sexta-feira, novembro 25, 2005

Das descobertas que fiz

Durante cinco dias joguei RPG pela internet. Coisa de iniciante, tanto para jogadores quanto para o mestre. Começou com cada um criando um super herói. Silene Sem Sombra foi a primeira heroína do grupo. Depois os heróis passaram a interagir: uma vez ao dia escrevia minha ação. Percebi que iria quebrar a brincadeira por não escrever de fim de semana, daí saí do jogo. Como quem comandava não limitava os participantes ou a quantidade de poderes que cada herói teria, surgiam personagens cada vez mais poderosos e indestrutíveis. Descobri por quê inventaram regras e chamaram criação coletiva de RPG.

Ah, preciso colocar a história da Silene aqui! Tem dezenas de fraquezas, não foi construída na base do "tudo que quero ser". Heroína por acidente, ela até amaldiçoa seus poderes por impedirem-na levar uma vida normal.

Descobri Neil Gaiman, roteirista de Sandman. Li 5 gibis dele, preciso ler a série completa. Um jogador, tão iniciante quanto eu, disse que Silene lembrava Sandman. Indicou o caminho e descobri que história em quadrinho pode ser interessante.

Descobri que paixão é mais potente que felicidade. Porque paixão engloba felicidade e a direciona, dá um propósito, por isso é sentimento mais produtivo. Quando estou feliz resolvo qualquer coisa emperrada ou empacada no meio do caminho. Apaixonada escolho o que resolver. - Aqui desço do pedestal de insensível e confesso a contragosto que estou apaixonada.

Minhas paixões são mais por ideais do que por pessoas, são difíceis de serem correspondidas. Não é bom se apaixonar por ideais, no fundo não é bom apaixonar-se por nada. Sempre tem desilusão nos esperando, mas é melhor que nunca viver emoção alguma. A paixão da vez é por teatro - não é nova, voltou. Estalou os dedos e atendi feito cachorrinho. Desconfiada, sabendo que acaba, mas atendi. Certa que dessa vez não perderei o rumo no fim.

Líderes seguem ideais, discípulos seguem pessoas. Bons líderes levam seus discípulos á independência ideológica, assim perdem seguidores e ganham companheiros. Seguidores não corrigem seus líderes, não questionam, dependem muito deles, por isso não querem deixa-los. Companheiros andam juntos mas sabem caminhar sozinhos, não têm medo de questionar seus iguais nem de se separar.

Não! não sou petista, socialista, comunista, anarquista... Fujo das camisetas do Che Guevara "Se te sentes inconformado diante das injustiças, então posso chamar-te de companheiro." Não carrego uma frase dessas no corpo! Carrego outras. Não encontrei corrente certa para meus pensamentos, perdi o caminho do circo. Passo perto das tribos pegando um teco de cada uma sem pertencer a nenhuma.

Descobri que a moda que quero usar ainda não existe. Isso atrapalha comprar roupa, nada é parecido ao que idealizei. Bolo projetos artesanais que dificilmente ponho no papel, se esquecer é um a menos. Já são dois ou três no papel e um nas mãos. Falta tempo. A tecnologia evolui para nos deixar tempo livre, mas quanto mais perto dela menos tempo livre sobra.

Enquanto isso, o fígado destrói hemácias mortas de fome.

3 comentários:

Anônimo disse...

Uia! Meu personagem também estava nesta aventura (que acabou se engavetando...)

Mas sua personagem era a mais carismática e original de todas as personagens que foram criadas lá! E, realmente parecia coisa de Neil Gaiman ^^

Anônimo disse...

Parece eu,que de repente agrego coisas de diversas tribos por aí e me encontro,a também de achar camisas do che horríveis/uma piada.
amor por ideais é bom no plano do pensamento,mas e na prática,rola esse amor mesmo?Assim como vou agregando coisas de outros grupos do nada,achei se blog do nada.Boa vida.

Anônimo disse...

Ótimo texto! Gostei mesmo. Espero que vc encontre a sua moda. Estou procurando a minha também.

Bjs!