sábado, maio 06, 2006

INTRUSO

O raio de luz atravessa a neblina
na alegria morta que irrita a retina
devasta a escuridão, o clarão se aproxima
na luz insensível
na velocidade invisível
abre caminho ao novo de novo
para os mortos não verem causa, só efeito
e reclamar do iluminado sujeito
a tostar os vermes em suas tumbas
- Quem ousa entrar em nossas catacumbas?
- Mensageiro do dia! Da vida que o dia não adia!
- Aqui a vida só decompõe.
Errado. Não há lugar onde a vida não se compõe.
- Voltem a dormir, infinito é meu partir.

Sem parar e se explicar
sabe não ser bem quisto em qualquer lugar
adorado, perseguido
desdenhado e temido
vai-te embora, amigo
seja leve, não me leve
leve nada contigo
enquanto brilha em profusão
disfarça a própria solidão
condena o mesmo que contém
em sentido inverso, que não vem
esvai no infinito além.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olha só... Um poema... Quem diria! Ficou bom!

Ana disse...

Gostei disso! Parabéns!

Anônimo disse...

Nossa! Eu também gostei! Muito bom mesmo!