domingo, setembro 30, 2007

“(...) Ah se eu tivesse
quem bem me quisesse
esse alguém me diria
Desiste, essa busca é inútil
Eu não desistia...”
Ronda, Maria Bethânia

O fato é que Lulu Camargo, tecladista do Pato Fu, não autografa nada depois dos shows. Se quiser autógrafo, tem que pedir pelo correio. Podia entregar minha camiseta pra Fernanda Takai pedir pra ele autografar? Podia... mas não quis admitir que minha camiseta autografada só sai da gaveta em dia de show.

Fernanda até sugeriu que eu deixasse um recado pra ele. Mas não tive idéia do que escrever!!! Só queria um autógrafo na minha camiseta, só falta o dele... Ia escrever o quê?

Para não perder a viagem, pedi autógrafo pro japa que conversava com Jhon e Fernanda. O nome da ilustre figura é Edu, tecladista do Trash por 4 - banda que se apresentou com o Pato Fu no encontro promovido pela rádio Eldorado no shopping Anália Franco. Peguei autógrafo da vocalista do Trash por 4, também.

Aquele japa é uma figura! Se não me engano, anos atrás o vi numa entrevista da tv Cultura dizendo que ele conseguira viver de música. Para isso tocava numas 20... Mas não perguntei pro japa de cabelo comprido se ele já foi entrevistado pela tv Cultura.

Depois do almoço decidi que era uma boa idéia engolir o orgulho e pedir pra levarem minha camiseta pro Lulu autografar e mandar pelo correio. Quase não uso mesmo, não faz tanta diferença assim ela passar um tempo longe de mim. Graças ao apoio de Inaya, escrevi o seguinte recado.

“Para Lulu
o tecladista do Pato Fu

Lulu!!
Por favor autografe as costas da minha camiseta!
Depois é só mandar por Sedex com pagamento na entrega para
Colombina
Sítio Abobrinhas Verdes
CEP:12345-678 São Paulo – SP
pode ser?

Queria te dar um beijinho também, mas você nunca fica nas tardes de autógrafo...
que pena!

Por isso o guardanapo ganha um beijo.”

Porém, nessa altura do campeonato a tarde de autógrafos já havia acabado, o circo já havia sido desmontado, o shopping voltava ao seu domingo normal.

SE É ASSIM, ENTÃO TÁ! AGORA A COISA VAI! Escreverei um belo romance e mandarei junto com a camiseta só para pedir autógrafo do tecladista. Onde já se viu? Só porque é mais velho que os outros integrantes, fica posando de “o senhor diferente” da banda. Pois vou entrar nessa e mandar uma carta sentimentalóide, sim! Depois dessa avacalhação, quero ver o elemento se recusar a autografar as coisas dos fãs junto com a banda. No dia em que estiver inspirada escrevo a carta açucarada.

P.S.: Te adoro, Inaya! Quando crescer quero ser igual você. No fundo você sabe que foi tudo desculpa para passar uma tarde contigo. Autógrafo é coisa tão boba... As pessoas valem mais do que qualquer rabisco que fazem, e os seus rabiscos são mil vezes melhores que os do Pato Fu. Aos leitores: Não, meu nome verdadeiro não é Colombina, não moro num sítio, aquele não é meu CEP. Sim, escrevo o que é óbvio.

sexta-feira, setembro 21, 2007

!

Sinto-me um ponto de exclamação.
Encerro o assunto sem dizer nada
e ainda chamo toda atenção.
Exclamação!

sábado, setembro 08, 2007

Alecrim

alecrim dourado

que nasceu no campo

sem ser semeado


Alecrim

alecrim dourado

que nasceu no campo

sem ser semeado


Ai meu amor

bem que disse assim

que a flor do campo

é o alecrim


Ai meu amor

bem que disse assim

que a flor do campo

é o alecrim...”


Cantando essa ciranda, semeio alecrins dourados toda manhã. Meu terreno é miudinho, o animal tem cérebro de passarinho. Ele gosta de acompanhar barulho: adora festa, alguém falando alto, gritaria. Por enquanto acorda os vizinhos gritando quando demoram a alimenta-lo, espero que um dia ele cante. Alecrim dourado.


Não é brincadeira não! Chá de alecrim faz bem para o coração. Acho que os dourados só existem na canção. Escutar a melodia acalma meu bichinho; ele presta atenção, fica tão calminho...


E calado. Não incomoda quem dorme. Fica um pouco mal pro meu lado, pareço um disco riscado. Mas é melhor do que conversar com o animal. Nessas horas pareço mais bicho que ele, fico bestial. Ele ajuda a expulsar meus demônios: porcaria de plantão, coisa feia, bicho feito, inútil, imprestável. Passo dias recebendo adjetivos piores, desconto no animal. Ele não liga não. Sabe que no fundo é meu querido bichinho de estimação.