teremos
nossa vez
não
é pedir demais
quero
justiça...”
São
Paulo, 1 de julho de 2019
Ontem
foi nossa última reunião antes da viagem. Viagem das minhas amigas,
não minha.
Minhas
férias foram canceladas. O contrato da empresa para a qual trabalho
com o órgão público vence esse ano e agosto será o mês do aviso
prévio. Em setembro começarei a trabalhar em nova empresa de
terceirização de serviços no mesmo órgão público onde estou
desde 2012.
Se
nenhum órgão público me nomear para alguma função antes, terei
direito a novas férias a partir de setembro de 2020, quando poderei
programar minha peregrinação pelo Caminho da Fé para julho ou
setembro de 2021, que são os meses mais movimentados. O plano agora
é viajar só, porém num mês de grande movimento para maior
segurança.
Nessa
troca de empresas recebo FGTS, o valor das férias que não pude
tirar, a rescisão do contrato sem justa causa. Um bom dinheiro para
compensar o adiamento dos meus planos. Ficar sem férias não me dá
mais desgaste mental do que ficar desempregada.
Contrariando
meu plano de ação, revelei que não iria no início do almoço. Não
esperei combinarmos tudo certinho. Foi bom porque elas puderam
começar a pensar num plano B, revelando mais tarde o encontro seria
completamente desperdiçado.
Meu
coração ficou um pouco apertado quando Silvana sugeriu dividir o
quite de primeiros socorros entre nós três. Comecei com “E se uma
de nós desistir?” pouco depois soltei a bomba que recebi 12 de
junho. Uma coisa dessas não é viável falar por Whatsapp.
Luzia
cozinha muito bem, e em grande quantidade. Só então soube que ela é
mãe de três filhos e separou-se por causa da traição do marido.
Hoje está bem resolvida, os abalos emocionais foram superados. Ela
perguntou se chorei com o cancelamento das férias. Respondi que não,
só fiquei um pouco frustrada e tratei de aceitar que esse não é o
momento de percorrer o Caminho da Fé.
Lembrei-me
da desistência forçada no Caminho do Sol, outro momento em que
tinha certeza de que tudo ocorreria bem e concluiria a vigem. No
Caminho da Fé minha certeza cai por terra dois meses antes do
início. Hora de seguir os sinais que a vida nos pinta pelo caminho:
preciso viver outras situações antes de cruzar a Serra da
Mantiqueira e chegar a pé em Aparecida.
Não
bastasse o impedimento formal, um impedimento físico começa a se
esboçar em minha vida. Pouco depois de seis meses frequentando a
academia, começo a ter dores de cabeça ao me exercitar. Sempre que
me esforço um pouquinho ela aparece. Algumas vezes após a corrida
na esteira, outras no início dos exercícios musculares. Depois de
três vezes seguidas em que a dor de cabeça me impediu de continuar
a treinar – parava assim que a dor começava para não ter
complicações – consultei cardiologista. No exame ergométrico
senti a mesma dor, porém o médico mostrou que meu problema não é
cardíaco nem de pressão. Pode ser vascular ou neurológico.
Problema
existe pra gente resolver, e problema pessoal é bom resolver logo.
Essa semana tenho consulta com médicos da área vascular e
neurológica. Se for problema vascular a origem está no uso do
corpo, não é herança genética; já coisa neurológica pode estar
relacionada com a mente, pois de todos os sistemas do corpo o
neurológico é o que mais reage ao funcionamento da mente. A mente
age no corpo inteiro, por isso alegria, pensamento positivo, oração
e meditação fazem bem para nossa saúde.
Hoje
falei à Carolina sobre minha desistência forçada e ela me convidou
para percorrer o ramal de Mococa até Águas da Prata na ponte entre
os feriados da Proclamação da República e da Consciência Negra
(dias 15 a 20 de novembro). A intenção é ir por conta própria,
sem apoio turístico. Em setembro combinaremos melhor.
Até
agora as contrariedades que encontrei nos meus planos de férias me
levaram a vivenciar experiências melhores, estar bem preparada para
as peregrinações. Não faço ideia do futuro brilhante que me
aguarda.
“De
onde vem a indiferença
temperada
a ferro e fogo?”
A
Fábrica, Legião Urbana
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