quarta-feira, abril 15, 2020

Durante a quarentena - 27º dia

A cadeira do meu quarto chegou, montei sozinha, passou a Páscoa, a quarentena no Estado vai até dia 22, estou em férias até dia 5 de maio, o barbante laranja acabou.
Montar a cadeira do quarto sem pedir ajuda para meu pai foi uma conquista e tanto. O modelo é bonito, simples e confortável. Depois de montada só fui usar mesmo para estudar passado o segundo dia.
Pouco antes da semana santa começar vinha batendo uma preguiça e nós três já não rezávamos 21h30. A partir da quinta-feira santa, minha mãe acompanhou todas as celebrações da paróquia local pela página da igreja no Facebook, no computador da sala. Deixei de lembrar do nosso terço 21h30 porque todo dia acompanhávamos uma celebração, já nos conectávamos com Deus e rezávamos de acordo com o padre.
O almoço da sexta-feira santa foi fabuloso: dia do meu amado macarrão com sardinha. Gosto tanto do prato que até peço em alguns finais de semana, mas minha mãe vive descartando. Talvez por ser simples demais, talvez por eu não pedir outra coisa quando lhe falta ideia. O dia oficial da iguaria é sexta-feira santa. A vontade de comê-la ainda não foi tamanha a ponto de eu mesma prepará-la para quem estiver comigo em casa, embora faça algumas raras vezes.
Domingo de Páscoa não teve chocolate. Porém precisava de um doce de manhã para dar para meus pais, algo especial. Tapioca doce para nós três: recheio de beijinho, ou seja, leite condensado e coco ralado. Qual a melhor forma de aproveitar o resto do recheio? Afinal abri uma lata de leite condensado e usei três colheres do pacote de coco ralado que estava aberto há tempos no armário. Nesse domingo de Páscoa fiz meu primeiro beijinho. Minha mãe me ensinou a encontrar o ponto do doce. Meu pai tirou aquela foto bonita que publiquei no Facebook oferecendo beijinho de Páscoa para os amigos. Minha tia vizinha também saboreou alguns beijinhos, a maioria comemos até terça-feira. Somente depois de fazer essa receita passei a comer o doce com o cravo da índia, antes tirava. Fica refrescante, menos enjoativo, muda bem o sabor, um gosto refinado. Beijinho é tudo de bom, o primeiro tem um sabor especial.
A quarentena estadual ia até dia 7 de abril, foi estendida até dia 22. No trabalho a documentação do aviso de férias ainda não chegou para eu assinar, porém estou sim em férias; posso ficar em casa tranquilamente até dia 5 de maio.
Minha vontade de presentear as amigas é maior que a quantidade de barbante laranja. Se fosse presentear Lisandra, precisaria comprar mais barbante colorido. Ela até agradeceu a intenção do presente, mas sugeriu que fizesse algo útil para quem passa por dificuldades. Na hora lembrei dos casaquinhos de bebês para grávidas carentes que a Federação Espírita do Estado de São Paulo ajuda. Ainda tenho lãs e botões que sobraram do casaquinho que fiz para meu sobrinho. Lisandra me lembrou de que ainda posso me divertir fazendo caridade; dessa vez sem sair de casa, e quantas vezes quiser durante a semana: posso fazer casaquinhos e sapatinhos de crochê para bebês carentes. Desde janeiro não faço trabalho voluntário, o pedido de Lisandra era o que faltava para retomar essa prática de outra forma.
O trabalho voluntário não é pra ontem, é para depois dos meus caprichos. O presente da Lisandra e de outra amiga pode esperar indefinidamente, elas não esperam nada mesmo. Para mim tenho duas bolsas de lacre de latinha começadas e um jogo americano em crochê que quero ver o resultado. Depois disso parto para os casaquinhos e sapatinhos.
Esses projetos de crochê vão além das férias, quando voltar ao trabalho normal quero separar uma meia hora diária para seguir na ativa.
Ontem ocorreu o primeiro encontro com os colegas do curso do livro de Leon Denis no grupo de Whatsapp. Durou uma hora nossa aula virtual. Depois me animei e voltei a rezar com meus pais 21h30 contra a pandemia, vibrando suporte para a saúde e os governantes.

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