domingo, julho 29, 2007

TORMENTA Á VISTA

Até entendo se importar com quem está olhando, quem repara e espiona a vida da gente. Mas essa neurose não pega em mim. A Lua não tem crateras porque milhões de pessoas na Terra olham pra ela. Tem pegadas de norte americanos, porque eles decidiram fazer mais do que olhar.

Qualquer um que usa o computador pode conseguir qualquer informação que lhe interesse, mas o que é feito com essa informação é que importa. Informação virou matéria prima. Há milhões de formas de utilizar uma matéria prima.

Quem encontra novas formas de utilizar matéria prima é criativo. Quem começa utilizar matéria prima de uma maneira nova, possui iniciativa. Toda pessoa criativa tem um pouco de iniciativa, mas nem toda pessoa com iniciativa é criativa. Embora capazes de horrores, pessoas com iniciativa são raras. A tecnologia aumentou a preguiça humana: tudo que pode não ser feito tende a nunca ser feito.

O mundo gira entre tormenta e calmaria. Nas tormentas todas as bases e limites são quebrados, nas calmarias tudo se harmoniza a fim de formar novas bases e nortear o rumo do mundo. Há milhões de mundos, se considerados os diversos sentidos da palavra mundo. Tudo, orgânico ou não, segue entre dois extremos sem parar em lado algum.

Prestar atenção, admirar, estudar, espionar, são ações tomadas em tempos de calmaria. Não afetam nada diretamente, mas sinalizam uma tormenta próxima. Sabendo-se que o mundo gira na combinação binária de tormenta e calmaria, não é preciso apavorar-se com as tormentas nem se entediar com as calmarias.

3 comentários:

Anônimo disse...

Adoro os seus comentários, e os textos tbm.
Essa idéia de olhar demais pra Lua é ótima, o livro O Segredo fala da força do pensamento, mas eu não acredito, senão o Bush já teria explodido faz tempo.
=)

Anônimo disse...

Uau! Inspirada, hein!? "(...)tudo que pode não ser feito tende a nunca ser feito."
Pois é, é a lei da inércia...hahaha, uma das poucas que entendi na física.
Faz muito sentido.
Bom texto.

Beijos.

Anônimo disse...

Vc devia ser escritora.
Eu compraria seu livro e pediria um autógrafo.

É isso. Beijos!