O TEMPO ESTAVA BOM. Naquela noite ela usou três rolos de papel higiênico no vestido e meio maço de papel crepom nas flores que coroavam sua cabeça e enfeitavam a roupa. Não havia previsão de chuva, ela parecia noiva mas o quarteto maravilha combinou sair de palhacinha: nariz vermelho pra todo mundo.
Por mais vagabunda que seja, uma garrafa de vinho faz milagres. Principalmente nos neurônios de quatro adolescentes. As palhacinhas da praia eram só risos, mesmo duas delas detestando o que tocava, todas dançavam atrás do trio elétrico. Na animação foram parar no bloco gay, onde pulavam os mais fantasiados.
Uma mulher maravilha bizarra solta a franga chamando atenção de todos. A noiva ficou paralisada por alguns instantes antes de entrar na roda e dar-lhe uma bofetada. Mulher maravilha revidou, antes da briga engrossar, as palhacinhas e a turma do deixa disso separou.
Ânimos acalmados, palhacinhas espantadas, noiva chorando calada, mulher maravilha grita enfezada. - Suas notas tiraram seu direito de pular carnaval esse ano. Você vai pra casa. Uma semana de castigo. E não discuta comigo! Mulher maravilha era o pai da noiva, que levou a menina pelos cabelos ao lar, com bons beliscões no caminho.
O castigo de uma semana esticou: a noiva ficou muda, não falou nada com ninguém por mais de mês. Teve depressão e frequentou terapia dois anos até voltar a dialogar. A revelação: vira a mulher maravilha abraçando um homem num caloroso beijo antes da confusão.
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