aqui
me tens de regresso...”
São
Paulo, 13 de novembro de 2018
A
frase certa para iniciar essa carta seria “Academia,
aqui me tens de regresso”. Foi o que postei junto com minha foto no
grupo dos manos, no Facebook, e enviei também para Guilherme por
Whatsapp. Voltei porque não posso mais adiar minha preparação
física, voltei bem na segunda-feira e todo dia que não tiver outro
compromisso após o trabalho irei bater cartão na academia.
Domingo
encontrei Silvana e suas filhas na feira de artesanato do Leste
Europeu em frente o parque ecológico da Vila Prudente. Dividimos
nosso roteiro em 18 etapas, sendo que no último dia caminhamos
apenas 7,3 Km.
Iremos
em Julho de 2019, que é mês de férias dos meus cursos espíritas.
Silvana pegará férias a partir do feriado de 9 de julho, podemos
começar a caminhar dia 10 em Mococa e chegar em Aparecida dia 27,
sábado; ou começar dia 11 e chegar dia 28, domingo. A ideia inicial
dela era chegar no domingo, mais festivo, porém também está
disposta a chegar sábado, aproveitar a cidade e voltar domingo após
a missa.
Ela
contou sua experiência no trecho em que faremos. Era para caminhar
de Mococa a São Roque da Fartura, mas esqueceu documentos antes de
embarcar e encontrou o grupo em São José do Rio Pardo. Contou que
as pessoas são muito hospitaleiras no Caminho da Fé: você entra
pedindo água e ganha um lanche caprichado, no caminho há pontos de
água que os moradores deixam para os peregrinos. Ela foi com um
grupo numa excursão em que ninguém precisou carregar mochila, havia
carro de apoio. O percurso tem muita subida e um cajado é
extremamente importante.
Como
treino, Silvana faz trilhas e percorre terrenos em aclive nos fins de
semana e feriados. Comprou uma bota de caminhada e sente-se muito
confortável nas travessias, trilhas e no trecho de teste do Caminho
da Fé. Eu me comprometo a treinar musculação na academia, caminhar
na esteira, caminhar ao ar livre. Além da musculatura, me preocupo
com meu coração - esse músculo interno tão crucial - que já
sofreu com arritmia antes de 2017 e me fez evitar cafeína também em
2018, durante a segunda parte do Caminho do Sol.
Meu
próximo encontro com Silvana será em janeiro, quando decidiremos
sobre as pousadas, saberemos mais sobre as dificuldades do percurso
com quem já o fez, buscaremos relatos entre amigos e nos sites. No
domingo mesmo encontrei Zeca e ele disse que caminhava em torno de 25
Km por dia, não 35 como sugere o site. Conversando com Carol ao
longo da semana, ela sugeriu reservar todas as pousadas previamente e
confirmar hospedagem ao longo do caminho. Isso é necessário pois as
cidades não possuem foco turístico, não há muitas opções de
pousadas caso alguma esteja cheia. Comentou que a pousada Bom Jesus
em Aparecida é ótima, mas dificilmente tem vaga. Não está na
lista de pousadas do Caminho da Fé porque não tem padrão peregrino
– tem padrão turismo de fim de semana, com boas acomodações e
preço salgado. Funciona num antigo seminário e possui visita
noturna monitorada. Passar o sábado na pousada Bom Jesus nos pareceu
uma boa ideia, merecemos mais comodidade após carregar mochila por
18 dias. Decidiremos em Janeiro.
Há
a possibilidade de convidarmos mais pessoas e formar um grupo maior.
Silvana tem dois amigos em mente, eu penso em abrir um chamado no
grupo de e-mails do Caminho do Sol ou até num fórum de mochileiros.
A impressão que temos é que são poucos os corajosos que percorrem
o Caminho da Fé completo mais de uma vez, de tão difícil que ele
é. Zeca gosta de percorrer novos ramais até Águas da Prata, ponto
a partir do qual o caminho se unifica.
Volto
desanimada para a academia, na minha vida de peregrina até agora só
peguei gosto em caminhar ao ar livre. Espero que com a frequência
tome gosto em treinar, me animarei se ver algum resultado no espelho.
Os resultados que preciso serão cobrados apenas em julho do ano que
vem.
“E
suplicante lhe peço
a
minha nova inscrição”
A
Volta do Boêmio, Nelson Gonçalves
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