terça-feira, outubro 08, 2019

“Há sempre

A pequena chance
Do impossível rolar...”

São Paulo, 24 de julho de 2019

Fui diagnosticada com cefaleia por esforço. O exame neurológico descartou aneurisma e trombose, que são coisas mais graves. O remédio que o neurologista me receitou a princípio assustou pelas reações adversas que li na bula, onde estavam listados vários sintomas psiquiátricos. Esse remédio é muito bem recomendado para evitar ataque epilético – que não tenho e nunca tive, mas também trata enxaqueca. Só fui me sentir bem com o novo fármaco no quarto dia de uso, mesmo dia em que iniciei tratamento espiritual. A espiritualidade disse que meu problema é espiritual. Se meu problema é mais espiritual do que físico é um sinal de que minha dificuldade ainda está no início, embora comece a se manifestar com doença física.
No segundo dia de uso tive dor de cabeça ao varrer o tapete da sala, e até agora tenho várias ao longo do dia: quando fico tensa, concentrada, ansiosa, nervosa… parece que preciso estar sempre calma, relaxada, zen. Me concentrar no presente e não me aborrecer. Viver um dia de cada vez, rumo a um futuro cada vez melhor. Fazer o meu melhor hoje, com os recursos que disponho e confiar no resultado. São essas as lições aprendidas em tantas peregrinações, essa a lição que a cefaleia quer me mostrar novamente. Dessa vez alertando para não sair da linha, pois tenho mais responsabilidade, mais conhecimento.
Entre a primeira consulta com meu cardiologista clínico geral e meu estado atual foram muitas emoções. Inquietações mil: Será que é cardíaco? Será que é vascular? Será que é neurológico? Qual o problema menos grave preferível? Será que consigo caminhar em novembro? Fiz exame de angio-ressonância de crânio, o primeiro em que recebi contraste. Um medo na hora de colocar o acesso só acalmado pela presença do meu anjo da guarda. A primeira enfermeira não conseguiu pegar minha veia então lembrei que ainda tinha metal no corpo. Depois veio o segundo enfermeiro, e comentei que já quis doar sangue mas agora aparecia essa dificuldade em pegar a veia. Ele disse que minha veia é boa, que posso doar tranquilamente. Assim que parar de tomar remédio controlado estarei no hemocentro.
Na consulta com o neurologista ele critica as imagens que peguei da internet, não fui na clínica buscar o resultado. Fiquei irritada. Busquei o resultado depois da consulta, para levar na próxima. Posso voltar a me exercitar depois de duas semanas tomando remédio. Antes da primeira dose tive tontura ao me levantar de um sofá depois do almoço. Após a primeira dose as dores de cabeça apareceram depois de encerrar meu trabalho voluntário. Pensei que era fome, falta de café… não consigo entender direito o motivo das dores. Aliás, aproveitei a doença para diminuir o consumo de cafeína. Esse remédio neurológico tem a função de relaxar, desligar, dopar o sistema nervoso central; já a cafeína é estimulante, vai contra os efeitos dele, ainda que consumida em pequenas quantidades. No segundo dia veio o episódio do tapete da sala, no terceiro fui ao centro espírita iniciar tratamento. Começarei o tratamento espiritual amanhã.
Daqui seis semanas escrevo nova carta sobre como estão os tratamentos contra meus males físicos e espirituais. Os males físicos já foram classificados e nomeados, o mal espiritual tenho uma breve suspeita do que seja, investigarei mais sobre ele ao longo das próximas semanas.

Soterrar o mundo inteiro
Com uma avalanche
Só pra que possa sobrar
Apenas eu e você”
Sua impossível chance, Nando Reis

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