quarta-feira, janeiro 04, 2017

Pirapora do Bom Jesus


Osvaldo saiu 6h para fotografar um belo nascer do sol no caminho e chegar na pousada Casarão 8h. Sem problemas, ele já percorreu 2 caminhos de Santiago antes de encarar o do Sol – está fazendo as rota inversa. Ele também viaja bastante, inclusive para o exterior. Em matéria de viagem sou a mais humilde do grupo, que nunca saiu do Brasil nem conhece muitos lugares. Osvaldo tem descendência italiana e alemã, nasceu em Santa Catarina, mora em São Paulo, é formado em fisioterapia e estuda medicina chinesa.
Nós, os quatro mosqueteiros restantes, saímos 7h e 10h50 já estávamos nos quartos da pousada seguinte. Márcio, dono da pousada, disse que caminhamos em ritmo de veteranos! Foram 15 Km (mais precisamente 14,9) em 4h. Fazendo as contas nossa velocidade média fica 3,75 Km/h, o que não é nada mal. Normalmente os peregrinos chegam 12 ou 13h na pousada.
O percurso foi praticamente só asfalto. Atravessamos terra e mato somente antes de entrar em Pirapora, quando passamos pelo morro do cruzeiro que dá vista para a cidade e o mosteiro, que hoje ainda pertence a uma entidade religiosa mas funciona como centro de reabilitação de dependentes químicos. No morro paramos para fotografar e beber água. Falando em água, quase esqueci meu cantil antes de partir de manhã. Também fui a que mais demorou para se arrumar, e depois demorei no alongamento.
Pouco antes de chegar na igreja da cidade tem uma sorveteria onde fomos (todos os 5) depois do almoço. Muitos gostaram do sorvete de abóbora com coco, eu me decepcionei com o sabor forte do de menta (esqueci como era) mas gostei muito do de ameixa. Quem pagou tudo foi Edward, pois achou uma nota de 50 no meio do caminho. Sim, ele achou dinheiro no acostamento da estrada, enquanto procurava apoio para o cajado ao andar na grama.
Outro feito nosso foi subir o Morro do Cala a Boca conversando. Eu vou sempre quieta observando, nem fotografo muito, mas conseguimos. Quando passamos por garis cortando a grama do acostamento olhei pra trás e não vi Edward, sugeri a gente parar e espera-lo. Uma curiosidade do caminho são as cruzes das estações da Via Sacra. Quando finalmente decidi parar para fotografar uma, a bateria do meu celular havia acabado. Lição do dia: quando chegar na pousada coloque o celular para carregar a bateria, não importa quanto ele tenha de carga.
As dores do caminho: meu pulso esquerdo começou a doer bem no início, mesmo partindo sem relógio nele. A solução foi segurar o cajado com a mão esquerda para que o pulso não ficasse para baixo. Meu quadril esquerdo doeu não sei quando, meu joelho esquerdo mostrou que existe principalmente na descida. Passei Cataflan no joelho quando voltamos para a hospedaria para descansar. Ganhei uma pequena bolha no indicador direito que já estourou no caminho devido ao jeito com que pego a coisa. Nada que um bandeide amanhã não resolva.
A pousada Casarão serve jantar somente para grupos com no mínimo 10 pessoas, Márcio nos indicou uma padaria próxima que serve lanche quente até 19h15. Depois eles precisam lavar a chapa. Tem tv no quarto mas o pessoal quer mais curtir o silêncio e dormir. Tv foi a última coisa que reparei no quarto.
Amanhã serão 25 Km até Cabreuva, a maioria em terreno plano. A distância assusta, ofereceram carro de apoio, mas quero o mérito de caminhar com o peso que tenho. Não é o peso da bagagem que quero deixar, é o peso do meu corpo.

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