vida breve
já que eu não posso te levar
quero que você me leve…”
São Paulo, 17 de março de 2020
Depois do carnaval o ano começa? Começa com emoção, foi tempo de arrumar um paquera. Duas semanas de paixão, romance, caminhada e que pena! Ele até me acha interessante, mas não tem tempo pra mim. O que fazer? Esperar um fim de semana por um telefonema que nunca houve e que sua memória descanse em paz no meu coração. Posso voltar a caminhar?
Não, não posso caminhar com as amigas nos parques. A culpa é a gripe COVID-19, pandemia mundial. Por segurança é melhor evitar aglomerações. O problema não está nos parques, mas no transporte público e nos deslocamentos desnecessários.
A última vez que fui na academia foi 11 de março, quando caminhei 25 minutos na esteira e depois senti uma leve dor de cabeça. Enfrentei a mesma leve dorzinha para entrar na academia. Percebo que sempre que penso em academia sinto essa dor. Estou subindo 10 lances de escadas após o almoço, dificilmente encontro alguém fazendo o mesmo que eu no mesmo horário e esse fato me protege quanto a resfriados. Fortaleço a musculatura das pernas e do coração, porém ainda não faço os abdominais recomendados pela Carol para fortalecer a coluna.
Fui na psicóloga última sexta-feira, era a primeira sexta-feira 13 do ano e eu usava sombra verde. Essa semana estou me divertindo com a paleta de sombras verdes. Saí da sessão me questionando por que mais uma peregrinação, o quê quero com isso. A resposta na sessão foi me aproximar das pessoas, já que mal presto atenção em quem convive comigo. Por isso não percebo muito bem o clima do trabalho, não percebo o ambiente. O resultado é que estou sempre feliz na minha bolha de detergente. O ambiente seria bem melhor se eu enxergasse mais meu próximo, assim poderia ajudar mais gente. Porque quando resolvo enxergar o amiguinho, ah! Enxergo bem e com muito carinho!
A pandemia se instala e eu sou otimista: marquei o início da minha viagem para dia 7 de abril. Se tudo der certo chego a pé em Aparecida dia 22, volto de ônibus dia 23.
Reservei todas as pousadas. Das 16 escolhidas, 5 me pediram sinal, 4 não aceitam cartão. Fiquei feliz em escolher abrir uma NuConta, a conta de pagamentos da NuBank, que não cobra taxa de transferência para banco nenhum. Num banco normal eu precisaria pagar uma taxa salgada de manutenção de conta corrente ao logo do ano para o privilégio de transferir dinheiro para quem bem quisesse, quantas vezes desejasse.
Desde 2015 junto os trocados para comprar equipamentos e bancar as hospedagens das peregrinações. Sempre apoiada em planilhas que eu mesma crio, livros e notícias sobre economia e investimentos, canais no YouTube sobre finanças. Nunca passei fome e consigo bancar minhas viagens. O fato de não bancar a própria casa facilita, não sei até quando terei essa comodidade.
Nesses anos todos de diários de viagem nunca falei sobre dinheiro, falo mais sobre aquisições de equipamentos; portanto agora peço licença para falar e fazer propaganda descarada e gratuita de uma empresa brasileira fundada em 2013, que não vive sem mim desde o ano passado – quando me tornei cliente.
A Nubank é uma fintec, uma empresa de tecnologia em finanças, cujos produtos são um cartão de crédito sem anuidades, a conta de pagamentos que rende o valor do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) cada dia que você deixa o dinheiro parado nela, e você também pode pedir empréstimos. Você abre conta, pede cartão de crédito, controla limite de cartão de crédito, faz todas as movimentações bancárias por meio do aplicativo no celular. Não é um banco, é uma fintec. Não tem dezenas de produtos, não cobra centenas de taxas, e ainda lhe dá um trocado. Enviei todos os comprovantes de depósito por Whatsapp para as pousadas que pediram sinal, foi fácil e simples.
A primeira coisa que adquiri da NuBank foi o cartão de crédito e não paguei nada, desde que pedi até enquanto não usava, ele realmente é sem anuidade. Depois que comecei a usar entrei no plano de recompensas e estou juntando os pontos que nunca expiram para bancar passagens de avião quando for peregrinar pelo Caminho de Santiago. O programa de recompensas é cobrado, mas o cartão é internacional e sem anuidade. Junto do cartão físico tem também o cartão virtual, acessível no aplicativo da NuBank, que tem números diferentes mas compartilha o mesmo limite; bom para compras virtuais. Ambos os cartões podem ser cancelados sem muitas cerimônias, principalmente o virtual.
Após as reservas montei um diário com informações de cada pousada. Em que cidade estão, qual quilômetro do caminho, quanto terei caminhado naquele dia, quanto foi acordado cobrar na reserva, o que pretendo consumir lá, os telefones. Ah! Os telefones! Preciso ligar no dia anterior para avisar que estou a caminho e pedir dicas de como encontrar as pousadas.
Peregrinar é uma atividade solitária, ao ar livre, durante a viagem encontrarei poucas pessoas nas paradas. Uma viagem longa porém pouco arriscada por ser em meio rural, pouco movimentado. Conto com a companhia de Deus, Nossa Senhora e meu anjo da guarda – eles não pagam diária mas estão sempre junto, tenho certeza. Também conto com o apoio das orações de todos os amigos e parentes.
“Vida louca vida
vida imensa
ninguém vai nos perdoar
nosso crime não compensa.”
Vida louca vida, Cazuza
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