sexta-feira, março 17, 2006

Por quê estudante de faculdade pública reclama do governo

Governador e prefeito vivem assinando decreto de lei, licitação, e nas eleições aparecem na televisão mostrando o que a gestão deles fez. Com assinatura desses homens escolas são construídas, ruas são pavimentadas, bueiros são limpos, leis são decretadas, verbas são liberadas. Costumam pensar que verba para educação só se usa construindo escola e melhorando merenda, daí vai o sorridente cidadão dizer que na sua administração construiu X faculdades, criou N cursos superiores. Detalhe: sem contratar mais professores.

“Por fora bela viola, por dentro pão bolorento.” Assim segue o processo de sucateamento das faculdades paulistanas. Não tem passeata ou greve de professores que resolva. Na FATEC reformulam cursos a torto e a direito. Mais torto do que direito: tiram um teco de matemática e toda a humanidade do curso, batizam como Sistema de Informação. Era Processamento de Dados. Quem passou em Edifícios ainda não sabe ao certo o que estudará nos próximos anos, não divulgaram o projeto da grade curricular.

O governo mostra quantidade, não qualidade. Anos atrás aprovou o sistema de ensino que não reprova aluno em qualquer série do ensino fundamental para gastar menos, quando deveria reestruturar o método de ensino. Constrói faculdades mas passa anos sem contratar docentes, vez ou outra atrasa pagamento dos que existem. Clímax: passeata na avenida Paulista.

Não é certo tratar gente como tijolo e comprimido, como parte da obra que saiu do papel que prefeito ou governador assinou no gabinete. Custa aos governantes entender que São Paulo não é só concreto e farmácia. Apenas compromisso se faz necessário, manter e melhorar o que existe. Difícil entender que escolas e hospitais precisam de bons funcionários para funcionar bem? Difícil preocupar-se acima de tudo com a qualidade de vida do próprio povo? Manter a palavra e ser coerente, não há governante que agüente.

2 comentários:

Anônimo disse...

Pois é... La na USP também enfrentamos essas coisas. Com a diferença que o povo do Direito é mais nojentinho, e não costuma enxergar além do próprio umbigo.

Anônimo disse...

Enquanto a política for remunerada, não há um político sequer que seja amante de seu país e de seu povo...
O que conta nas guerras pelo poder, é única e exclusivamente o dinheiro..
E também pra que investir na educação e na saúde, se um povo inculto e doente não tem sabedoria e nem força?

Portanto...
Vamos falar de abóbrinhas que é mais saudável e mais gostoso..
Pra que o streess?
Né Linda?