sábado, fevereiro 18, 2017

Guerreiras de Sinjar

Sinjar é uma região que fica no noroeste do Iraque. Em 2014 o Estado Islâmico a invadiu e atacou brutalmente as mulheres curdas que viviam lá. Para se vingar, algumas sobreviventes juntaram-se a uma milícia curda e acamparam nas montanhas de Sinjar, de onde tentam derrubar o Estado Islâmico. A milícia é composta por mulheres da Turquia, Síria e Iraque; tenta expulsar os invasores das terras tradicionalmente curdas. Mulheres de Sinjar já lutavam antes, 2014 foi o ponto alto que as motivou a se engajarem mais.
Na guerra nenhum lado está certo. Não é certo matar outra pessoa, não importa o motivo que se alegue. O problema é que ambos os lados da guerra acreditam que matam seus semelhantes em legítima defesa.
Porém o Estado Islâmico não vê mulheres como semelhantes, não vê quase ninguém como seu semelhante devido a tamanha brutalidade que adquiriu a título de defender seu Deus e sua religião. Os brutos não entendem a linguagem do amor, do perdão, da compreensão; não entendem nada fora de sua linha de raciocínio. Quando podem, matam quem os contraria. Como dialogar com brutos é difícil, para falar a mesma língua deles as guerreiras de Sinjar pegam em armas e os tratam com a mesma ferocidade que o Estado Islâmico dispensa a mulheres.
Os soldados do Estado Islâmico mortos pelas guerreiras vão direto para o inferno. Segundo a crença dos radicais, mulheres são seres inferiores que devem servir e viver escravizados; quem morre nas mãos de um ser tão baixo e insignificante não merece o paraíso. Enquanto que os que se explodem de livre e espontânea vontade têm lugar garantido no céu. Será que os soldados do Estado Islâmico já questionaram as formas como dizem que é necessário defender seu Deus e sua religião? Questionaram a lógica “boa” e “justa” que os fazem viver?
As guerreiras de Sinjar, embora estejam se vingando, defendem suas casas e famílias – como toda pessoa de bem deve fazer. No caso delas não há meios pacíficos de se defender, elas só existem porque foram despertadas pelos invasores.
Deve-se perguntar quando o Estado Islâmico reconhecerá que copia as estúpidas cruzadas e inquisições que a igreja católica fez durante a idade média. Perguntar se já perceberam a semelhança e orgulham-se dos horrores que praticam – isso é assustador.
Infelizmente, por hora o Estado Islâmico faz o ocidente apoiar as assassinas de Sinjar.

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