A noite cobre a relva
lua e estrelas na selva
de pedra, sem agrado
asfalto e concreto armado
vive o concreto amado
num lugar sem festim
em frente a casa, um jardim
astros e postes a iluminar
uma criança a cantar
Nessa vida passageira
eu sou eu você é você
isso é o que mais me agrada
isso é o que me faz dizer
que vejo flores em você
o jardim escuta tudo
mudo
Eu sou uma borboleta
pequenina e feiticeira
ando no meio das flores procurando quem me queira
rosas e cebolinhas a escutar
Mandei plantar
folhas de sonhos no jardim do solar
mas as pessoas da sala de jantar
são ocupadas em nascer
e morrer
As flores tem cheiro de morte
a dor vai fechar esses cortes
flores
flores
as flores de plástico
não morrem
No silêncio uma catedral
um templo em mim
onde eu possa ser imortal
cantando pro jardim.