domingo, fevereiro 24, 2019

“Boemia

aqui me tens de regresso...”

São Paulo, 13 de novembro de 2018

A frase certa para iniciar essa carta seria “Academia, aqui me tens de regresso”. Foi o que postei junto com minha foto no grupo dos manos, no Facebook, e enviei também para Guilherme por Whatsapp. Voltei porque não posso mais adiar minha preparação física, voltei bem na segunda-feira e todo dia que não tiver outro compromisso após o trabalho irei bater cartão na academia.
Domingo encontrei Silvana e suas filhas na feira de artesanato do Leste Europeu em frente o parque ecológico da Vila Prudente. Dividimos nosso roteiro em 18 etapas, sendo que no último dia caminhamos apenas 7,3 Km.
Iremos em Julho de 2019, que é mês de férias dos meus cursos espíritas. Silvana pegará férias a partir do feriado de 9 de julho, podemos começar a caminhar dia 10 em Mococa e chegar em Aparecida dia 27, sábado; ou começar dia 11 e chegar dia 28, domingo. A ideia inicial dela era chegar no domingo, mais festivo, porém também está disposta a chegar sábado, aproveitar a cidade e voltar domingo após a missa.
Ela contou sua experiência no trecho em que faremos. Era para caminhar de Mococa a São Roque da Fartura, mas esqueceu documentos antes de embarcar e encontrou o grupo em São José do Rio Pardo. Contou que as pessoas são muito hospitaleiras no Caminho da Fé: você entra pedindo água e ganha um lanche caprichado, no caminho há pontos de água que os moradores deixam para os peregrinos. Ela foi com um grupo numa excursão em que ninguém precisou carregar mochila, havia carro de apoio. O percurso tem muita subida e um cajado é extremamente importante.
Como treino, Silvana faz trilhas e percorre terrenos em aclive nos fins de semana e feriados. Comprou uma bota de caminhada e sente-se muito confortável nas travessias, trilhas e no trecho de teste do Caminho da Fé. Eu me comprometo a treinar musculação na academia, caminhar na esteira, caminhar ao ar livre. Além da musculatura, me preocupo com meu coração - esse músculo interno tão crucial - que já sofreu com arritmia antes de 2017 e me fez evitar cafeína também em 2018, durante a segunda parte do Caminho do Sol.
Meu próximo encontro com Silvana será em janeiro, quando decidiremos sobre as pousadas, saberemos mais sobre as dificuldades do percurso com quem já o fez, buscaremos relatos entre amigos e nos sites. No domingo mesmo encontrei Zeca e ele disse que caminhava em torno de 25 Km por dia, não 35 como sugere o site. Conversando com Carol ao longo da semana, ela sugeriu reservar todas as pousadas previamente e confirmar hospedagem ao longo do caminho. Isso é necessário pois as cidades não possuem foco turístico, não há muitas opções de pousadas caso alguma esteja cheia. Comentou que a pousada Bom Jesus em Aparecida é ótima, mas dificilmente tem vaga. Não está na lista de pousadas do Caminho da Fé porque não tem padrão peregrino – tem padrão turismo de fim de semana, com boas acomodações e preço salgado. Funciona num antigo seminário e possui visita noturna monitorada. Passar o sábado na pousada Bom Jesus nos pareceu uma boa ideia, merecemos mais comodidade após carregar mochila por 18 dias. Decidiremos em Janeiro.
Há a possibilidade de convidarmos mais pessoas e formar um grupo maior. Silvana tem dois amigos em mente, eu penso em abrir um chamado no grupo de e-mails do Caminho do Sol ou até num fórum de mochileiros. A impressão que temos é que são poucos os corajosos que percorrem o Caminho da Fé completo mais de uma vez, de tão difícil que ele é. Zeca gosta de percorrer novos ramais até Águas da Prata, ponto a partir do qual o caminho se unifica.
Volto desanimada para a academia, na minha vida de peregrina até agora só peguei gosto em caminhar ao ar livre. Espero que com a frequência tome gosto em treinar, me animarei se ver algum resultado no espelho. Os resultados que preciso serão cobrados apenas em julho do ano que vem.

E suplicante lhe peço
a minha nova inscrição”
A Volta do Boêmio, Nelson Gonçalves

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