segunda-feira, janeiro 02, 2017

“Pra ver

os olhos vão de bicicleta até enxergar
pra ouvir
as orelhas dão
os talheres de escutar
pra dizer
os lábios são duas almofadas de falar
pra sentir
as narinas não viram chaminé sem respirar
pra ir
as pernas estão no automóvel
sem andar...”

São Paulo, 13 de dezembro de 2016

Meu quadril ganhou uma bursite. Qualquer articulação pode ter bursite, que é inflamação das bolsas que ficam entre ossos e pele para que a pele não se desgaste ou rompa. Pesquisei e descobri que mulheres que correm sujeitam-se a desenvolver essa doença. O médico receitou antiinflamatório e compressa de gelo no local diariamente, por 15 a 20 minutos. O lado positivo desse contratempo é que quanto antes se começa a tratar de bursite mais chances de controla-la ou livrar-se dela.
Na semana seguinte à corrida não fui à academia. Durante esse tempo utilizei o brinde da primeira corrida que completei e ganhei uma massagem relaxante. O médico do exame clínico (tirei ultrassom do quadril) disse que é algo leve, não precisarei de meses para me reabilitar. Como vi que o antiinflamatório que o ortopedista receitou continha três tipos de vitamina B e diclofenaco sódico, tratei de sempre comer alguma carne ou outro alimento que tivesse esse tipo de vitamina nas refeições. Banana e leite no café da manhã tornaram-se sagrados.
Hoje retornei ao ortopedista e ele disse que como as dores não se agravaram não preciso de nenhum tratamento, caso a dor volte tomo antiinflamatório e faço compressa de gelo. Naas duas semanas entre uma consulta e outra fui à academia somente um dia, onde caminhei por cinco minutos no aparelho transport. Vez ou outra meu quadril lembra de doer quando ando. Não faço esforço nem pretendo fazer durante essa semana. Levarei o antiinflamatório na mochila, sobraram cinco comprimidos. Até a viagem, ao menos uma vez por dia, pretendo fazer exercícios de fortalecimento do quadril que a professora de educação física da academia mostrou. As dores que sinto não são frequentes nem intensas, por isso demorei para decidir a fazer os exercícios, vivo esquecendo.
Na preparação para a viagem preciso e tenho cuidado bem do corpo e da mente. Precisarei deles para viver a aventura de percorrer o Caminho do Sol. Pensando bem, o tempo todo é bom ter corpo e mente sãos na aventura da vida. Minha saúde física e mental não está perfeita, ainda tomo remédios e não tenho previsão de parar de toma-los, num futuro próximo as doses tendem apenas a diminuir. Isso significa mais coisas na mochila.
Para percorrer qualquer o caminho não é necessário ser perfeito, é necessário apenas dar um passo de cada vez. Planejamento e preparação ajudam muito, sem essas premissas o cansaço é maior e corre-se o risco de desistir durante o caminho.
No último final de semana finalmente comprei as meias super super, o último item de vestuário da mochila. Hoje comprei a corda. Possuo todos os itens, nessas três semanas finais organizarei a mochila.
Refiz os cálculos pois decidi tomar café em Águas de São Pedro com o idealizador do Caminho do Sol no dia seguinte à chegada. Contando as datas de partida e volta para casa, serão treze dias de viagem.
Listei as pessoas que convidarei a acompanhar minha viagem pelo blog e me surpreendi com a quantidade. Fiquei feliz em me dar conta de que gosto e convivo com bastante gente, espero que boa parte dessa turma aceite o convite. Quero que tenham um momento de distração durante o dia lendo coisas que não possuem relação alguma com a rotina que levam. Quero que leiam meu diário de viagem e comentem, quero que provem as abobrinhas verdes que produzirei no Caminho do Sol.

“E os ossos serão nossas sementes
sobre o sonho
e dos ossos as novas sementes
que virão”
O Caroço da Cabeça, Paralamas do Sucesso

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