MASSA! Naquela noite ela tirou do fundo do baú o chapéu verde amarelo de guiso nas pontas, pra acompanhar a camisa 10 da seleção. O jogo verde amarelo passou pelas unhas e chegou nas meias: uma de cada cor. Parecia pronta pra a copa do mundo, mas o quarteto maravilha combinou sair de palhacinha: nariz vermelho pra todo mundo.
Por mais vagabunda que seja, uma garrafa de vinho faz milagres. Principalmente nos neurônios de quatro adolescentes. As palhacinhas da praia eram só risos, mesmo duas delas detestando o que tocava, todas dançavam atrás do trio elétrico.
Uma encontra um, ela teve fome e chamou as outras palhacinhas para a barraca de pastel. Onde o filho mais novo do dono fritava o melhor pastel do mundo nos feriados e fins de semana. Ela nunca dizia nada muito além de "Quero um pastel de pizza", mas batia cartão ali há mais de mês por causa do ótimo atendimento. O moreno franzino sorria ao entregar seu pedido - ele sorria pra todo mundo, observavam as amigas.
Barraca movimentada, sem o menor senso a torcedora resolve alugar o rapaz - Trabalhando desde que horas? Entrei ás treze. Carnaval puxado, não? Sempre... nem vejo a hora de fechar. Tem hora certa pra fechar? Quem dera... Atendeu outro freguês e voltou pra contar toda labuta daqueles dias de feriado. Ela escutava encantada, ele narrava triunfante - sentia-se O Sobrevivente.
O irmão mais velho cortou o papo dos dois pedindo pro garoto buscar mais massa de pastel, estava acabando. Ela se ofereceu pra acompanhar, duas pessoas carregam mais que uma. Dez minutos após saírem, o irmão mais velho lembra onde guardara a massa extra e toca o serviço normalmente. Ao perguntarem pra torcedora sobre o carnaval passado, ela sorri de lado - Foi massa!
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