveria saber



Essa versão bem que podia melhorar, poderia me aplicar e passar horas e mais horas com essa abobrinha até ficar perfeita. Deixei-a verde para fazer jus ao sítio. Sem contar que a brincadeira cansou.
Ah! Quem adivinhar a carreira que prestei esse ano na FUVEST ganha um smac.