Dom
Quixote
senhor
de La Mancha
e
o meu destino é lutar
pois
quem não se aventura
com
fé e ternura
não
pode o mundo mudar...”
São
Paulo, 20 de janeiro de 2019
Fui
com Silvana numa trilha no Parque da Cantareira. Fomos em excursão,
onde ela me apresentou Luzia, uma caminhante de Osasco. Quem
organizou a excursão foi o grupo Clube da Caminhada. Eram cerda de
38 trilheiros para desbravar o fácil acesso à Pedra Grande e a bela
vista da cidade de São Paulo. Prédios e mais prédios no meio da
cratera delimitada pela Serra da Cantareira.
Cântaros
eram jarros onde guardava-se água. Cantareira eram prateleiras onde
guardavam-se cântaros. Essa explicação encontramos numa placa
próxima a uma bica d’água, próxima à Pedra Grande, onde
chegamos por volta das 10 h. Depois desse ponto atravessamos o limite
de municípios entre São Paulo e Mairiporã. Próximo a esse limite
fica o Lago das Carpas, que estava com acesso interditado. Caminhamos
até o núcleo Águas Claras. Depois fizemos todo o trajeto de volta.
Ao todo foram cerca de 16 Km pela mata atlântica. Na volta vimos até
bugios no alto das árvores pelo caminho. O guia nos informou que o
Parque da Cantareira a princípio fazia parte de um município
chamado Juqueri, que depois foi dividido entre vários municípios
vizinhos: como Franco da Rocha – que abriga o hospital psiquiátrico
Juqueri, Mairiporã, Guarulhos, São Paulo, e outros que abrigam o
Parque Ecológico da Serra da Cantareira.
Todas
as trilhas que fizemos eram caminhos de tropeiros no início, sendo
que a da Pedra Grande é até asfaltada. Como não tinha mato, fui
com minha calça de camping transformada em bermuda. Exibi minhas
pernocas neon com a recente tatuagem decalque aplicada em comemoração
ao emagrecimento semanal de 300 g. Minha surpresa ocorreu às 5 da
manhã, quando ao me arrumar para o passeio descobri que meu celular
novo cabe no bolso das calças de camping. Não precisarei levar
bolsa especial para o celular na peregrinação, menos coisa para
carregar pendurada – já carrego meu cantil. Comprei celular novo
atrás de bastante memória interna (são 64 GB) e ganhei câmeras
maravilhosas. Obrigada, celular top de linha, seu preço salgado vale
o espaço para dezenas de aplicativos e as fotos cheias de detalhes
que me proporciona.
Foi
uma ótima trilha de treino: muita subida na ida, ladeira na volta.
Contornamos o parque de um portão a outro ida e volta. O Parque da
Cantareira é enorme, tanto que é dividido entre vários municípios,
não posso dizer que o atravessamos. Os 3 meses de academia fizeram
que não sentisse os joelhos nas descidas, apenas a natural
dificuldade de fôlego das subidas. Ao fim da trilha todos ganharam o
Passaporte das Trilhas do Estado de São Paulo com o carimbo do
Parque da Cantareira. O passaporte é gratuito e é uma ótima
sugestão para próximas trilhas, um incentivo para conhecer novos
lugares.
Muitos
dos caminhantes conhecem e acompanham o Clube da Caminhada há um bom
tempo, fazem várias excursões. Esse clube não pertence ao SESC,
tem apenas uma página no Facebook, onde divulga seus eventos. Tânia
contou que já percorreu vários trechos do Caminho da Fé, mas nunca
ele completo, de uma vez. Não encontra tempo nas férias. Ela é
descendente de japonês e percorreu trechos do caminho dos templos
japoneses com amigos, dos quais quatro falavam japonês, ela não
sabe direito japonês nem inglês, se não fosse em grupo, não iria
sozinha.
Um
dos guias falou da programação de carnaval do Clube da Caminhada:
ir de Vitória (Espírito Santo) até Inhotim (Minas Gerais) passando
por Belo Horizonte de trem. Gostei da ideia de passar o carnaval
caminhando, é realmente o que gosto de fazer, como gosto de viajar.
Depois Silvana convidou a mim e Luzia para o Caminho da Prece, bem
mais em conta porque não envolve deslocamento aéreo até Vitória.
O
Caminho da Prece pode ser percorrido em 3 dias, tem 71 Km de extensão
pelo sul de Minas Gerais. Passa por Jacutinga, Ouro Fino,
Inconfidentes, Tocos do Mogi, Borda da Mata. Que me recorde, quatro
dessas cidades também fazem parte do Caminho da Fé, por isso é um
bom treinamento, bom até para iniciantes como Luzia, que nunca
peregrinou. Tenho minhas dúvidas se é bom começar a vida de
peregrino encarando morro todo dia.
Vejo
que março pesará no bolso: carnaval, concurso em Arujá, presente
de casamento do meu irmão mais novo – ele casa em junho mas quero
presenteá-lo no mês de seu aniversário. Por enquanto desconto
minhas angústias na bolsa de lacre de latinha para meu celular.
Preciso dela o quanto antes para sair com pouca coisa durante o
almoço. Se fizer mais bolsinhas posso presentear amigas e quem sabe
até vender. Tenho dois modelos menores: um com linha preta e outro
com linha verde, quero colocá-los à venda assim que terminar a
bolsa do celular novo.
Virou
o ano e percebi que preciso juntar bastante grana para bancar minhas
viagens, principalmente Santiago de Compostela. Hora de regular os
gastos, buscar renda extra, investir bem o pouquinho que separo todo
mês.
Tudo
há de correr bem se me dedicar.
“Não
pode o mundo mudar
quem
não se aventurar”
Eu
sou Eu, Dom Quixote; canção do musical “O Homem de La Mancha”
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