sábado, maio 06, 2017

Para ter olhos de caleidoscópio

(poema escrito em parceria com Guilherme Castanheira)

Recolha os cacos dos seus fracassos
as partes ruins dos dias opacos
tudo que te machuca
tudo que te assusta
jogue nos olhos sem anestesia
sem avisar, sem bater, sem cortesia
o sangue que se vê no processo deixa o mundo
rosa...
é, eu sei, é cruel essa vida nossa,
mas a tristeza não precisa ser cinza
ela é tão bonita

Não julgue
não tente entender
é arte em toda parte
em tudo que se consegue ver

O colorido de tudo que deu errado
um mix de tudo que estragou, lhe foi negado
com uma nesga do momento presente
refletidos no espelho do ego
cêntrico
côncavo
onde o id psicodélico
traduz pro cérebro
toda beleza de um mundo absurdo

O céu é azul
as plantas são verdes
o sol eu não sei porque quando olhei o olho
doeu
o olho do eu
o olho doeu.

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