segunda-feira, julho 31, 2023

Alta noite já se ia

Inauguro essa coluna no meu blog, escrita majoritariamente e finalizada à noite, como terapia de escrita. Ninguém recomendou, apenas sei que escrever me faz bem. Publicada apenas aqui no blog, não no Facebook. O motivo para começar essa coluna foi que meu medo adolescente se tornou realidade num questionário de entrevista de emprego: tornei-me perfeccionista.

Sei que sou mais do que um viés psicológico que esses questionários pré moldados tentam nos enquadrar. Sei que sou mais do que os males que carrego. E sei que perfeccionistas sofrem ao querem atingir metas impossíveis. Será que meu último emprego me fez sonhar mais um sonho impossível e pagar com minha saúde psicológica? Foram apenas quatro meses.

Não que eu fosse lá muito saudável psicologicamente antes. Procuro sempre vigiar minha mente e minha saúde como um todo, tenho minhas dificuldades de convivência. Nem sempre me preocupo com isso, mas viemos ao mundo para aprender a amar incondicionalmente. A nós, ao próximo, ao planeta. Gentileza sempre. Entretanto o que mais faço é manter distância das pessoas. Se possível me distancio até de mim. Estudando, cuidando dos animais, dos pais.

Meu lado perfeccionista vem pela necessidade de controle. Penso que se fizer a minha parte direito, tudo anda melhor. Poderei esperar bons resultados e tudo será como o previsto. O mundo é imprevisível, eu sei. Não segue meus planos. Devemos pedir para estar de acordo com os planos de Deus, não subordinar as forças superiores aos nossos caprichos.

Agora ficou uma dúvida plantada em minha mente: me assumirei perfeccionista devido a um mísero teste de emprego, depositando minha confiança nesse sistema frio que me trata como número; ou aprofundarei minha análise para verificar se apenas estou passando por um momento estressante que me faz ser mais rigorosa do que o costume comigo?

Já passou da hora de crescer e assumir responsabilidades. Não precisava, mas já adoeci nesse processo. Queda de cabelo localizada. Tenho que mudar meu pensamento para não me estressar, mudar meu jeito de encarar a vida. Quarenta dias de tratamento e a falha capilar aumentou, o médico receitou um corticoide (substância que pode me cegar com o uso prolongado) e vitaminas. Volto ao dermatologista daqui quarenta dias.

Será que essa queda de cabelo é culpa pela rotina que queria seguir e dificilmente sigo? Tem vídeos no YouTube dizendo que jejum de dopamina é ótimo para os estudos. Seja infeliz estudando e aprenda mais. Será que preciso me sacrificar tanto assim? Escolho não me sacrificar nada. E o cabelo caindo por culpa. Muito sono, fome, procrastinação. E o cabelo caindo.

Pesquisei e descobri que perfeccionismo é sintoma de narcisismo. Sim, me enquadro minimamente nesses parâmetros, não percebo meu real valor, me sobrestimo. Por isso tantos fracassos e tanta falta de esforço. Não, não estou me esforçando demais rumo aos meus objetivos.

A cada dia seus afazeres. Um passo por vez. Quem sabe eu melhore com a escrita terapêutica. Minhas noites e meus dias se transformem e sejam mais fluidos e harmônicos, menos arrastados. Será que estou idealizando demais? Mereço dias harmônicos. Basta “compreender a marcha e ir tocando em frente”.

Hoje dormirei certa dos meus pontos a melhorar e pronta para começar a ser uma nova pessoa a partir de amanhã.

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