sábado, fevereiro 25, 2017

Quarteto Maravilha - Fada

Em comemoração ao carnaval, publico contos carnavalescos.
São frutos de um carnaval que nunca existiu na década de 1990. Frutos de uma mente adolescente que sonhava em ser atriz, e talvez ver essa série em curta metragem. Sonhar baixo pra quê?
A onda da realidade veio, e derrubou este e outros tantos castelos de areia que me diverti criando.
Hoje publico com alegria o primeiro dos quatro contos do Quarteto Maravilha.
Divirtam-se com minhas palhacinhas preferidas!

Fada
GUARDA FEITO SONHO. Naquela noite ela colocou tanta purpurina no olho que ficou parecendo asa de borboleta. Pintou os lábios de rosa choque, mini saia rodada estilo Rouge com uma calça justa por baixo, sapato estilo boneca, cortou as mangas de uma camiseta manchada e foi atrás do trio elétrico. Parecia fada, mas o quarteto maravilha combinou sair de palhacinha: nariz vermelho pra todo mundo.
Por mais vagabunda que seja, uma garrafa de vinho faz milagres. Principalmente nos neurônios de quatro adolescentes. As palhacinhas da praia eram só risos, mesmo duas delas detestando o que tocava, todas dançavam.
Uma encontra um, outra encontra outro, a terceira vai pra casa depois de vomitar, eis que nossa palhaça decide voltar pra avenida e dançar sozinha. Era mais de meia noite, tocava Sandy & Júnior, VAMO PULÁ! Só um par sóbrio de olhos azuis prende essa alegria borbulhante. Pediu: dança comigo? Livre dos efeitos do vinho ela aceitou, e foram dançar longe da rua, perto do mar. Onde ela fechou os olhos e voou com aqueles olhos azuis num toque mágico.
De volta pra terra ele quis nome, telefone, pra encontrar de novo aquela fada sem asa. Mas ela acordou primeiro pro fato de que aquilo tudo não existia, era só fantasia. Claro que não foi mal, era última noite de carnaval. O que mais queria era aproveitar a fantasia sem arrastar um sonho pra vida real. Tirou o nariz de palhaço e deixou o rapaz tristonho; antes de sumir no mar - Guarda feito sonho.

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