terça-feira, janeiro 03, 2017
Santana de Parnaiba, 3 de janeiro de 2017
Minha mochila pesa 5,5 Kg, meu cantil tem 1,9 litros, posso arredondar seu peso para 2 Kg, logo, durante os próximos 11 dias carregarei 7,5 Kg. Antes de sair de casa eu pesava 81,4 Kg, portanto o maior peso que carrego está dentro do meu corpo. Ficarei feliz em deixar boa parte desse peso interior no Caminho do Sol.
Cheguei no ponto de partida, a primeira pousada, às 15h. Edward já havia chegado, esperei os outros 3 peregrinos. Ao sair para comprar 5 Kg de alimentos não perecíveis percebi que é melhor andar com as moedas no bolso. Meu pai fez tanta pergunta para seu Manuel e seu Paiva na hospedaria que eles pensaram que ele também caminharia. Paiva é copeiro e deu 10 anos a menos para meu pai, ficamos felizes.
Edward tem 60 anos e já percorreu diversos caminhos, inclusive o Caminho do Sol em 2007. Disse que nesses 10 anos o caminho mudou, ao menos as pousadas. Dos caminhos de Santiago ele já percorreu o francês e o português, sobre o caminho de Madrid ele ouviu que é mais caro, pois não pertence à Xunta de Galicia, além de ser mau sinalizado. Ano que vem ele pretende percorrer o caminho Aragonês, está se preparando com o do Sol. Também percorreu o Caminho da Fé 2 vezes, falei que é o próximo da minha lista. Tanto Edward quanto Paiva disseram que o peregrino geralmente é idoso. Idosos ativos. Realmente os números não mentem, não é de hoje que a tv noticia que idosos e crianças são os brasileiros que mais se exercitam. A juventude é sedentária. Fico muito feliz em constatar que estou criando ideias e hábitos de idosa: cuidando do corpo e me aventurando pelo mundo.
O terceiro a chegar foi Guerino. Veio de Sorocaba embora more em São Paulo, costuma viajar, mas está na primeira peregrinação. Se preparou caminhando 5 a 6 Km diariamente nos últimos 2 meses. Normalmente viaja com a família: tem 3 filhos, 2 do primeiro casamento e uma do atual. Já visitou a Europa com a esposa, passou por Portugal, Espanha e Itália. Visitou Santiago de Compostela de carro e surpreendeu-se com o fato de ser uma cidade moderna, com diversas universidades, mas o centro foi preservado como cidadezinha medieval.
A quarta a chegar foi Silvana, uma professora loira de Santo André, mãe de duas filhas, que tinha intenção de fazer o Caminho de Santiago com o marido. Ele partiu e agora só pode acompanha-la em espírito. Nos últimos meses ela também treinou caminhando ou correndo todos os dias.
Osvaldo é o quinto caminhante e chegou 21h50, não encontrou Palma para receber as orientações iniciais.
Por volta das 20h Palma nos recebeu e contou sobre o caminho, mas o melhor mesmo foi nos ensinar como funcionam nossas mochilas, como ajusta-las no corpo. Também falou da importância do cajado e como é bom não ficar inventando com ele ao caminhar para não causar nem sofrer acidentes. Pouco antes do início da conversa soube que foi criado um grupo no Whatsapp com os caminhantes e o pessoal de apoio. Só então acessei a internet do lugar.
Paiva nos indicou pizzarias próximas, mas fomos jantar nas barracas atrás da igreja e apreciamos a decoração de natal da praça, que também tocava músicas natalinas.
Agora é ler o trajeto de amanhã e dormir.
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