Desgraça
pouca é bobagem, nosso povo gigante pela própria natureza tem
estômago para várias crises cavalares ao mesmo tempo.
Ontem
o ministro da justiça, Sérgio Moro, pediu exoneração. A carta
branca que ele recebeu no início do mandato, ao que tudo indica não
era tão branca quanto ele pensava. Uma pena.
O
presidente respondeu a entrevista coletiva matutina de Moro com um
discurso, houve panelaço (não na minha rua), alguns partidos
políticos entraram com pedido de impeachment no congresso contra o
presidente. Meu pai questionou: E a vontade do povo, não conta? Pode
entrar com pedido de impeachment sem manifestação popular? Tentei
esclarecer que deputados e senadores também são representantes do
povo e também estão no congresso para nos defender, eles também
representam a vontade popular com seus mandatos, não só o
presidente. Tem muita gente lá no Congresso Nacional para evitar que
um louco mande e desmande no país conforme sua própria cabeça e
esqueça os interesses e deveres coletivos que jurou respeitar e
seguir a risca quando assumiu um cargo público.
Ao
menos três partidos políticos não estão dormindo, entraram com
pedido de impeachment motivados pelo discurso de Moro – que na
verdade foi a gota d’água.
Mais
gado sendo moído daqui pra frente; quem for de alto nível estique
as asinhas e voe daqui, quem se nivelar por baixo que se desbarate em
meio a tanta merda que virá.
Ontem
resolvi me valorizar: comecei a usar hidratante facial de manhã, o
bom e velho óleo de coco. Nessa quarentena só tinha mantido o
hidratante noturno (óleo de oliva e laranja), deixei de usar até
protetor solar. Hidratante corporal é difícil ter vontade de usar,
mas meu rosto gosto de cuidar e cutucar. Tenho mais cutucado do que
cuidado, hoje comecei a tentar reverter o quadro.
Semanas
atrás meu tio trouxe os esmaltes transparentes que pedi. A intenção
era montar uma coleção especial para a terceira idade, mas só
anteontem, ao fazer as unhas da minha mãe, percebi que montei a
coleção “mocinha da novela das 6”. Os esmaltes da Impala são
Lua (branco perolado), Paz (branco acinzentado suave cobertura),
Cigana (branco leite suave cobertura), Top pop (branco transparente),
Gaia (pêssego suave cobertura). Cores claras e transparentes são
tão delicadas! Figuram nas mãos das noivas e mocinhas de novela
mais tradicionais. Os pés da minha mãe com uma camada de Lua e
outra de Paz por cima pareciam francesinha.
Ver
e fazer tanta beleza anteontem me animou a ontem praticar em mim uma
francesinha de responsa, tendo uma filha única mais leitosa do que
as demais unhas da mão. Não usei esmaltes novos, o branco cremoso
que usei foi Paz, da Nati; como branco cintilante escolhi o perolado
cintilante Grace, da Colorama; como branco transparente usei o Top
blanc, da Impala. O processo de fazer as mãos foi divido em duas
partes: de manhã lixei minuciosamente as unhas, que estavam sem
esmalte há um bom tempo; depois do banho fiz as cutículas, hidratei
as mãos, pintei as unhas.
Foi
um bom treino, o resultado ficou razoável, não venderia uma coisa
dessas. A filha única não apareceu porque o cintilante da Colorama
é muito clarinho, como um bom cintilante deve ser; o traçado branco
ficou muito grosso e reto, não valorizou o formato redondo em que
lixei minha unha. Na próxima vez faço o traço acompanhando o
formato da unha, mais fino; para deixar leitosa a filha única usarei
o perolado Lua, da Impala.
Além
da mão fiz também meu pé, onde usei apenas um esmalte além da
base. O escolhido foi Cigana, da Impala. Nesse processo todo a
cadeira do quarto provou-se uma ótima aquisição.
Depois
de semanas fazendo cutículas a seco quando me incomodavam, eis que
no 36º dia de quarentena faço as unhas com toda pompa que mereço.
Leoninos são marcados pela vaidade, e eu demoro muito para assumir
esse meu lado; dissimulo, vou aos poucos, porém quando assumo abraço
de vez pra não largar mais.
Hoje
amanheci com mais ideias de combinações para unhas decoradas,
fotografei os esmaltes.
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