A
pequena chance
Do
impossível rolar...”
São
Paulo, 24 de julho de 2019
Fui
diagnosticada com cefaleia por esforço. O exame neurológico
descartou aneurisma e trombose, que são coisas mais graves. O
remédio que o neurologista me receitou a princípio assustou pelas
reações adversas que li na bula, onde estavam listados vários
sintomas psiquiátricos. Esse remédio é muito bem recomendado para
evitar ataque epilético – que não tenho e nunca tive, mas também
trata enxaqueca. Só fui me sentir bem com o novo fármaco no quarto
dia de uso, mesmo dia em que iniciei tratamento espiritual. A
espiritualidade disse que meu problema é espiritual. Se meu problema
é mais espiritual do que físico é um sinal de que minha
dificuldade ainda está no início, embora comece a se manifestar com
doença física.
No
segundo dia de uso tive dor de cabeça ao varrer o tapete da sala, e
até agora tenho várias ao longo do dia: quando fico tensa,
concentrada, ansiosa, nervosa… parece que preciso estar sempre
calma, relaxada, zen. Me concentrar no presente e não me aborrecer.
Viver um dia de cada vez, rumo a um futuro cada vez melhor. Fazer o
meu melhor hoje, com os recursos que disponho e confiar no resultado.
São essas as lições aprendidas em tantas peregrinações, essa a
lição que a cefaleia quer me mostrar novamente. Dessa vez alertando
para não sair da linha, pois tenho mais responsabilidade, mais
conhecimento.
Entre
a primeira consulta com meu cardiologista clínico geral e meu estado
atual foram muitas emoções. Inquietações mil: Será que é
cardíaco? Será que é vascular? Será que é neurológico? Qual o
problema menos grave preferível? Será que consigo caminhar em
novembro? Fiz exame de angio-ressonância de crânio, o primeiro em
que recebi contraste. Um medo na hora de colocar o acesso só
acalmado pela presença do meu anjo da guarda. A primeira enfermeira
não conseguiu pegar minha veia então lembrei que ainda tinha metal
no corpo. Depois veio o segundo enfermeiro, e comentei que já quis
doar sangue mas agora aparecia essa dificuldade em pegar a veia. Ele
disse que minha veia é boa, que posso doar tranquilamente. Assim que
parar de tomar remédio controlado estarei no hemocentro.
Na
consulta com o neurologista ele critica as imagens que peguei da
internet, não fui na clínica buscar o resultado. Fiquei irritada.
Busquei o resultado depois da consulta, para levar na próxima. Posso
voltar a me exercitar depois de duas semanas tomando remédio. Antes
da primeira dose tive tontura ao me levantar de um sofá depois do
almoço. Após a primeira dose as dores de cabeça apareceram depois
de encerrar meu trabalho voluntário. Pensei que era fome, falta de
café… não consigo entender direito o motivo das dores. Aliás,
aproveitei a doença para diminuir o consumo de cafeína. Esse
remédio neurológico tem a função de relaxar, desligar, dopar o
sistema nervoso central; já a cafeína é estimulante, vai contra os
efeitos dele, ainda que consumida em pequenas quantidades. No segundo
dia veio o episódio do tapete da sala, no terceiro fui ao centro
espírita iniciar tratamento. Começarei o tratamento espiritual
amanhã.
Daqui
seis semanas escrevo nova carta sobre como estão os tratamentos
contra meus males físicos e espirituais. Os males físicos já foram
classificados e nomeados, o mal espiritual tenho uma breve suspeita
do que seja, investigarei mais sobre ele ao longo das próximas
semanas.
“Soterrar
o mundo inteiro
Com
uma avalanche
Só
pra que possa sobrar
Apenas
eu e você”
Sua
impossível chance, Nando Reis
Nenhum comentário:
Postar um comentário