Desde o dia 4 de setembro a noite, tenho dores de cabeça. Naquela manhã tive consulta com neurologista e obtive nova receita para manter a dose de topiramato, atualmente tomo 50 mg. Talvez fossem as preocupações do dia de trabalho, a ansiedade por voltar a academia após o trabalho e não mais antes como vinha frequentando desde agosto. Não voltei para a academia por preguiça e precaução, faria teste de COVID 19 dia 8 na empresa onde trabalho.
Fiz o teste sorológico dia 8, ontem recebi o resultado positivo. Refiz o teste no mesmo dia, resultado confirmado: tenho anticorpos no sangue. A orientação dos examinadores foi buscar um teste mais especializado, o PCR, aquele do algodão no nariz, para saber se estou realmente doente.
Todo dia sinto um pouco de dor de cabeça. Remédio contra isso, além do habitual topiramato, só tomei dose única de paracetamol ontem.
Achava que as dores de cabeça eram excesso de cafeína. Domingo de manhã fiz bolo de caneca de café com cobertura de chocolate, tomei guaraná no almoço, nos demais dias tomo umas 3 ou 4 xícaras de café.
Dia 8 não sabia como seria o exame, não costumo fazer, não me preocupo. Estava de estômago vazio na hora da coleta, fiquei aérea depois do procedimento. Só melhorei com um café bem doce na repartição. Minha veia é boa, mas tímida. Encontre-a uma vez e tudo bem; não a procure mais vezes, não mexa na agulha; ela se faz de difícil, precisa encontrá-la novamente. Aceitei participar de uma pesquisa de acompanhamento da USP caso o resultado fosse positivo. Tiraram 4 ml do meu sangue. No dia seguinte, para o teste de confirmação, foram mais 2 ml.
O teste sorológico diz que tenho anticorpos, e que meu contato com o vírus foi recente. Posso estar propensa a desenvolver a doença, ou já ter combatido sem apresentar sintomas. Será que vou doar plasma se tiver a doença e me curar? Não posso porque tomo remédio pelo resto da vida. Perguntei e soube que o questionário para doação de plasma é o mesmo da doação de sangue, no qual sou barrada pelo remédio de uso contínuo. Estou listada para uma pesquisa sobre imunidade, ao menos isso ajuda mais gente. Será que entro de fato para essa estatística doentia?
Desde março intercalo para todos em casa 3 meses de vitamina C com 3 meses de polivitamínico. Atualmente tomamos vitamina C com zinco. Esses meses de isolamento me levaram a um zelo com o corpo que deixou meu rosto e cabelo lindos. Não tenho a menor cara de doente, nem disposição.
O médico falou que o teste provou contato recente, sozinho já prova que tenho COVID, dispensou outro tipo de teste. Preciso me isolar de toda a família por 7 dias. Após esse período de afastamento posso retornar ao trabalho seguramente. Tomarei paracetamol se as dores apertarem, e preciso me atentar também para dor no peito – se aparecer preciso correr para um pronto socorro.
Adoro me sentir mais uma na multidão, expor minhas veias nessa condição. Por isso inicio mais um diário: o diário de uma portadora de COVID, a sessão “Estatística doentia” nesse sítio.
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