Fim de ano assistindo vídeos no YouTube pelo celular, eis que conheço a plataforma e projeto Menos Um Lixo, da fluminense Fernanda Cortez. Achei interessante o Desafio Armário Cápsula, assisti toda a playlist.
Gostei. É fim de ano, quer tempo melhor para arrumar o guarda roupa e repensar a vida? Não busquei outras fontes e referências, a playlist foi minha base. Fiquei feliz em encontrar exemplos de armários bem coloridos, adoro cor. Meu guarda roupa é um arco íris bem organizado.
Porém calma, que não entrei com tudo. Não separei as 40 peças, talvez nem chegue nesse número. Não contei sapatos (dos 18 pares que tenho 3 são do uniforme de trabalho porém mal uso porque prefiro sapatilha e sandália rasteira), cintos, xales, cachecóis que passei adiante, chapéus, bolsas, roupas de praia, jalecos de manicure, roupas de peregrinação, roupas de uniforme (além das camisas com logo da empresa, uso calças sociais pretas ou azuis escuras, saias pretas até o joelho, camisas regatas brancas em baixo das camisetas da empresa). Depois de dois dias de limpeza no guarda roupa cheguei a 203 peças. O plano é limpar o armário uma vez por mês, eliminando certo número de peças em cada vez, até chegar a 70 em outubro de 2020.
Aproveitei a ideia de passar adiante o que mal uso e tirei bolsas, capas de chuva, bijuterias – vivo sem, acessórios de cabelo – ultimamente minhas madeixas só conhecem coque, rabo de cavalo e vez ou outra uma trança. 2020 me encontrará organizada e consciente.
Consciente de que sou perfeccionista, por isso tanta organização e generosidade, mais ação e menos reclamação para colocar a própria vida nos eixos. Sei que meu padrão de atitude e desempenho é alto, mas é só meu, aceito porque quero. Dou a quem convive comigo a liberdade de ser da maneira que bem quiser. Se as pessoas não sabem o que é melhor para si é porque não se questionaram o suficiente, não se conhecem.
Adoro me conhecer. Mas não sou o tipo que faz teste aleatório no Facebook, que pega seus dados a troco de frases bonitas. Me conheço tirando um tempinho para refletir cada dia. Convivendo com o próximo no cotidiano, peregrinando nas férias. Cuido da saúde para poder peregrinar, poder caminhar quilômetros e dias a fio.
Nunca fiz uma mala cápsula, dificilmente faço longas viagens de outra forma que não seja peregrinando. Em matéria de roupa, mochila de peregrina é pior do que mala cápsula: você anda com três mudas de roupa e uma camisa extra se quiser ficar elegante nas pousadas onde dorme. Viver com o essencial não é uma experiência nova.
O mundo não vai mudar de tamanho para acumularmos sempre mais coisas, meu quarto também não muda, os móveis que ficam nele já guardam bastante coisa. Guardam coisa até demais, sei que posso viver com menos itens e aproveitar mais a vida.
Não fiquei com as 70 peças logo de cara porque não sou tão ligada em roupa pra memorizar quais uso mais. Trabalho de uniforme, aos sábados sou manicure voluntária num asilo, frequento academia durante a semana. O que mais uso é legging e camiseta de algodão no tempo livre. Dificilmente saio, mas gosto de programas diurnos: trilhas, parques, museus. Cinema, teatro, show, barzinho, são lugares que dificilmente me interessam. Lugar pra conversar e se distrair pra mim é cafeteria, sorveteria, museu, centro cultural ou parque. Porém dificilmente saio, mesmo para ir nesses lugares que gosto. Incrivelmente está tudo bem, não reclamo da minha vida cultural e social diminuta. O problema é que ao analisar a vida que levo não me senti com base para reduzir drasticamente meu guarda roupa.
Com o passar do tempo pretendo fotografar meus looks e descobrir o que uso mais. As cores que ficam bem com minha pele sei desde 2017, quando fui modelo numa aula de maquiagem de um amigo professor. Com base nisso já limei muito bege, amarelo claro e tons pastéis do guarda roupa. Adoro cor, depois das aulas passei a usar e abusar delas na maquiagem, usando tons nude (os bons e velhos tons de pele) só quando tenho pressa ou quero uma cara de nasci linda.
Voltando ao guarda roupa arco íris, nele não entra decote nadador (a exceção é um vestido longo azul), alcinha, decotes profundos, frente única, saias e vestidos muito curtos.
Agora a dúvida é: qual mensagem quero passar com minhas roupas além de alegria e simplicidade? Tenho até mês que vem para descobrir e com essa informação limpar meu guarda roupa.
Por enquanto deixo aqui fotos da primeira grande limpeza e ponto de partida do desafio armário cápsula: meu guarda roupa com 203 peças. Tempos atrás estaria satisfeita com a limpeza de fim de ano. Agora a transformação apenas começou.
E você? Quer ser uma nova pessoa em 2020 aproveitando só o que trouxe de bom até 2019? Esse é o grande desafio do armário cápsula.
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