quinta-feira, dezembro 10, 2009

O AMOR É FILME
eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama...”
bem canta Cordel do Fogo Encantado

Não acho que “Lua Nova” seja o livro da vez, embora muitos estejam lendo por causa do filme que está em cartaz e não pretendo assistir. Não estou em tempo de romance.

Li o livro em 3 dias, ele é muito bem escrito, sem dúvida. Mas não é o livro da vez, não achei extraordinário. Me surpreendi como consegui adivinhar a trama a partir do primeiro livro da série. Bem que comentei no sítio que a história era mais uma roupa pro clássico Romeu e Julieta. Não deu outra: em Lua Nova a peça de Shakespeare é mencionada dezenas de vezes.

Não me identifico muito com a heroína, não morro de amores pelo herói, gostei do lobo. Não por ser marombado, mas por se índio, concertar carros, ter uma família muito bem estruturada, ter tradições a seguir. De certa forma ele é um porto seguro: fiel, corajoso e companheiro como um cão de guarda. Quem não amaria um bichinho bonitinho e quentinho assim? A heroína da trama.

A nova Julieta do pedaço se apaixonou por seu gélido Romeu e não tem olhos pra mais ninguém. O triângulo amoroso de “Lua Nova” tem seus dias contados. Julieta é fiel a seu par ideal, não importa a idiotice que Romeu cometa. Ela não é uma Colombina que morre de amores pelo Pierrô mas termina o carnaval com o Arlequim. Julieta seria a Colombina que mesmo depois de dançar com o Arlequim terminasse o carnaval nos braços do Pierrô.

Julieta é puro ideal: encontra seu Romeu com índole de Pierrô e não troca por nada, não importa quanto ou como a forcem mudar. Julieta é constante, Colombina é mutável. Não há triângulos amorosos com Julieta, ela enfrenta obstáculos contra seu amor.

Como uma heroína romântica que se preze, no próximo livro Bella vai tentar amenizar a dor seu amigo rejeitado. Mulher nasceu pra ser flor, não sabe ser espinho. O moço sofre pela decisão que você tomou? Deixa sofrer, vai sarar. Quando o próprio espinho tenta concertar a ferida que causou ele acaba se aprofundando mais, piorando a situação. - Heroínas clássicas não pensam assim. Se pensassem, cortariam os pedaços cruciais dos clássicos românticos.

Bella não gosta do que é vivo, quente e mutável como a vida. Prefere o que é eterno, perfumado, brilhante e ideal como um sonho mortífero. Somos ou não somos feitos da matéria dos sonhos?

“Um belo dia a gente acorda e humm!
Um filme passou por a gente...”
Cordel do Fogo encantado

2 comentários:

Marília disse...

Não gosto muito de romance de filmes, novelas, livros etc. Não acredito nesse tipo de amor que supera tudo. Geralmente começa com um desentendimento, os dois acabam se gostando e são felizes para sempre. Depois, a vida cotidiana, o que vem pela frente, nunca é relatado.

A vida real é diferente, as Colombinas estão em todas as partes, mas elas gostam de imaginar Romeus. É como o fato de novelas, que só mostram ricos, terem maior audiência entre os mais pobres.

E sim, me recuso a ler um livro em que o vampiro BRILHA no sol e come bichinhos para não matar humanos. Quem sabe escrever sobre vampiros é o André Vianco!!

Colombina disse...

AH AH!

Eu também espaho pra quem quiser escutar que André Vianco É O AUTOR, pra quem quer histórias de vampiros.