sexta-feira, janeiro 06, 2017

Itu



Hoje saímos todos juntos pela primeira vez, todos os 5, às 7h. Guiados por Bob Berne, funcionário mais antigo da pousada, famoso porque teve 11 bernes em seu corpo negro, magro, baixinho e peludo. O auxiliar do veterano de 4 patas foi Caio, ele traduzia o que o cachorro indicava e até refrescou a memória de Bob quando ele quis nos guiar por outro caminho. Também participaram da trilha alguns hóspedes da pousada, turma de 20 e poucos sonolenta pela noite passada. A trilha foi emocionante, acelerou meu coração como em tempos memoráveis em que eu não sabia que tinha arritmia cardíaca. Nos despedimos da turma do hotel na estrada.
Logo percebi que o passo da Tartaruga Touche é difícil de acompanhar, quando cheguei próximo ao viaduto não havia nem sinal dos outros. Olhei o guia, tomei o caminho certo, segui as setas.
Gostei quando a estrada de terra começou, mas no meu passo o Armazém do Limoeiro demorou a chegar. Encontrei a turma lá, que disse que Débora ainda carimbava o Passaporte do Sol. Além de contar que eles pararam de funcionar em 16/10/2016 (há 2 meses praticamente), e encheu meu cantil. Perguntou se me perdi, respondi que ando de vagar (porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais). Quando voltei na varanda para lanchar eles já haviam ido embora. Enxuguei o suor, passei protetor solar, lanchei e pouco depois precisei usar o banheiro. Iracema, vizinha que mora numa casa sem luz em todos os cômodos, me salvou. Ela tinha um banheiro com papel, lixo e descarga. Quase esqueci cantil e cajado na casa dela.
Pouco tempo depois confundo X com seta e quase subo uma ladeira se um rapaz na caminhonete não me avisa. Vi maritacas em bando voando sem sentido – uma falta de objetivo muito divertida. Vi gavião, tico tico, passei do outro lado da estrada para não assustar o pavão macho bonitão e depois de muito sol chego na fazenda Capuava. Demorei um bom tempo para encontrar a primeira placa indicando o Haras do Mosteiro – 2 Km além da fazenda Capuava. Depois que encontrei a área do canavial quase entrei nas ruas de cana 2 vezes. Na primeira um tratorista indicou onde estava a estrada principal, ele não conhecia a pousada. Na segunda parei numa bifurcação, procurei sinais, tirei fotos e mandei pro grupo de Whatsapp pedindo ajuda, tentei ligar pra organização do caminho (Saldo insuficiente para chamadas? Meu celular é de conta!? Segundo chip; esse número não existe.), liguei e pedi pro meu pai ligar pra organização. Ele tentou até celular de colegas de caminhada e deu fora de área. Nesse meio tempo olhei o Google Maps e pesquisei o destino: descobri que estava a 1,5 Km da pousada, precisava só seguir em frente. Pouco tempo depois achei a seta indicando a direita.
Perto? Não! Ainda tive dúvidas mas continuei adiante, parei um carro e perguntei pela pousada – o motorista não conhecia. Cheguei 14h45 desesperada para ir ao banheiro, e preocupada se minha roupa secaria. Osvaldo me deu a água gelada que ele havia pedido. Todos já haviam tomado banho e almoçavam. Renata me recebeu muito bem, comida simples e saborosa, suco de melancia sem açúcar nem adoçante espetacular.
Agora o tempo fechou mas ainda não choveu. Amanhã quero sair cedo, serão 28 Km. E a lição do dia é: caso se perca e não encontre ninguém pra perguntar nem sinal algum do caminho, use o Google Maps. Em Santiago ele também te salva.

Um comentário:

Miscelânia disse...

Sempre falta neste trecho mais placas confirmando o caminho tivemos o mesmo problema que vc olha aí Palma