comemoração ao primeiro ano de Abobrinhas Verdes
Cara de Palhaço
Reynaldo Jardim
Qualquer bala extravia da
encontra seu endereço,
Viver na cidade grande
tem seu custo, seu preço
O assaltante te pega
e te vira do avesso
ou a polícia te quebra
e te coloca no gesso.
Qualquer governo perdido
mostra total desapreço
pela pobreza do povo
que, de tropeço em tropeço,
cai na mais torpe miséria,
Sem remédio, sem refresco.
Inútil ser Sancho Pança
ou se fazer quixotesco,
que no final de história
você volta pro começo
Em cada esquina da vida,
um defunto ainda fresco.
Tudo bem organizado
segundo exige o contexto.
Logo se aperta o gatilho,
por dá cá aquela palha.
A justiça na cidade
demora e demora e falha
Vem um carro na contramão
atropela, estraçalha
Já se entra no hospital
levando a própria mortalha.
O dinheiro pra saúde
é sempre aquela migalha.
Privatizar não deu certo,
estatizar é um fracasso.
Vamos dando de presente
nossa terra e nosso aço.
O mundo virou um circo
o resto foi pro espaço
Pra gente sobrou o quê?
- Essa cara de palhaço.
2 comentários:
Discordo que "Privatizar não deu certo".
Creio que tenha dado muito certo. Tirou o gasto que o governo tinha com a CSN, a Vale do Rio Doce e o sistema Telebrás, que na época tinham prejuízo e não tinham condições de crescimento pois o estado não tinha como fazer novos investimentos. A iniciativa privada agora investe e obtém lucros, rendendo royalties e impostos ao governo.
Esse dinheiro que não é gasto pra sustentar as estatais, e os royalties e impostos que o governo recebem poderiam ser usados para educação, saúde e segurança. Não fosse tanta corrupção que Lula promoveu, hoje estaríamos melhorando muito.
Gostei deste texto. É estilo literatura de cordel... ou é cordel à vera? De qualquer forma, muito bom.
Postei um poema que gostaria que visse. Te espero lá.
Beijos,
Ana
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