cobrindo
o telhado
embaixo
do meu travesseiro...”
São
Paulo, 18 de setembro de 2017
Dia
16, sábado, fui com Silvana em Holambra visitar a Expoflora. Ela
tirou uma ótima foto minha, no estilo peregrina no caminho das
flores. Eu vestia calça bermuda (no momento bermuda), camiseta
regada, chapéu, sandália plataforma preta com velcro. Estava
sentada no caminho de pedrisco na beira do canteiro de flores
pequenas, com o cantil entre as pernas e uma mochila pequena nas
costas. A mochila não é visível na foto, nem o cantil se vê
direito.
O
cantil novo fez seu trabalho. A capacidade não supera minha sede do
dia inteiro, foi necessário enchê-lo novamente. Quando fica quente
a água fica com um leve gosto de plástico sim, ele não é
excepcional. Um legítimo cantil Mohave feito de couro talvez deixe a
água sem sabor no calor. Porém um ponto muito positivo em relação
ao cantil anterior é o conforto em carrega-lo ao lado do corpo.
Nas
fotos percebo o quanto sou branca, tenho uma brancura leitosa e
luminosa. O protetor solar que usei ainda é fator 30, sei que um dia
passeando ao ar livre não me dá problemas nem marcas. Passei uma
vez nas pernas - quando transformei a calça em bermuda, e três
vezes no rosto, ombros e braços ao longo do dia.
Saímos
7h do metrô Ana Rosa no ônibus da excursão, voltamos pouco depois
das 18h30 da Expoflora. 22h estava em casa. Antes de entrar na feira
fizemos passeio turístico em Holambra, conhecemos a cidade, pontos
turísticos, paramos numa fazenda produtora de flores. Cheguei a
espantosa conclusão de que produção industrial é sempre desumana.
Holambra
é a maior cidade produtora de flores ornamentais do Brasil, a
capital das flores, vende para o país inteiro e até para o
exterior. Para conseguir esse feito precisa de tecnologia, não de
computadores, mas científica, que possa ser usada na produção
agropecuária. A cidade também produz laranja, leite e outras
culturas, enfim, não vive apenas de flores. Os imigrantes holandeses
chegaram na região fugindo da segunda guerra mundial, penaram com o
solo mas conseguiram corrigi-lo para produzir bem. Economicamente
Holambra vive de cooperativas, desde sua fundação o povo une forças
e cuida da cidade.
O
que uma plantação industrial de flores tem de desumano? Altera o
relógio biológico das plantas através da claridade. Se é
necessário mais claridade do que a época oferece, lâmpadas
iluminam a plantação, se precisa de mais escuridão, 16h os
sombrites das estufas descem. Isso sem contar a manipulação
genética. Para termos belas flores em grande quantidade nos mercados
o ano inteiro, esse relógio biológico maluco é necessário.
Uma
tremenda judiação com as plantas, parece que ninguém se colocou no
lugar delas para protestar contra a produção em massa. Ninguém
imagina que vegetal também sofre, se estressa, fica louco. Só
querem belas flores e bons frutos, esquecem que vegetais também são
seres vivos.
Sorte
das flores que são tratadas com mais carinho depois de compradas. O
que dizer das que formam coroas funerárias? Ou os buquês belíssimos
que definham em vazos? Percebo que a vida tem muita tortura e morte,
mas as flores mostram que nada é tão funesto e triste; morte é
algo natural, tortura muitas vezes é dispensável mas é através do
sofrimento podemos aprender e nos desenvolver mais rápido.
“Há
flores
por
todos os lados
há
flores em tudo que eu vejo”
Flores,
Titãs
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