segunda-feira, junho 29, 2020

Durante a quarentena - 102º dia

A saga em cosmetologia natural continua. Sem produtos novos, agora é a vez das pesquisas. Baixei amostras de livros digitais, escolhi quais pretendo comprar, baixei livros gratuitos pela internet, pesquisei cursos online, encontrei um canal com esse tema! Alquimia Oriental, cosmetologia natural estilo faça você mesmo. Deixei de seguir as youtubers maquiadoras.
No processo de pesquisa me deparei com youtubers de produtos veganos e orgânicos. Seguir “It girls”? Não era isso que queria. Assisti um depoimento de uma menina que havia estudado cosmetologia natural, entendido bem a pele, que ninguém precisa de dezenas de cremes para viver bem, que o autocuidado pode ser bem simples e envolver ingredientes naturais. Ela havia deixado de dar tanta importância para maquiagem, coloração de cabelo, manicure de unhas. Uma pele bem tratada é tudo de bom, não precisa de disfarces nem realces. Uma vida feliz e coerente, que tem um sentido, é libertadora.
Tem quem inicie a saga se interessando por cosmético orgânico e vegano, para não agredir o meio ambiente; depois passa para cosméticos naturais, procura por artesanais ou busca fazer os próprios produtos; depois de tanto usar o corpo melhora, você flerta com o conceito de beleza natural; dali a um tempo se aceita por completo e acredita ser completamente desnecessário muita maquiagem, quanto menos melhor.
Gosto de me maquiar mas também aceito minhas olheiras anatômicas. Tenho olhos profundos, não há como fugir de olheiras; o lado positivo é que a parte côncava do meu olho está sempre visível, não é necessário desenhá-la. Me maquio para dizer ao mundo que sei jogar esse jogo e jogo bem, para dizer as pessoas que me importo como elas me veem no momento, é um presente para os outros.
Porém sem maquiagem sinto-me muito mais livre. Um protetor solar no rosto, roupa com proteção solar de cima a baixo, um chapéu, uma bota das boas e velha de guerra, uma mochila de 5 kg, um cajado e o mundo é meu num desses caminhos de centenas de quilômetros mundo afora! Na quarentena posso apenas sonhar com a volta dessa sensação algum dia.
Muito bom não usar maquiagem, tratar a pele todo dia com produtos naturais. Já que fazem efeito, não dão problema, não preciso mudar. Carinho consigo mesma e cuidado que dá gosto de ver o resultado ao longo do tempo. Ou não ver, pois a pele não muda e fica sempre viçosa, saudável.
Sem a neurose de testar produto novo, gente normal não precisa disso. Mas você viu a fórmula nova? Conhece o processo de fabricação? Sabe a política da marca? Sabe que causas a marca apoia? Sabe quem está usando e comentou sobre esse novo produto? Tudo isso é subterfúgio para vender produto. Se você encontrou algo bom, que atende suas necessidades, não precisa mudar a todo momento. O que o sistema comercial quer é que você tenha novas necessidades, que você mude sempre.
Comecei a usar máscara facial de argila vermelha, experimentei uma de abacate com iogurte, descobri receita de máscara de iogurte de Kefir – que foi o que usei na máscara de abacate. Veio o sinal de alerta. Minha pele está ótima, usar uma máscara facial por fim de semana já é muito. Não preciso experimentar tudo que é receita de máscara facial que encontro, pode até me fazer mal. Depois de um tempo longo testando produtos novos, a rotatividade faz as blogueiras de beleza terem problemas de pele. Quero passar longe desse caminho; usar máscaras faciais diferentes dois dias seguidos não será rotina nos meus finais de semana.
Resenhas de esmaltes, resenhas de máscaras faciais, diário sobre a quarentena, tenho criado conteúdo digital de entretenimento gratuito. Entretenimento para mim, enquanto escrevo, entretenimento para quem lê. Dou asas ao meu desejo suicida de expor minhas veias destemidamente, sabendo que dificilmente causarei comoção. Tudo bem, essa não é a intenção. O que me motiva é me libertar pela arte; e mais tarde poder olhar meus registros e lembrar quem fui.
Talvez algum dia essas abobrinhas verdes que alegremente escrevo amadureçam e me tragam retorno financeiro. Por hora, é mais um vegetal aguado e insosso brotando no meu sítio virtual.

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